Hemoglobina glicada para o diagnóstico de pré-diabetes

publicado em

A hemoglobina glicada é um dos exames disponíveis para detectar a diabetes e a pré-diabetes, o que é muito importante, especialmente nos últimos anos, tendo em vista que a quantidade de pessoas com essas condições de saúde aumentou bastante.

No entanto, nem todo mundo entende a importância de realizar esse exame periodicamente, nem o risco que a pré-diabetes pode trazer para a saúde.

Então, neste artigo vamos conhecer melhor o exame de hemoglobina glicada, aprender a avaliar os seus resultados e entender exatamente o que é a pré-diabetes e os seus riscos para a saúde.

Veja também: Diferenças entre diabetes tipo 1 e tipo 2

O que é a hemoglobina glicada?

Exame para diabetes
O exame que mede a quantidade de hemoglobina glicada no sangue é usado para avaliar casos de pré-diabetes

De forma simplificada, chamamos de hemoglobina glicada, ou HbA1c, a hemoglobina que está ligada à glicose.

  Continua Depois da Publicidade  

Essa ligação acontece quando há a presença de glicose no sangue, e todo mundo tem uma pequena quantidade de hemoglobina glicada circulando.

No entanto, quantidades maiores da hemoglobina glicada indicam que a concentração de açúcar no sangue está alta, e que pode existir algum problema no controle da glicemia.

Assim, o exame que mede a quantidade de hemoglobina glicada no sangue é usado para avaliar possíveis casos de pré-diabetes e diabetes tipo 2.

Valores de referência

De acordo com o Grupo Fleury de Análises Clínicas, o exame de hemoglobina glicada não necessita de jejum, já que ele não mede a glicemia do momento, mas sim o efeito da glicose nas células do sangue durante os últimos meses.

  Continua Depois da Publicidade  

Assim, é possível fazer uma estimativa de uma média das taxas de glicemia das últimas 12 semanas, e entender como está o controle do nível de açúcar no sangue.

Os valores de referência são:

  • Menor que 5,7%: Nível normal, que significa um baixo risco de diabetes
  • Entre 5,7 e 6,4%: Risco aumentado para diabetes
  • Maior ou igual a 6,5%: Nível considerado alto, que é consistente com diabetes

Hemoglobina glicada alta: o que significa?

A hemoglobina glicada alta significa que existe alguma dificuldade do organismo para controlar os níveis de açúcar no sangue.

Assim, a glicemia ficaria acima do normal por muito tempo, causando essa modificação na hemoglobina.

Mas não é qualquer aumento na glicemia que causa a aparição da hemoglobina glicada. Para que isso ocorra, os níveis de açúcar no sangue devem estar altos com frequência.

  Continua Depois da Publicidade  

Por isso, esse exame é usado para diagnosticar a pré-diabetes e mesmo a diabetes tipo 2.

O que é exatamente o pré-diabetes?

A pré-diabetes é um problema de saúde onde o organismo começa a ter dificuldades para controlar a glicemia, mas ainda não chegou ao ponto da diabetes em si.

Essa dificuldade se deve ao desenvolvimento da resistência à insulina, que faz com que as células do corpo não reajam normalmente a esse hormônio.

Assim, conforme as células do corpo vão ficando resistentes à insulina, os níveis de glicemia vão se tornando cada vez mais altos.

Por isso, após alguns anos, uma pessoa com pré-diabetes não tratada costuma desenvolver diabetes tipo 2.

  Continua Depois da Publicidade  

Como diagnosticar pré-diabetes?

Como a pré-diabetes é um problema potencialmente sério, o diagnóstico precoce é essencial, e é feito a partir da realização de alguns exames:

  • Hemoglobina glicada: Entre 5,7 % a 6,4 %
  • Glicemia de jejum: Entre 100 a 125 mg/dl
  • Prova de tolerância a glicose de 2 horas: Entre 140 mg/dl a 199 mg/dl

Mas o que são exatamente esses outros exames?

A glicemia em jejum, como o próprio nome diz, é a quantidade de glicose presente no sangue durante o jejum. Por isso, o exame é realizado pela manhã, após cerca de 8 horas de jejum.

Já o teste de tolerância à glicose é feito também a partir da medição dos níveis de glicose, mas dessa vez o exame é feito após a administração de uma solução contendo uma quantidade grande de açúcar.

Assim, o exame consegue medir exatamente como o corpo reage ao consumo de alimentos ricos em açúcar.

Após a realização desses exames, o médico poderá avaliar como está a atuação do pâncreas, órgão responsável pela liberação da insulina, e o grau de sensibilidade das células a esse hormônio.

Como baixar a hemoglobina glicada?

Carboidratos simples
Evitar alimentos ricos em carboidratos simples é importante para controlar o açúcar no sangue

A única forma confiável para diminuir os níveis de hemoglobina glicada é controlar rigorosamente os níveis de açúcar no sangue.

Isso é feito, em geral, com a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui:

  • Praticar exercícios físicos regularmente
  • Evitar alimentos ricos em carboidratos simples
  • Incluir alimentos integrais na dieta
  • Manter o peso em níveis adequados para a sua estrutura corporal

Por isso, é importantíssimo procurar um profissional de nutrição, para que ele possa avaliar as suas necessidades nutricionais e elaborar uma dieta balanceada e saudável, que irá te ajudar a manter os níveis de açúcar sob controle.

Além disso, realizar um acompanhamento médico regular também é necessário, já que a pré-diabetes pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde.

Fontes e referências adicionais

Você já fez o exame de hemoglobina glicada? Já conhecia a sua relação com o pré-diabetes? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

Deixe um comentário