Não é todo mundo que consegue perceber a diferença entre barriga de grávida e gordura, o que pode resultar em situações constrangedoras, como achar que uma mulher está grávida quando ela não está.
Isso porque, a barriga de grávida é o sinal visual mais evidente e aguardado da gestação para muitas mulheres.
Assim, ao perceber que está com uma barriguinha mais avantajada, tanto a mulher quanto as pessoas que a conhecem podem ficar em dúvida se isso pode ser sinal de uma gestação ou se ela apenas ganhou alguns quilinhos nos últimos tempos.
Barriga de grávida x barriga de gordura
Quando pensamos em barriga de grávida, logo vem à mente aquela barriga grande e dura. Mas no início é diferente.
Nos primeiros meses, é mais comum confundir a barriga de grávida com a barriga de gordura. Uma das diferenças é que a barriga de uma gestante é mais durinha do que a barriga de gordura localizada e vai crescendo conforme passam os meses de gestação.
No entanto, algo que pode causar confusão é que o aumento da barriga no início da gravidez, especialmente nas primeiras oito semanas, ocorre por causa da ação dos hormônios e da retenção de líquido, não refletindo o aumento do útero ou do bebê, visto que ainda são muito pequenos para fazer aparecer a barriga de grávida.
Portanto, no início é comum que a barriga de uma gestante seja mais mole, por conta da retenção de líquido causada pelo aumento do volume sanguíneo no corpo da mãe, que ocorre para suprir a demanda do bebê em crescimento.
A barriga de grávida começa a surgir a partir da 12ª e da 16ª semanas de gestação, entre o umbigo e o osso do púbis, quando o crescimento do útero extrapola os limites ósseos da região pélvica. É por isso que a gestante sente dor no “pé da barriga” logo no início da gravidez.
Em outras palavras, é a partir do terceiro ou quarto mês, que a barriga de grávida aparece e começa a crescer gradativamente, para acomodar o bebê em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo em que é mais dura e firme, a barriga de grávida se concentra na área do útero e geralmente começa a ficar evidente embaixo da barriga e perto do umbigo.
Por sua vez, a barriga de gordura tende a ser mole e cobrir todo o abdômen, não somente a parte inferior. Outra característica é que pode haver acúmulo de gordura em mais regiões do corpo, não apenas na barriga.
Além disso, a barriga de uma gestante costuma ter um formato mais arredondado e protuberante, enquanto a de gordura pode apresentar uma forma mais achatada ou desproporcional em relação ao resto do corpo da pessoa.
Outra diferença está na textura: a pele da barriga de grávida geralmente fica esticada e brilhante, ao passo que a de gordura pode conter uma textura mais flácida e irregular.
Mas, é importante ter em mente que cada corpo é único e as características podem se confundir caso a mulher que engravidou já tenha uma barriga de gordura ou gordura localizada na região abdominal.
Portanto, outro aspecto fundamental para diferenciar a barriga de grávida da barriga de gordura é a presença de sintomas de gravidez. Assim, a mulher que desconfia de uma gestação deve procurar um médico para fazer o teste de gravidez e dar inícios aos cuidados necessários caso a sua gestação se confirme.
Veja mais sobre a barriga de grávida no início da gestação e nas multíparas, quais fatores influenciam no tamanho da barriga e quando isso deve ser motivo de preocupação.
Barriga de grávida no início da gestação
Mesmo quando a barriga de grávida não é evidente aos olhos de outras pessoas, a mulher que ainda não sabe que está gestante pode sentir a barriga começar a ficar mais inchada abaixo do umbigo.
Uma das maneiras como algumas mulheres notam esse inchaço é quando a calça jeans fica mais apertada na região da pelve.
Isso acontece porque o endométrio, que deveria ter sido eliminado na menstruação, fica retido no útero, aumentando o volume na região pélvica. Inclusive, o atraso menstrual é um dos sintomas marcantes de uma gestação.
Barriga de grávida das multíparas
No caso das mães que já passaram por uma gestação, as chamadas multíparas, a barriga de grávida pode ou não ser maior. Isso vai depender de como está a musculatura do abdômen. Se ela estiver um pouco mais frouxa por conta da gestação anterior, é possível que a barriga fique maior na próxima gestação.
Existe outro fator biológico que influencia no tamanho da barriga de grávida das mães que já tiveram outras gestações: a flacidez da musculatura uterina e pélvica. Quando a musculatura está mais frouxa, as fibras se esticam com mais facilidade, podendo resultar em uma barriga de grávida aparentemente maior.
Todas essas mudanças ocorrem por causa das alterações hormonais que acontecem no corpo da mulher. Veja quais são essas mudanças e os sintomas que elas causam.
Tamanho da barriga de grávida: fatores que influenciam
Além da questão muscular, outros fatores determinam o tamanho da barriga de grávida e o período em que ela aparece, por exemplo:
- Tempo de gravidez
- Gravidez de gêmeos ou múltiplos
- Tamanho do bebê
- Quantidade de líquido amniótico, que preenche a bolsa e envolve o bebê em desenvolvimento.
- Quantidade de gordura na região abdominal da mãe
Mulheres com maior acúmulo de gordura na região abdominal podem ficar com a barriga de grávida aparentemente maior, porque o crescimento do útero empurra o tecido adiposo (gordura), deixando-o mais proeminente.
Já mulheres com lordose acentuada, podem ter maior projeção da barriga para a frente, fazendo-a parecer maior, quando comparada com a barriga de mulheres que não têm hiperlordose.
O crescimento máximo da barriga acima do umbigo ocorre apenas no oitavo mês de gravidez. O volume da barriga de grávida começa a diminuir no nono mês de gestação, por causa do menor volume de líquido amniótico na placenta. É nesse momento que ocorre o encaixe do bebê na pelve, preparando-o para o nascimento.
Além da barriga de grávida, o corpo da mulher passa por outras transformações, gerando uma variedade de sintomas:
- Sensação de que os seios estão inchados e formigando. Por causa do inchaço, eles também podem ficar mais sensíveis ou doloridos
- Sensação de que há grumos nos seios, por conta do aumento dos ductos mamários
- Mudança na cor das aréolas dos seios, a parte circular ao redor do bico
- Formação de uma linha no umbigo, que se estende até o osso do púbis
- Mudança no aspecto do cabelo, que pode ficar mais quebradiço e seco
- Fadiga e sono
- Náuseas e vômitos
- Sensibilidade a cheiros
- Pressão baixa
- Prisão de ventre
- Urina mais frequente
- Aumento da temperatura corporal
Quando se preocupar com o tamanho da barriga de grávida
Tudo na gravidez é novo, mesmo que a mulher já tenha ficado grávida outras vezes. Por isso, é comum se preocupar quando a barriga de grávida é maior ou menor do que o esperado, comparada com uma gravidez anterior, ou com a barriga de outras gestantes.
É por isso que, além do tamanho da barriga (medida da altura uterina), o médico ou a médica ginecologista avalia o peso do bebê com uma ultrassonografia.
Um menor tamanho da barriga de grávida pode indicar que o feto está pequeno para sua idade gestacional ou apenas evidencia que a gestante não tem muita gordura acumulada na região abdominal.
Já o contrário, ou seja, uma altura uterina maior do que o esperado, pode indicar um excesso de líquido amniótico, gravidez gemelar, presença de miomas, diabetes gestacional ou excesso de gordura na região abdominal, que acaba contribuindo para o aumento do tamanho da barriga de grávida.
Cada gravidez é única, por isso é tão importante ter o acompanhamento de um médico ou médica em quem você confie, para poder tirar todas as suas dúvidas quanto ao tamanho da sua barriga e a outras questões da maternidade.
Fontes e referências adicionais
- Curva da altura uterina por idade gestacional em gestantes de baixo risco, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2006; 28(1): 3-9.
- Predição da restrição do crescimento fetal pela medida da altura uterina, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2004; 26(5): 383-389.
- A altura uterina é capaz de diagnosticar os desvios do volume de líquido amniótico?, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2013; 35(2): 49-54.
Fontes e referências adicionais
- Curva da altura uterina por idade gestacional em gestantes de baixo risco, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2006; 28(1): 3-9.
- Predição da restrição do crescimento fetal pela medida da altura uterina, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2004; 26(5): 383-389.
- A altura uterina é capaz de diagnosticar os desvios do volume de líquido amniótico?, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2013; 35(2): 49-54.