Ansiedade Dá Gases Intestinais?

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Sofrer com muita ansiedade não é nada bom. Ter muitos gases intestinais também não é algo muito agradável. E enfrentar os dois ao mesmo tempo, então? Descubra a seguir se ansiedade dá gases intestinais e outros fatores que podem ser os causadores desses males.

Será que pode haver alguma conexão entre a ansiedade e os gases? Um pode ser provocado pelo outro ou ser sintoma do outro? Já ouviu falar que a ansiedade dá gases intestinais? Isso não teria algo a ver como a famosa sensação de “borboletas no estômago”?

Ao conhecer mais sobre a possível relação entre os dois problemas, você certamente terá um incentivo a mais para querer encontrar maneiras de como controlar a ansiedade.

Sobre a ansiedade

De vez em quando é normal a gente enfrentar um período ou outro de ansiedade. Isso pode acontecer antes de uma prova importante, de uma entrevista de emprego, do primeiro dia de trabalho em uma empresa nova, do primeiro encontro com quem se gosta, de fazer um exame ou cirurgia ou do tão sonhado dia do casamento.

Entretanto, quando uma pessoa sofre com preocupações e medos intensos, excessivos e persistentes relacionados às diversas situações que envolvem o dia a dia é possível que ela tenha desenvolvido um distúrbio de ansiedade.

Geralmente, a condição envolve episódios repentinos de sensações de ansiedade e de medo ou terror que atingem um pico dentro de minutos – os chamados ataques de pânico.

A lista de sintomas associados à ansiedade inclui: sensação de nervosismo, tensão ou inquietude, sensação de perigo, pânico ou tragédia iminente, aumento do ritmo cardíaco, respiração rápida (hiperventilação), transpiração, tremedeira, sensação de fraqueza ou cansaço e dificuldade para se concentrar ou pensar em outra coisa que não seja a preocupação do momento.

Os sinais da ansiedade também podem envolver dificuldade para dormir, problemas gastrointestinais, dificuldade para controlar a preocupação e urgência em evitar coisas que desencadeiam a ansiedade.

E então, será que a ansiedade dá gases intestinais?

Segundo o assistente social clínico e membro clínico da Associação de Ansiedade e Depressão da América (ADAA, sigla em inglês) Ken Goodman, as sensações de borboletas no estômago antes de fazer algo estressante, os nós no estômago depois de uma discussão ou a necessidade de ficar no banheiro por mais tempo que o esperado sem ter comido algo que poderia ter feito mal exemplificam que os problemas estomacais são um dos sintomas mais comuns do estresse e da ansiedade.

“Pesquisadores identificaram uma conexão poderosa entre o intestino e o cérebro. Como o cérebro, o intestino é cheio de nervos. Ele contém a maior área de nervos fora do cérebro com o trato digestivo e o cérebro compartilhando muitas das mesmas conexões nervosas”, acrescentou o assistente social clínico.

O membro da ADAA explicou ainda que quando uma pessoa encontra-se ansiosa, alguns dos hormônios e substâncias químicas liberadas pelo organismo entram no trato digestivo, onde interferem com a digestão.

“Eles têm um efeito negativo na flora intestinal (microrganismos que vivem no trato digestivo e auxiliam a digestão) e diminuem a produção de anticorpos. O desequilíbrio químico resultante (disso) pode causar uma série de condições gastrointestinais”, completou Goodman.

Não é de se espantar que uma pesquisa tenha observado que pode haver uma relação entre as emoções humanas e certas bactérias intestinais.

Goodman não mencionou diretamente os gases como um dos sintomas intestinais comuns associados ao estresse, cujo grupo inclui, segundo o assistente social clínico, sinais como indigestão, cólica estomacal, diarreia, prisão de ventre, perda de apetite, fome anormal, náusea, síndrome do intestino irritável e úlceras pépticas.

Entretanto, o excesso de gases é classificado como um dos sintomas mais comuns da síndrome do intestino irritável. Além disso, a ADAA apontou que as pessoas que têm a síndrome do intestino irritável frequentemente sofrem com ansiedade e depressão.

Mas por que será que isso acontece? A organização justificou que o cólon (a maior parte do intestino grosso, que é a região afetada pela síndrome do intestino irritável) é controlada em parte pelo sistema nervoso, justamente quem responde ao estresse.

Há evidências que sugerem que o sistema imunológico, outro que responde ao estresse, também exerce um papel neste sentido, indicou a associação, que apontou ainda que a doença em si pode fazer com que a pessoa sinta-se mais ansiosa e deprimida.

As pessoas que sofrem com a síndrome do intestino irritável ou a ansiedade podem ter uma maior sensibilidade aos sintomas abdominais e aos gases intestinais. Imagina então se o indivíduo sofrer com as duas condições?

O ciclo vicioso entre os gases intestinais e a ansiedade

Já para um site especialista no assunto, os gases intestinais podem ser sim um dos sintomas gastrointestinais provocados pela ansiedade. De acordo com a publicação, diferentes tipos de ansiedade podem contribuir com o aparecimento de diferentes tipos e extensões de gases.

Mas quando queremos saber se a ansiedade dá gases intestinais, também é importante saber que os gases podem resultar na ansiedade, especialmente para as pessoas que são propensas à flatulência.

O argumento da publicação é que quantidades expressivas de gases podem provocar dor física e se a pessoa que enfrenta o problema não der conta de liberar a flatulência, corre o risco de ficar ansiosa. Como a ansiedade também pode gerar os gases, temos aí o desenvolvimento de um ciclo vicioso.

Mas então, o que fazer para acabar com esse incômodo ciclo vicioso? O ideal é tratar a origem de cada problema e, para isso, nada melhor que procurar o auxílio de um médico e de um psicólogo para encontrar os tratamentos particularmente mais adequados para o seu quadro de ansiedade e gases intestinais excessivos.

Outros fatores que podem estar associados ao aparecimento de mais gases

Não é só a ansiedade que pode provocar mais flatulência: os tipos de alimentos que consumimos também podem ser culpados pelo aumento dos gases que produzimos. Entretanto, eles não são os únicos.

O professor clínico associado de nutrição da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, Charles Mueller explicou que os gases que soltamos não são produzidos somente pelos alimentos que consumimos, mas também pelo ar que engolimos, que acaba passando pelo trato gastrointestinal.

No mesmo sentido, o gastroenterologista, professor clínico associado de medicina da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e PhD David Poppers esclareceu que os gases são uma combinação entre dois fatores: o ar que engolimos, ao comermos muito rapidamente, e o alimento que é consumido em si.

A nutricionista Abby Langer explicou ainda que doenças gastrointestinais sérias também podem ser a principal causa dos gases. Eles ainda podem estar relacionados ao uso de alguns medicamentos e a problemas na flora intestinal, completou a especialista.

“Para aqueles de nós que não têm um problema de fundo (para provocar os gases, como as doenças gastrointestinais), a quantidade de gases que nós temos está diretamente relacionada com a quantia de alimento e/ou ar não digerido no nosso cólon. Se a gente está comendo coisas que o nosso corpo não está decompondo, nós vamos ter gases”, completou Langer.

Ainda que seja constrangedora, a flatulência é uma função normal do corpo, completou Charles Mueller. O professor alertou ainda que devemos nos preocupar mais quando não estivermos soltando gases do que quando a flatulência aparecer.

Mueller orientou também a procurar o auxílio médico quando ocorrerem mudanças nos hábitos intestinais que não se resolvem sozinhas como cólicas, inchaço, prisão de ventre, diarreia, ausência de flatulência ou o aparecimento de muitos gases.

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Fontes e Referências Adicionais:

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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