Lobélia – O que é, benefícios e perigos

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Veja o que é a Lobélia, para que serve esta planta medicinal e quais são os seus benefícios para a nossa saúde, além de possíveis efeitos colaterais.

Pesquisas realizadas sobre a Lobélia demonstraram que ela possui muitos constituintes químicos conhecidos como alcaloides e flavonoides.

Por isso, essa planta possui uma série de usos farmacológicos e há décadas vem sendo usada na medicina tradicional chinesa, assim como ocorre com outras plantas medicinais. Por exemplo, conheça também a Gotu Kola e a Cordyceps.

O que é Lobélia

Flor de lobélia

A lobélia (Lobelia inflata) é uma planta cujas partes acima do solo são usadas na medicina homeopática e medicina herbal.

Ela é conhecida por expulsar o muco do trato respiratório e por isso é usada para tratar problemas respiratórios. Além disso, algumas pessoas usam a lobélia para ajudar a parar de fumar, acalmar os músculos, apoiar na recuperação do alcoolismo e muito mais.

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Embora essa ampla variedade de usos seja atraente, a lobélia está no Banco de Dados de Plantas Venenosas da Food and Drug Administration, dos EUA, como uma erva potencialmente tóxica. Por isso, deve ser evitada.

No Brasil, segundo o Consolidado de normas de registros e notificação de fitoterápicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Lobelia inflata está na lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais fitoterápicos.

Veja agora o que a ciência tem a dizer a respeito dos seus possíveis benefícios para a saúde, mas lembre-se de que, se você decidir fazer o uso da lobélia, é melhor consultar seu médico e usar com extrema cautela.

Possíveis benefícios da lobélia

A lobélia contêm vários alcaloides diferentes, ou compostos que fornecem efeitos medicinais ou terapêuticos.

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Alguns dos alcaloides conhecidos presentes nesta planta são a cafeína, a morfina e a nicotina.

O alcaloide mais proeminente é a lobelina, que pode proteger contra as seguintes doenças e terapias listadas abaixo (embora sejam necessárias mais pesquisas):

Tratamento para o uso abusivo de drogas

Algumas pesquisas foram feitas para estudar se a lobélia é eficaz como tratamento em potencial para o uso abusivo de drogas.

Como a lobelina tem efeitos no corpo semelhantes ao da nicotina, há muito tempo ela é considerada uma possível ferramenta para ajudar as pessoas a pararem de fumar.

Ainda assim, as pesquisas foram distintas. Isso fez com que em 1993 a Food and Drug Administration (FDA) proibisse a lobelina para o tratamento do tabagismo devido à falta de evidências sobre sua eficácia.

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No entanto, alguns estudos indicam que a lobelina pode ser benéfica para outros tipos de dependência de drogas, já que ela pode interagir com receptores cerebrais responsáveis ​​pela liberação de neurotransmissores que fazem com que as drogas viciem as pessoas.

Embora estudos preliminares sejam promissores, faltam pesquisas nessa área. É por isso que a lobélia não pode ser recomendada como tratamento eficaz para qualquer tipo de dependência de drogas.

Depressão

Os compostos encontrados na lobélia também podem ajudar a proteger as pessoas contra os transtornos do humor como a depressão.

Um estudo realizado em ratos revelou que a lobelina reduziu significativamente os comportamentos depressivos e os níveis de hormônios do estresse no sangue.

Já um outro estudo sugeriu que esse composto da lobélia pode aumentar os efeitos dos medicamentos antidepressivos comuns.

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Porém, ainda são necessários estudos em humanos para entender melhor como a lobelina afeta essa condição. Por isso, atualmente não se recomenda seu uso como tratamento alternativo aos medicamentos antidepressivos convencionais.

Capacidade antioxidante

Demonstrou-se que alguns compostos em outros tipos de lobélia, especialmente o alcaloide lobinalina encontrado na Lobelia cardinalis, atuam como antioxidantes.

Os antioxidantes são compostos que combatem os radicais livres que podem danificar as células do corpo e aumentar o risco de doenças, como câncer e doenças cardíacas.

Um estudo descobriu que, além disso, a lobinalina auxilia as vias de sinalização cerebral. Por isso, este composto pode desempenhar um papel benéfico em doenças que se originam de danos causados pelos radicais livres ao cérebro, como a doença de Parkinson.

No entanto, são necessárias mais pesquisas para comprovar esse benefício .

Asma e outros distúrbios respiratórios

Um dos possíveis benefícios mais populares da lobélia é o tratamento de asma e outros distúrbios respiratórios.

Por isso, às vezes a planta é usada em conjunto com remédio convencionais para ajudar a tratar os sintomas de crises de asma, como chiado no peito, aperto no peito e tosse incontrolável.

Isso ocorre porque a lobelina pode relaxar as vias aéreas, limpar o muco dos pulmões e estimular a respiração.

Também usa-se a planta para aliviar a bronquite e a pneumonia, dois tipos de infecções pulmonares que causam tosse, dificuldade em respirar e outros sintomas.

Apesar disso, nenhum estudo em humanos examinou seus efeitos nas doenças respiratórias e mais pesquisas são necessárias.

Hiperatividade (TDAH) e transtorno do déficit de atenção

Um dos possíveis benefícios da lobélia é que ela pode ajudar a gerenciar a hiperatividade (TDAH) e o déficit de atenção.

Isso porque os seus compostos podem aliviar certos sintomas, incluindo hiperatividade e dificuldade de foco, melhorando a liberação e a absorção de dopamina no cérebro.

Um estudo observou que tomar lobelina além dos medicamentos tradicionais ajudou a melhorar a memória e a concentração. No entanto, espera-se mais pesquisas para confirmar os benefícios da lobélia a hiperatividade (TDAH) e o transtorno do déficit de atenção.

Possíveis efeitos colaterais

O uso de lobélia não é recomendado principalmente através da automedicação. Por isso, se você está pensando em usar a erva é muito importante conversar primeiro com o seu médico de confiança.

A lobélia pode causar diversos efeitos colaterais, que podem variar de leves a graves, como por exemplo:

  • Confusão mental;
  • Boca seca;
  • Vômito;
  • Náusea;
  • Diarreia;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Tremores;
  • Transpiração intensa.

Mais pesquisas são necessárias para determinar se é segura a aplicação de lobélia na pele.

Há também alguma preocupação de que doses moderadas e grandes de lobélia possam causar eventos colaterais graves, como convulsões, coma e possivelmente até a morte (tomar 4 gramas pode ser fatal).

É especialmente importante que as pessoas com pressão alta, epilepsia, doença cardíaca, doença renal, distúrbio gastrointestinal ou doença hepática consultem um médico antes de fazer o uso da lobélia. Crianças, mulheres grávidas e lactantes nunca devem tomar lobélia.

Agora que você já sabe o que é, os seus possíveis efeitos colaterais e mesmo assim deseja fazer o uso da lobélia, é muito importante falar com o seu médico antes de começar a tomá-la.

Fontes e Referências adicionais:

Você já tinha ouvido falar na lobélia e seus potenciais benefícios? Tem vontade de experimentar o consumo da planta? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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1 comentário em “Lobélia – O que é, benefícios e perigos”

  1. Meu pai nos tratou, a mim a às minhas irmãs com este produto que era encontrado em qual farmácia nos anos 1960/70.

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