Entenda como outros países regulam anabolizantes, que são proibidos no Brasil

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No mundo do fisiculturismo, nem sempre é fácil saber se um corpo musculoso se deve apenas a uma dieta e treino rigorosos ou se inclui o uso de anabolizantes para aumentar os músculos.

Ultimamente, o youtuber Rodrigo Góes ficou famoso ao se tornar viral com o meme “fake natty” (falso natural), onde ele analisa os participantes de competições de fisiculturismo e outras celebridades que exibem seus corpos em boa forma. 

Uma dessas celebridades é Ramon Dino, um competidor brasileiro que recentemente conquistou o segundo lugar no prestigiado Mr. Olympia , e compartilhou em uma entrevista à imprensa suas opiniões sobre o uso de anabolizantes no esporte.

Ele enfatizou que “todo atleta, para chegar naquela performance, tem que ter o uso do anabolizante como ajuda”.

Homem tomando anabolizante para fins estéticos e para ganho de massa muscular
No fisiculturismo, muitas pessoas utilizam anabolizantes para melhorar seu desempenho esportivo

A proibição de tratamentos hormonais estéticos

Essa prática, que é frequente nas academias, teve um momento significativo em abril de 2023, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu os médicos de receitarem tratamentos hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) para fins estéticos e ganho de massa muscular. 

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A prevalência global do uso de anabolizantes

O Brasil está entre os que têm uma das maiores taxas de abuso de andrógenos em todo o mundo. De acordo com uma pesquisa divulgada no portal de periódicos médicos PubMed, países da Europa, Oriente Médio, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos também apresentam altas taxas.

No entanto, é importante observar que esse problema é bem menos comum em países da África e da Ásia, e uma possível causa para isso pode ser atribuída a diferenças culturais, regulatórias e de conscientização em relação ao uso dessas substâncias nessas regiões.

Regulação nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, onde o Mr. Olympia é realizado, os esteroides anabolizantes são categorizados como Classe III na lei de Substâncias Controladas. 

A FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA, atribui a Classe I às substâncias com o perfil de risco mais baixo e a Classe III aos de maior risco.

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Uso autorizado e não autorizado nos Estados Unidos 

Nos Estados Unidos, apenas alguns poucos esteroides anabolizantes são autorizados para uso humano ou veterinário, principalmente para tratar condições médicas específicas, como deficiência de testosterona, puberdade tardia, baixa contagem de glóbulos vermelhos, câncer de mama e perda de tecido relacionada à infecção por HIV/Aids.

No entanto, a FDA não autoriza o uso de anabolizantes para aprimorar o desempenho esportivo em atividades como musculação, levantamento de peso, beisebol, futebol americano, ciclismo, luta livre e outras modalidades esportivas.

Homem tomando anabolizante, para ganho de massa muscular e fins estético
A FDA não autoriza o uso de anabolizante para melhorar o desempenho no esporte

O uso de anabolizantes em todo o mundo 

Em geral, o uso de anabolizantes não é considerado ilegal em muitos países, mas também não é oficialmente aconselhado em nenhum deles.

Especialistas em endocrinologia destacam que, na maioria das situações, o uso de anabolizantes no fisiculturismo acontece por meio do mercado alternativo, com a compra sendo feita em lugares da prática esportiva, como em vestiários de academias por exemplo. 

No entanto, nos últimos anos, mais médicos têm receitado medicamentos para fins estéticos. Na Europa, os anabolizantes são classificados como “Pieds” (medicamentos para melhorar o desempenho e a imagem). Eles são mais usados por atletas profissionais e amadores, incluindo pessoas que gostam de fitness e musculação, conforme relatado pelo EMCDDA (Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência), que é uma parte da União Europeia.

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Estratégias da União Europeia 

Cada país da União Europeia tem suas próprias regras, mas muitos deles têm estratégias para evitar o uso de anabolizantes. Por exemplo, a Suécia tem um programa para reduzir o uso dessas substâncias entre as pessoas que vão à academia apenas por diversão.

Também existe o projeto internacional Erasmus+ SportDoping E-learning Tools (Delts), que tem como objetivo melhorar a prevenção e a educação em saúde sobre o uso de anabolizantes.

Na Noruega, foi criado um serviço de ajuda por telefone e redes sociais para auxiliar as pessoas com problemas de drogas. Isso serve para melhorar o sistema de tratamento e tornar mais fácil para as pessoas participarem, mesmo quando enfrentam dificuldades.

Conforme o observatório, alguns países oferecem orientações sobre o fornecimento de agulhas e seringas para indivíduos que fazem injeções de esteroides. No entanto, existem poucas evidências que comprovem a eficácia desses programas.

No Reino Unido, a posse de esteroides não é considerada crime, mas sua venda ou distribuição é ilegal e está incluída nas leis sobre drogas como substâncias de Classe C. A polícia e as campanhas de conscientização sobre os danos veem essas substâncias como de menor risco.

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Uso de anabolizantes em todo o mundo

De acordo com o EMCDDA, estima-se que 3,8% da população europeia já tenha usado anabolizantes em algum momento da vida, uma das taxas mais altas em todo o mundo. De acordo com a Sbem, a taxa global de uso é de 3,3%, com uma diferença considerável entre homens (6,4%) e mulheres (1,6%).

Em um mundo onde as pessoas estão sempre em busca do corpo perfeito e do melhor desempenho, a regulação e o conhecimento sobre o uso de anabolizantes ainda são temas de grande relevância no cenário mundial da saúde e do condicionamento físico.

É fundamental que as pessoas tenham conhecimento dos perigos relacionados a essas substâncias e das regras em vigor em seus próprios países, a fim de tomar decisões bem informadas sobre o uso de anabolizantes.

Você sabia que o Brasil está entre os maiores consumidores de anabolizantes do mundo? Sabia que a ANVISA proibiu a prescrição de anabolizantes para fins estéticos e para ganho de massa muscular no Brasil? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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