Exame de glicose na gravidez: por que toda mulher deve fazer

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O exame de glicose na gravidez é um teste pré-natal muito importante tanto para a mãe quanto para o bebê. Isso porque ele tem a função de ajudar a diagnosticar a diabetes gestacional, um problema de saúde que pode trazer consequências para a saúde de ambos.

Resumidamente, o exame envolve a coleta de sangue e a ingestão de um líquido muito doce, com o objetivo de analisar como o organismo da futura mamãe lida com taxas elevadas de açúcar no sangue.

Esse é um teste que deve ser realizado entre a 24ª semana e a 28ª semana de gestação, mesmo se a mulher não apresentar sintomas associados à diabetes, como crescimento exagerado do apetite ou vontade frequente de fazer xixi.

Entretanto, se a gestante se encaixar em fatores que aumentam o risco de desenvolver diabetes, o médico pode solicitar que o exame de glicose na gravidez seja feito antes desse período.

A seguir, entenda em mais detalhes como é realizado o exame de glicose na gravidez e saiba mais sobre a diabetes gestacional.

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Como é feito o exame de glicose na gravidez?

Exame de glicose grávida
Se houver suspeita de diabetes gestacional, será feito monitoramento da glicemia capilar para evitar complicações para a mãe e o bebê

O exame de glicose na gravidez também é conhecido como exame para diabetes gestacional, exame de curva glicêmica ou teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

Antes de fazer o exame, a paciente precisa ficar de jejum ao longo de oito horas. Então, é coletada a primeira amostra de sangue da gestante em jejum. Feito isso, a grávida ingere uma bebida açucarada.

Então, é retirada mais uma coleta de sangue da paciente logo depois da ingestão do líquido. Após, a grávida fica de repouso por aproximadamente duas horas. É realizada uma nova coleta de sangue após uma hora e depois de duas horas de espera.

Segundo o que o chefe do departamento de Obstetrícia do Hospital e Maternidade Santa Joana, Mário Macoto Kondo, explicou à Revista Crescer, o exame é medido em miligramas por decilitro (mg/dl) e o resultado esperado para a paciente gestante em jejum é menor que 95 mg/dl.

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Já na medição do período de uma hora, o valor deve ser menor que 180 mg/dl e depois de duas horas, a medida deve ser menor que 155 mg/dl.

Encerrado o exame, a gestante está livre para voltar a se alimentar normalmente e deve aguardar pelo resultado do teste.

Se houver suspeita de diabetes gestacional, o obstetra responsável pelo pré-natal fará o acompanhamento regular para evitar complicações para a mãe e o bebê. 

Isso pode incluir o monitoramento da glicemia capilar, que conforme Kondo, é um exame feito com um aparelho de glicemia, que realiza uma análise a partir de uma pequena gota de sangue retirada da ponta do dedo.

O teste é feito quatro vezes ao dia: em jejum, após o café da manhã, depois do almoço e após o jantar. Então se 70% dos resultados forem adequados, a princípio, a paciente não precisa usar insulina, completou o médico.

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Além disso, o médico certamente encaminhará a paciente para um nutricionista, que deverá orientá-la quanto à dieta adequada, e poderá aconselhar que ela inclua na sua rotina atividade física, instruída por um profissional de educação física especializado em gestantes, com o objetivo de controlar a glicose no sangue.

A diabetes gestacional

A diabetes gestacional é o nível elevado de açúcar ou glicose no sangue que se desenvolve durante a gravidez e geralmente desaparece depois que a mulher dá à luz. A condição aparece quando o organismo não consegue produzir uma quantidade suficiente de insulina durante a gestação.

Produzida pelo pâncreas, a insulina é responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo, ou seja, ela tem a função de ajudar a glicose a chegar nas células para ser usada como energia.

Ao longo de uma gravidez, o corpo produz mais hormônios e passa por outras mudanças, como o ganho de peso. Essas mudanças fazem com que o organismo use a insulina de um modo menos eficiente, em uma condição que recebe o nome de resistência à insulina. Essa condição aumenta a necessidade do corpo por insulina.

Além disso, a placenta é uma importante fonte de hormônios que reduzem a ação da insulina. Normalmente, como resposta, o pâncreas aumenta a produção de insulina para compensar isso.

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Entretanto, esse processo não acontece no organismo de algumas mulheres e elas desenvolvem a diabetes gestacional.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a diabetes gestacional pode provocar complicações como pré-eclâmpsia e parto prematuro. Além disso, o bebê pode nascer grande e ter problemas como hipoglicemia e desconforto respiratório.

Exame de glicose grávida

Como se não bastasse, as mulheres que tiveram diagnóstico de diabetes gestacional apresentam um maior risco de ter diabetes do tipo 2 e os seus filhos têm mais chances de ficarem obesos e de desenvolverem diabetes do tipo 2 ao longo da vida.

Os fatores de risco para diabetes gestacional incluem: 

  • Histórico familiar de diabetes
  • Histórico de exames com glicose alterada antes da gestação
  • Excesso de peso antes ou durante a gravidez
  • Gestação anterior com bebê que nasceu com mais de quatro quilos
  • Histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida
  • Hipertensão arterial
  • Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia atual ou em gravidez prévia
  • Síndrome dos ovários policísticos
  • Uso de corticoides
  • Ter mais de 40 anos de idade
  • Bypass gástrico ou outra cirurgia para redução de peso
Fontes e referências adicionais

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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