Atropina: para que é indicado e possíveis efeitos colaterais

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Atropina é um medicamento indicado para episódios de bradicardia (queda dos batimentos cardíacos), tratamento de úlceras pépticas e intoxicação por substâncias colinérgicas, encontradas em inseticidas ou cogumelos tóxicos. 

Formulações da atropina também podem ser encontradas em colírios para dilatar a pupila antes de procedimentos oftalmológicos, e associada ao difenoxilato, um medicamento usado para tratar diarréia e reduzir os movimentos intestinais.

Além disso, é usada em salas cirúrgicas para diminuir a secreção de muco, como a saliva, antes do anestésico geral.

Esse medicamento deve ser utilizado sempre com prescrição médica pois causa efeitos adversos significativos no metabolismo, incluindo retenção urinária, fotofobia (sensibilidade à luz), aumento da pressão ocular, dentre outros.

Para que serve?

Este medicamento é uma droga de primeira linha para tratar a síndrome colinérgica, associada a intoxicação por substâncias colinérgicas, que estimulam o sistema nervoso parassimpático. 

Os sintomas da síndrome colinérgica podem incluir:

  • Bradicardia
  • Hipotensão
  • Hipersalivação
  • Distúrbios visuais
  • Miose ou midríase, condições que deixam a pupila contraídas ou dilatadas respectivamente
  • Broncoconstrição, causando tosse e dificuldade respiratória
  • Suor excessivo
  • Vômito
  • Diarreia
  • Tremor
  • Fraqueza muscular
  • Disfunção urinária, perda de controle da bexiga
  • Olhos lacrimejando excessivamente
  • Convulsão

Ademais, a atropina associada a colírios serve para dilatar a pupila em exames de fundo de olho e exames de refração, importantes para avaliar a estrutura ocular. Atualmente, estudos clínicos em alguns países também têm usado esse colírio com o objetivo de retardar a progressão da miopia em crianças.

O remédio Lomotil, que associa a atropina e difenoxilato, serve para tratamento de diarréias agudas e crônicas, principalmente, provocadas por procedimentos como a colostomia ou ileostomia, e para alívio de sintomas de colite ulcerativa.

Como usar?

Atropina
A atropina pode ser encontrada em colírios, além da injeção

O medicamento injetável e o colírio com atropina só podem ser usados por profissionais capacitados, dentro do ambiente de saúde. Por isso, a pessoa com risco de intoxicação ou redução de batimentos cardíacos deve ser encaminhada imediatamente ao hospital.

A injeção pode ser aplicada por via intramuscular ou intravenosa e toda a equipe de saúde deve ser orientada sobre como usá-la e sobre os possíveis efeitos adversos. A medicação, normalmente, está disponível em salas cirúrgicas e unidades de tratamento intensivo (UTIs).

Ela deve estar acessível em todos os procedimentos hospitalares que podem apresentar risco de bradicardia, para que o ritmo cardíaco seja recuperado e o risco de mortalidade seja reduzido. O efeito da atropina é imediato e, quando usado em doses terapêuticas, também é seguro.

Já o difenoxilato + sulfato de atropina, nomeado como Lomotil, também deve ser tomado conforme a prescrição médica, normalmente, por 4 vezes ao dia.

Efeitos colaterais

Os riscos e benefícios do uso da atropina devem ser avaliados pela equipe médica antes da aplicação do medicamento, pois pode produzir efeitos adversos, como:

  • Retenção urinária
  • Estenose pilórica, condição em que a região entre o estômago e o intestino fica mais espessa, podendo causar um bloqueio abdominal
  • Taquicardia, que é o aumento dos batimentos cardíacos
  • Aumento da pressão ocular, condição conhecida como glaucoma
  • Muco nas vias aéreas
  • Boca seca e sede excessiva
  • Visão turva e sensível à luz
  • Tontura
  • Náusea e cólica estomacal
  • Calor repentino e rubor na pele

Esses são apenas alguns dos efeitos colaterais que podem surgir com o uso da atropina, sendo assim, lembre-se de consultar a bula para se informar de todos os possíveis efeitos colaterais.

Interações medicamentosas

medicamentos
Alguns outros medicamentos podem provocar reações ao interagir com a atropina

A atropina apresenta interações medicamentosas com o pralidoxima, o qual pode acelerar os efeitos da atropina e gerar reações de agitação e alucinação.

Medicamentos barbitúricos são potencializados por drogas anticolinérgicas, como a atropina, portanto, devem ser administrados com cuidado no tratamento de convulsões provocadas pelo uso da atropina.

Além disso, essa droga pode apresentar interações com medicamentos para Parkinson e Alzheimer, antiespasmódicos, antihistamínicos, antidepressivos tricíclicos, antifúngicos, opioides e relaxantes musculares.

Contraindicações

A equipe médica precisa ter cuidado ao usar este medicamento em pessoas com doenças cardíacas, pois ele pode aumentar o risco de taquicardia e hipertensão. Também é necessário atenção ao administrar a atropina em idosos, pessoas com doenças obstrutivas no intestino, doenças pulmonares crônicas, glaucoma de ângulo fechado e miastenia gravis. Todas essas condições podem ser agravadas com o efeito da atropina.

Por último, esse medicamento é contraindicado para pessoas que possuem um histórico de alergia a atropina ou outros medicamentos anticolinérgicos.

Fontes e referências adicionais

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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