Se antes todo mundo já estava bem preocupado com o surto do novo coronavírus, também chamado de COVID-19, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o novo coronavírus como uma pandemia, essa preocupação se intensificou ainda mais.
E não é para menos: até o domingo, 15 de março, o número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil já era de 200 e na manhã da segunda-feira, 16 de março, os dados da OMS apontavam para mais de 164 mil casos confirmados do COVID-19, com 6,470 mil mortes.
Uma das principais formas para se prevenir contra a doença, que é especialmente perigosa para os idosos e para as pessoas com doenças crônicas como pressão alta, doença, no coração, diabetes, doença pulmonar, câncer entre outras, é lavar as mãos com frequência, usando água e sabonete ao longo de pelo menos 20 segundos.
Falando nisso, entenda por que pessoas com pressão alta e diabetes têm maior risco de infecção e ter uma doença mais grave.
Mas se tem algo positivo que podemos tirar de toda essa correria trazida pelo novo coronavírus, isso é melhorar os nossos hábitos de higiene para prevenir outros problemas para a saúde. Deixar de lavar bem as mãos não é perigoso somente pelo risco de contrair o COVID-19, mas também traz outros riscos, como vamos aprender na lista a seguir, montada a partir de informações do site WebMD:
1. Você se transforma em um “portal de germes”
Esses germes poderão ser transmitidos quando você apertar a mão de alguém ou abraçar uma pessoa e por meio das superfícies nas quais você encostar, como uma mesa, parede, corrimão ou maçaneta de porta.
Pior ainda se for o hábito horroroso de não lavar as mãos depois de usar o banheiro: apenas um grama de fezes humanas pode conter um trilhão de germes. O problema também reside na academia. Você sabia que um halter de academia tem 362 vezes mais germes que um vaso sanitário?
2. Você pode levar uma doença para si próprio
Para aqueles que além de não lavar as mãos adequadamente, têm a mania de ficar coçando os olhos ou de colocar as mãos na boca, elas podem transportar germes que vêm de lugares inimagináveis aos olhos e boca.
Por outro lado, lavar bem as mãos com sabonete – que é mais eficiente do que usar apenas água ou antisséptico para as mãos – pode proteger contra doenças como as infecções respiratórias, como o COVID-19, por exemplo.
3. De olho nas crianças
Pode ser um pouco difícil colocar na cabeça das crianças que elas precisam lavar bem as mãozinhas. Mas é preciso ficar de olho que as mãos dos pequenos fiquem bem limpas e, consequentemente, os germes não permaneçam e não façam com que elas fiquem doentes, algo que pode fazer com que elas percam dias de aula na escola.
Acredita-se que ensinar as crianças a lavar bem as mãos nas escolas pode diminuir as faltas motivadas por problemas gastrointestinais em até 57%.
No entanto, certificar-se de que seus filhos e outras crianças estejam com as mãos bem limpas também é muito importante para evitar um problemas que vamos conhecer no tópico seguinte.
4. Diarreia
Um estudo apontou que lavar bem as mãos pode prevenir 4 de cada 10 casos de diarreia. Antes de pensar que a diarreia não é algo tão grave assim, é importante saber que ela é a segunda principal causa de morte entre crianças com menos de cinco anos de idade.
Estima-se que 1,5 milhões de crianças morram todos os anos em virtude de doenças diarréicas – a maior parte na África e no Sudeste Asiático. Além das crianças, a diarreia pode ser perigosa para os idosos e para as pessoas que possuem um sistema imunológico enfraquecido.
Um quadro de diarreia pode causar a desidratação, um problema que representa riscos à vida se não for tratado. Vale a pena conhecer os melhores alimentos para diarreia e cuidar da dieta.
5. Faltas no trabalho
Se as crianças perdem aula quando ficam doentes devido ao contato com os germes de uma mão não lavada ou mal lavada, isso faz com que os adultos percam dias de trabalho, o que gera prejuízos financeiros.
Uma das maneiras de evitar pegar a gripe é lavar bem as mãos com água e sabonete. Não é à toa que o método de prevenção é similar com o do COVID-19: o novo coronavírus é uma nova estirpe de uma grande família de vírus causadores de doenças respiratórias, que vão do resfriado comum até a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, sigla em inglês) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV, sigla em inglês).
6. Saúde dos olhos
Lembra que foi mencionado acima que as mãos podem levar germes à boca e aos olhos? Então, lavar bem as mãos é conhecido por ajudar a prevenir contra duas doenças oculares de longo alcance: a conjuntivite, que é provocada por uma infecção, e o tracoma, uma infecção bacteriana que é a principal causa de cegueira no mundo.
7. Infecções na pele
Outro motivo importantíssimo para sempre lavar bem as mãos são as bactérias estafilococos – se elas, que costumam ser encontradas na pele e nas narinas, entrarem em uma ferida aberta, poderão provocar infecções ou ir mais fundo na pele e nos tecidos moles. Daí, elas podem chegar até as articulações, ossos e órgãos.
As estafilococos podem causar até mesmo envenenamento de sangue e são uma das principais causas de infecção nas unidades de saúde. Assim como cobrir as feridas abertas, lavar bem as mãos com água e sabonete impede que essas bactérias se desloquem.
8. Sepse
Lavar bem as mãos, inclusive antes e depois de cuidar de uma pessoa doente, é uma das principais formas de prevenir a sepse, uma resposta potencialmente fatal do organismo a uma infecção. Normalmente, o corpo libera substâncias químicas na corrente sanguínea para combater uma infecção, mas quando a resposta do organismo a essas substâncias químicas é desequilibrada, ocorre uma sepse, desencadeando mudanças que podem causar danos a diversos órgãos.
Conforme a sepse piora, o fluxo sanguíneo a órgão vitais como cérebro, coração e rins é prejudicado. Ela também pode formar coágulos sanguíneos nos órgãos e nos braços, pernas e dedos, o que pode resultar em variados níveis de falência de órgão e morte de tecido (gangrena).
A sepse pode variar entre níveis menos e mais severos. A maioria das pessoas se recupera de uma sepse leve, porém a taxa de mortalidade para o choque séptico – progressão da sepse em que a pressão cai drasticamente, podendo levar à morte – é de aproximadamente 40%. Além disso, mesmo que a pessoa sobreviva, um episódio severo de sepse aumenta o seu risco de futuras infecções.
Por ser causada por uma infecção, a sepse pode atingir qualquer pessoa, entretanto, ela é mais comum e mais perigosa para os idosos, as gestantes, as crianças com menos de um ano de idade, as pessoas com sistema imunológico enfraquecido e as pessoas que sofrem com doenças crônicas como diabetes, doença renal, câncer ou doença pulmonar, por exemplo.
As informações são do site WebMD, da OMS, do Ministério da Saúde e da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos.
Fontes e referências adicionais:
- https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-coronaviruses
- https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/coronavirus#sintomas
- https://www.webmd.com/a-to-z-guides/ss/slideshow-what-happens-dont-wash-hands
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/diarrhea/symptoms-causes/syc-20352241
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/sepsis/symptoms-causes/syc-20351214