Em qualquer fase de sua vida, a mulher precisa cuidar da dieta para manter uma boa saúde, já que é através dos alimentos que o organismo obtém os nutrientes e a energia para funcionar apropriadamente.
Entretanto, quando ela descobre que está grávida, esses cuidados precisam ser intensificados e sua alimentação pode precisar ser modificada, pois além de se preocupar consigo mesma, ela passa a cuidar de um ser que está sendo desenvolvido em seu ventre.
Por isso, ao ficar sabendo da gestação, ela deve consultar o médico a respeito de todos os cuidados que precisa ter em sua gestação – o que inclui saber como deve funcionar a sua dieta no período.
Por exemplo, a grávida pode comer camarão?
Uma das dúvidas que pode pairar na mente das futuras mamães é se a grávida pode comer camarão. De acordo com a American Pregnancy Association (Associação Americana da Gravidez, tradução livre), um dos frutos do mar que podem ser consumidos é o camarão na gravidez.
A organização explicou que ele possui níveis baixos de mercúrio, substância que já foi apontada por pesquisas como capaz de provocar efeitos prejudiciais ao neném.
Entretanto, a associação alertou que é necessário saber de onde o camarão vem, porque dependendo da área em que ele foi capturado, o alimento pode apresentar níveis de mercúrio mais baixos ou mais elevados do que o esperado.
Mas por que o mercúrio é tão preocupante assim para uma gestação? Bem, a ingestão de muito mercúrio pode causar danos ao sistema nervoso do bebê que se encontra em desenvolvimento.
Como preparar o camarão na gravidez
Não é apenas porque algumas organizações dizem que a grávida pode comer camarão que as gestantes podem consumir o alimento de qualquer maneira.
A American Pregnancy Association alertou que é importante que o consumo do camarão na gravidez seja com ele bem cozido e que a versão crua, que pode ser encontrada no sushi e no sashimi, por exemplo, seja evitada.
O National Health Service (Serviço Nacional de Saúde, tradução livre, NHS, sigla em inglês) orienta que a maneira mais segura de comer sushi na gravidez é optar pelas variedades preparadas com vegetais (bem e adequadamente lavados, obviamente) ou que levam frutos do mar completamente cozidos.
No mesmo sentido, destacamos que o camarão, a lagosta e as vieiras devem ser cozinhadas até ficar com um aspecto branco leitoso.
É necessário que as gestantes não consumam frutos do mar crus, insuficientemente cozidos ou contaminados para evitar a ingestão de bactérias e vírus perigosos que possam estar presentes nos frutos do mar. Cozer (ferver) é o melhor método de preparação do camarão na gravidez.
A quantidade recomendada de camarão na gravidez
Ainda de acordo com as Diretrizes Alimentares para Americanos (2015-2020), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, uma mulher gestante pode consumir entre aproximadamente 225 g a cerca de 340 g de frutos do mar semanalmente.
O camarão faz parte da lista de frutos do mar que podem ser consumidos dentro desses parâmetros. A organização esclareceu também que esses valores correspondem a duas a três porções semanais de frutos do mar como o camarão.
Outros alimentos como salmão, anchovas, truta, bacalhau e tilápia também fazem parte do grupo de frutos do mar que podem ser consumidos nessa mesma quantidade e frequência do camarão – aproximadamente 225 g a cerca de 340 g de frutos do mar ou duas a três porções em cada semana.
Entretanto, isso não significa que está permitido consumir entre 225 g a 340 g de cada um deles por semana; mas sim poder comer um total semanal de 225 g a 340 g desses frutos do mar juntos, de maneira geral.
Cuidados com o armazenamento
A recomendação em relação ao armazenamento que estamos prestes a conhecer não serve somente para o camarão, mas é uma regra que deve ser seguida para qualquer alimento.
Para se proteger e proteger o seu neném contra bactérias perigosas como Escherichia coli, Salmonela e Listeria, além de não comer frutos do mar, ovos e carnes cruas ou insuficientemente cozidas, também é necessário não consumir restos de comidas que estejam fora da geladeira por mais de duas horas.
É importante certificar-se de que o refrigerador esteja gelando e funcionando direito ao ponto de atuar contra a proliferação das bactérias.
A questão da alergia
Logicamente, se uma gestante tiver alergia a camarão, ela não poderá consumir nenhum prato que contenha o fruto do mar.
Segundo a nutricionista Brianna Elliott, o camarão faz parte da lista dos principais alimentos que provocam alergias no mundo.
“O desencadeador mais comum de alergias ao camarão é a tropomiosina (uma proteína). Outras proteínas do camarão que podem desencadear uma reação alérgica incluem a arginina quinase e a hemocianina. Os sintomas das alergias ao camarão variam e podem incluir formigamento na boca, problemas digestivos, congestão nasal ou reações na pele depois de consumi-lo”, explicou a nutricionista.
Elliot também alertou que algumas pessoas que sofrem com alergia ao camarão podem ter uma reação anafilática ao entrar em contato com o crustáceo. Essa reação é repentina, perigosa e pode resultar em convulsões, inconsciência e até mesmo a morte, se não for tratada imediatamente.
“Se você é alérgica ao camarão, a única maneira de prevenir as reações alérgicas é evitar o alimento por completo. Em alguns casos, mesmo os vapores do cozimento do camarão podem desencadear uma reação. Portanto, aqueles com alergias ao camarão devem evitar ainda as situações em que eles podem entrar em contato indiretamente com o alimento”, enfatizou a nutricionista.
Caso você sofra com a alergia ao camarão, sempre procure certificar-se de que a comida que você consome não tem traços de camarão – por exemplo, cheque as embalagens e questione os vendedores, garçons e cozinheiros.
Além disso, ao ser convidado para um almoço ou jantar, informe ao responsável a respeito da sua alergia e deixe bem claro que não pode entrar em contato com qualquer vestígio do camarão.
E se, eventualmente, você sofrer alguma reação alérgica ao consumir o camarão, procure imediatamente o auxílio médico para receber o tratamento apropriado.
Cada gestante tem diferentes necessidades e permissões alimentares
Aliando isso ao fato de que este artigo tem a função de apenas informar e jamais pode substituir as recomendações médicas, a grávida precisa consultar o médico para saber se o seu caso permite a ingestão de camarão na gravidez e em que frequência, quantidade e modo de preparação ele pode ser consumido.