Cisto no olho: 7 principais causas e o que fazer 

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O aparecimento de um cisto no olho quase sempre reflete um problema simples, relacionado com alguma inflamação causada por infecção ou obstrução do canal de alguma glândula. O cisto no olho também pode ser um tumor congênito, presente desde o nascimento, benigno ou maligno. 

Os casos mais simples de inflamação e infecção são resolvidos naturalmente e não requerem tratamento médico. Mas, o uso de compressas com água morna pode acelerar a cura desses cistos simples. 

Alguns casos necessitam de cirurgia, porque afetam a visão ou causam desconfortos estéticos. 

Cisto no olho
Existem várias causas para o cisto no olho

Veja quais são as principais causas de aparecimento de cisto no olho e o que fazer em cada situação. 

Terçol

O terçol é um nódulo que surge na margem da pálpebra, na parte externa ou interna do olho. Ele ocorre devido a uma infecção bacteriana que afeta uma glândula sebácea ou um folículo piloso presentes na borda do olho, causando inflamação. 

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Quando um terçol interno persiste e não é resolvido pela ação do nosso sistema de defesa, ele pode evoluir para um calázio, como veremos adiante. Geralmente, o calázio não provoca dor, diferentemente do terçol que deixa o olho dolorido e com uma sensação áspera.

As pessoas notam que estão com terçol ao perceberem uma “bolinha” vermelha crescendo no olho, com o centro mais amarelado, evidenciando a presença de pus. Em aparência, o terçol lembra uma espinha. O olho afetado também pode ficar lacrimejante e mais sensível à luz. 

Nos três primeiros dias, o terçol externo vai aumentando de tamanho até que ele estoura e o pus é drenado. Em alguns casos, o terçol não estoura, mas é eliminado da mesma forma, pela ação do sistema imune. A cicatrização leva em torno de uma semana. 

O que fazer

Para acelerar o processo de cura do terçol, você pode fazer compressas com água morna, de 2 a 3 vezes ao dia, por 10 minutos, e massagear levemente a pálpebra. Fazendo isso, você alivia a dor e pode ter uma resolução mais rápida do terçol. 

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Mantenha os olhos bem limpos, evitando o uso de maquiagens ou de lentes de contato.

É muito importante também ter em mente o que não fazer, por exemplo, não cutucar o terçol para acelerar a drenagem do pus, pois isso piora a infecção. 

Calázio 

O calázio pode ser resultado de um terçol interno não resolvido, que acumulou muito muco e, por isso, entupiu o canal de uma glândula sebácea. Mas é importante saber que calázio e terçol não são a mesma coisa. 

O terçol é resultado de uma infecção e, como tal, é resolvida pelo sistema de defesa em poucos dias. O calázio é causado por uma inflamação decorrente do entupimento do canal de uma glândula sebácea. Essa obstrução no canal leva à formação de um nódulo cheio de líquido, na parte interna da pálpebra superior ou inferior.  

O calázio também se resolve naturalmente, mas demora mais que o terçol, levando de 2 a 8 semanas. Esse problema geralmente não causa dor, mas causa lacrimejamento e uma leve irritação nos olhos. Com o crescimento do calázio, ele pode pressionar o globo ocular e isso deixa a visão embaçada. 

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O que fazer

A recomendação de compressa com água morna feita para o terçol também é válida para tratar o calázio. Você pode fazer a compressa com gaze, assim não precisa lavar o pano a cada vez que fizer o procedimento, apenas descarte a gaze usada e utilize uma nova na próxima compressa. 

A água morna pode ajudar a desobstruir o canal entupido e facilitar a drenagem do líquido, além de aliviar a irritação causada pelo nódulo. A massagem na pálpebra também ajuda a estimular a drenagem e acelerar a resolução do problema. 

Se estiver com a visão muito prejudicada, procure um oftalmologista, pois ele pode indicar colírios e pomadas que vão ajudar a reduzir os sintomas e resolver o calázio mais rapidamente. 

Pinguécula

Pinguécula é uma pequena lesão amarelada que aparece na conjuntiva do olho, o tecido fino que reveste a parte branca dos olhos. Ela pode parecer uma mancha ou formar um pequeno nódulo. 

Pode se formar em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas acima de 40 anos e idosos. Ela se forma bem próximo à córnea, a camada transparente que reveste a íris, a parte colorida dos olhos, e a pupila. 

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Não se sabe ao certo porque as pinguéculas se formam, mas parecem ser resultado da mudança do tecido da conjuntiva, associada à exposição frequente à luz solar, poeira, vento e olhos secos. 

A pinguécula pode deixar o olho irritado, com uma sensação de areia nos olhos e também pode causar coceira e vermelhidão. 

O que fazer

Normalmente, a pinguécula não requer tratamento. Quando ela causa muito desconforto, o médico pode receitar colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais para aliviar os sintomas. 

A pinguécula deve ser removida cirurgicamente quando ela avança sobre a córnea, pois isso afeta a visão. A cirurgia também é indicada quando a pinguécula causa extremo desconforto ao usar lentes de contato e quando fica constantemente inflamada, mesmo com o uso de colírios. 

Cisto dermoide

Dor no olho
O cisto dermoide é um nódulo benigno

O cisto dermoide no olho é um nódulo benigno, arredondado, liso e duro, que está presente desde o nascimento e cresce muito lentamente. O cisto pode se formar dentro da órbita ocular (profundo) ou ao lado do osso da cavidade ocular (externo, superficial). Esse tipo de tumor orbital é bem raro e, na maioria das vezes, externo. 

Como ele cresce lentamente, geralmente é identificado na primeira década de vida da criança, não sendo perceptível quando bebê. 

O que fazer

O tratamento do cisto dermoide orbital depende do tamanho, localização e das estruturas envolvidas. O cisto superficial pode ser tratado apenas com uma simples excisão cirúrgica estética. O cisto profundo pode exigir métodos mais invasivos, como a orbitotomia e, em casos raros, exploração intracraniana. 

Hidrocistoma

O hidrocistoma também é conhecido pelos nomes de cistoadenoma, cisto sudoríparo ou cistos da glândula de Moll. Trata-se de um tumor benigno na pálpebra, bem próximo aos cílios. Ele é causado pela obstrução de uma glândula sudorípara, que retém a secreção líquida e forma um cisto.   

O que fazer

A presença do hidrocistoma pode trazer incômodos relacionados à estética e, por isso, pode ser removido cirurgicamente. A remoção pode ser feita por excisão cirúrgica simples, cauterização, laser de CO₂ ou injeção de toxina botulínica do tipo A.  

Tumores benignos da pálpebra

São lesões parecidas com verrugas na pele da pálpebra, que aparecem como resultado da proliferação das células da pele e são mais comuns em adultos e idosos. 

Os tumores benignos são de crescimento lento e não apresentam ulcerações e sangramentos. 

Apresentam várias formas clínicas, podem ser sésseis, ou seja, fixos, ou pediculados, quando não são inteiramente fixos na pele, ficando preso apenas por uma pele bem fina. Têm consistência mole e podem ser isolados ou múltiplos. Normalmente, apresentam uma cor bem parecida com a da pele da pessoa. 

Os papilomas sésseis costumam ter a superfície mais lisa, e os pediculados, mais rugosa. 

O que fazer

O tratamento é cirúrgico, envolvendo remoção da verruga com fins estéticos. 

Tumores malignos da pálpebra

Os tumores malignos da pálpebra são lesões de crescimento rápido, que acometem mais os idosos, e são acompanhadas de ulcerações, vasos e perda de cílios. O tumor maligno palpebral mais comum é o carcinoma basocelular, cujo diagnóstico é confirmado por meio de uma biópsia. 

Geralmente, esse tumor afeta pessoas de pele clara, na faixa etária entre 50 e 80 anos e que se expuseram muito ao sol, ao longo da vida. 

O que fazer

O tratamento é cirúrgico, no qual o tumor é removido juntamente com uma pequena margem de segurança.

Fontes e referências adicionais

Você já teve um cisto no olho? Qual ou quais causas de cisto no olho você ainda não conhecia? Você faria a remoção cirúrgica de um cisto no olho com fins estéticos? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Haroldo Vieira Junior

Dr. Haroldo Vieira de Moraes Junior é Oftalmologista - CRM 380377 RJ. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1981. Em seguida concluiu Mestrado em Oftalmologia pela UFRJ em 1986 e Doutorado em Oftalmologia pela UFRJ em 1994. Pós-Doutorado no National Eye Institute do National Institutes of Health (NIH/NEI) durante 1998/1999 e Livre Docente em Oftalmologia pela UNIFESP (2001), atualmente é Professor Titular de Oftalmologia da UFRJ. Para mais informações, entre em contato com ele.

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