4 Hábitos Inofensivos que Fazem Mal ao Cérebro

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Todo mundo tem os seus hábitos e as suas manias particulares que pratica diariamente, em alguns casos até mesmo sem nem ao menos perceber. Tem gente que não pode ter um tempo livre que já entra nas redes sociais do celular, enquanto outras estão sempre fazendo uma boquinha.

Existem ainda aqueles que não conseguem parar de conversar um segundo sequer e os que preferem ficar quietos durante algum momento do dia para refletir sobre a vida.

Isso sem contar naquelas manias de roer unha, comer cabelo, espremer espinhas, acumular objetos antigos, querer tudo sempre arrumadinho em seu lugar, limpar excessivamente, falar com os animais ou as plantas que algumas pessoas podem ter.

Por mais que hábitos como esses possam passar despercebidos pelo dia a dia de quem os pratica, alguns deles podem ser um tanto quanto prejudiciais à saúde e ao funcionamento da nossa mente, como os que vamos conferir logo abaixo.

Depois que conhecer os costumes ruins que fazem mal à saúde cerebral, você pode aproveitar para descobrir também alguns hábitos saudáveis de higiene que previnem doenças.

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4 hábitos inofensivos que enfraquecem o seu poder cerebral

1. Conferir as manchetes de notícias o tempo todo

Todo mundo precisa estar bem informado, não é mesmo? Isso é crucial para praticamente todos os profissionais e fundamental para escolhermos bem os nossos representantes na hora de voltar nas eleições, por exemplo.

Enquanto no passado as pessoas somente assistiam aos telejornais, escutavam as notícias pelo rádio ou esperavam que os jornais chegassem em casa para saber o que estava acontecendo no mundo, nos dias de hoje basta abrir a internet no celular para ter acesso ao noticiário de todo o mundo.

Se por um lado, isso facilitou o acesso à informação, por outro, isso condiciona as pessoas a checarem os celulares o tempo todo para se manterem informadas, o que não é exatamente o que podemos chamar de saudável, conforme advertiu a neurocientista Tara Swart, em artigo publicado no site Fast Company.

“Diversos dos meus colegas neurocientistas evitam as notícias porque reconhecem que a sua negatividade – e a impotência deles para fazer algo a respeito da maneira do que eles escutam – pode gerar uma sensação de desespero. Isso consome o foco e a energia mental”, afirmou a neurocientista.

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Swart mencionou que em uma pesquisa conduzida pela Associação Psicológica Americana, 56% das pessoas afirmaram que seguir as notícias provocou estresse para eles. Entretanto, a neurocientista reconheceu que fugir das notícias não é possível para todas as pessoas e recomendou uma alternativa para amenizar os prejuízos do hábito de informar-se com tanta frequência.

“Eu sugeriria estabelecer alguns limites claros em relação a isso. Considere deletar, mesmo que por um tempo, os aplicativos que você fica tentado a abrir o tempo todo”, aconselhou a especialista.

Policiar-se para não ficar checando o celular toda hora pode ser outra alternativa útil, já que o aparelho também pode prejudicar a execução de tarefas como estudar, trabalhar ou dar atenção a alguém, além de poder atrapalhar a sessão de exercícios físicos.

2. Comparar-se às outras pessoas

Ao abrir as redes sociais e se deparar com as publicações cheias de alegria, celebrações e conquistas das pessoas que se segue, fica complicado não fazer algum tipo de comparação em relação a elas. Principalmente se o usuário em questão não estiver em um momento tão bacana da vida.

Entretanto, a neurocientista Tara Swart afirmou, em seu artigo publicado, que embora as mídias sociais ofereçam mais artifícios para o ato de se comparar com os outros, a comparação tóxica é um hábito para lá de antigo.

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“Como humanos, nós somos projetados para nos comparar com os outros do nosso grupo; para comparar os nossos sucessos e falhas em relação aos dos outros. É um resquício evolucionário dos tempos que nós vivíamos em tribos, em que entender o nosso lugar na ordem social era chave para a sobrevivência”, explicou a Swart.

Se isso teve mais utilidade no passado, atualmente é mais provável que o ato de se comparar mantenha uma pessoa presa, alertou a neurocientista. Isso tanto quando se trata da comparação decrescente (que é feita em relação aos menos afortunados) quanto da comparação ascendente (que é feita em relação às pessoas que se inveja), completou a especialista.

“Ambos os tipos de comparação podem ser ruins para o cérebro. A comparação decrescente ativa a rede de ‘falta’ do cérebro, enfatizando a nossa insegurança e focando na proteção do status quo às custas do risco e da aventura. A comparação ascendente pode despertar os sentimentos de inveja e baixa autoestima”, esclareceu Swart.

Para combater a tentação da comparação, o conselho da neurocientista é avaliar os feeds das redes sociais e deletar ou deixar de seguir qualquer pessoa que tenha publicações que suscitem sentimentos de inveja em você. Caso se trate de um amigo, você não precisa deletar: existe a alternativa de silenciar as postagens da pessoa, lembrou Swart.

“Se você se vê pensando sobre como a sua vida corresponde à de um amigo quando não está nas mídias sociais, tente mudar a sua perspectiva. Pense sobre os traços humanos e as vulnerabilidades deles, sobre as coisas que vocês têm em comum. Quando você muda a sua mentalidade, você pode sair de um lugar de inveja para um lugar de empatia”, sugeriu a especialista.

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3. Comer para aliviar as emoções

Nós costumamos associar a comilança para aliviar as emoções de momentos de tristeza, chateação, raiva, estresse ou ansiedade, como quando perdemos um emprego, terminamos um relacionamento sério, temos um prova difícil pela frente, brigamos com algum parente ou enfrentamos muitas cobranças e pressões.

No entanto, segundo a neurocientista Tara Swart, isso também pode ser desencadeado pelo tédio. Para a especialista, o primeiro passo para mudar um hábito como esse, que está enraizado nas nossas emoções, é ter a percepção de que está praticando-o.

“Tente manter um diário no seu celular por alguns dias, anotando sempre que se pegar indo atrás de um lanchinho. Você pode detectar qualquer padrão? Você sente urgência para comer quando está chateado, procrastinando, aborrecido ou bravo? Quando você notar as suas deixas e respostas, você vai aprender a pausar antes de comer, em vez de fazer isso automaticamente”, ensinou a especialista.

A neurocientista também chamou atenção para o fato das comidas não saudáveis (às quais costumamos recorrer quando resolvemos nos alimentar para aliviar as emoções) serem viciantes.

“Comer alimentos ricos em açúcar e gordura nos condiciona a desejar mais do mesmo e esses tipos de comida fazem pouco em prol da nossa função cerebral. Quando você comer, certifique-se de se abastecer com alimentos volumosos em nutrientes. Você não apenas vai achar que eles são mais saciantes, mas eles também vão te dar um estímulo cognitivo”, recomendou Swart.

Melhor ainda se essas comidas ricas em nutrientes fizerem parte do grupo de alimentos considerados bons para o cérebro.

Caso o vício pelas besteirinhas cheias de açúcar e gorduras e pobres em nutrientes tenha chegado ao ponto de você não conseguir se ver longe delas por conta própria, procure o auxílio médico antes que isso se torne um problema ainda maior para a sua saúde.

4. Fazer várias coisas ao mesmo tempo

É difícil encontrar alguém que não tenha muitas responsabilidades e uma montanha de tarefas a cumprir no seu dia a dia. Afinal, a maioria das pessoas precisa trabalhar, estudar, manter-se atualizado com as notícias, cuidar da casa, dedicar-se à família e tirar um tempinho para os amigos, entre outros compromissos.

Tudo isso pode levar ao hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo, o que pode parecer comum e corriqueiro para muitas pessoas, porém, não é exatamente o que podemos chamar de saudável.

“Pesquisas mostram que, quando nós fazemos multitarefas, os nossos cérebros sofrem. Toda vez que nós tentamos (fazer) e carregamos juntas tarefas não relacionadas uma com a outra, nós sobrecarregamos o nosso cérebro e gastamos energia na transição (de uma tarefa para a outra). Quanto mais complexas forem as tarefas que nós alternamos, maior será o custo cognitivo”, avisou  a neurocientista Tara Swart, em seu artigo publicado no site Fast Company.

A saída indicada pela especialista para matar o hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo é colocar limites em relação à atividade que será realizada em determinado período. “Dê a si mesmo maiores porções de tempo para completar uma coisa por vez e desligue outras distrações como o e-mail quando você estiver trabalhando em alguma coisa”, orientou a especialista.

Se pararmos para pensar, realmente podem ser as distrações que fazem com que uma pessoa demore mais tempo para executar uma tarefa, tenha o seu cronograma atrasado e se veja obrigada a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo para não perder prazos.

Além disso tudo, você sabia que o excesso de gordura na barriga também pode ser prejudicial para o cérebro?

Vídeo:

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Fontes e Referências Adicionais:

Você costuma ter algum desses hábitos prejudiciais ao cérebro que listamos acima? Pretende mudar sua rotina para evitar problemas futuros? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Rafael Ferreira

Dr. Rafael Ferreira de Moraes é Psiquiatria - CRM 52.98866-9. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy em 2013. Pós-graduado em Psiquiatria pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde atuou nos atendimentos ambulatoriais da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e Casa de Medicina da PUC-Rio. Para mais informações, entre em contato com ele em sua conta oficial no Instagram (@rafafmoraes)

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