Metaplasia intestinal: sintomas, causas, tratamentos e quando pode virar câncer

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A metaplasia intestinal pode aparecer no resultado de uma endoscopia digestiva alta com biópsia. 

Pode parecer estranho que o termo “intestinal” conste no resultado de uma biópsia de estômago ou esôfago, porém trata-se de uma alteração comum que indica que as células da mucosa do estômago ou esôfago adquiriram um aspecto semelhante ao das células intestinais.

Essa transformação das células ocorre como parte de um mecanismo de defesa contra uma agressão crônica na mucosa do estômago, que pode ser causada pelo álcool, cigarro, alimentos muito condimentados ou muito quentes.  

Na maioria das vezes, a metaplasia intestinal não representa um problema grave de saúde, porém serve de alerta para a necessidade de ajuste de alguns maus hábitos que estejam relacionados com essa anomalia no sistema digestivo. 

Em alguns casos, porém, a metaplasia intestinal se constitui como um fator de risco importante para o desenvolvimento de um câncer no estômago. 

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É normal que após um resultado como este, você precise fazer exames periódicos para acompanhar a metaplasia intestinal. 

Veja mais detalhes sobre a metaplasia intestinal, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico, quais são as possíveis causas, quando pode evoluir para um câncer e as formas de tratamento.

Sintomas da metaplasia intestinal

Náusea
Náuseas e vômitos são sintomas comuns em pessoas com metaplasia intestinal

A metaplasia intestinal, por si só, não causa sintomas. Mas, como ela pode estar associada a uma infecção pela bactéria Helicobacter pylori, causadora de gastrite e úlcera, as pessoas podem ter sintomas típicos destas condições clínicas

  • Dor e queimação no estômago
  • Náuseas e vômitos
  • Inchaço abdominal
  • Flatulência
  • Sensação de estômago cheio, logo após começar a comer 
  • Arrotos
  • Fezes escuras ou sangue visível nas fezes

Como é feito o diagnóstico da metaplasia intestinal

Geralmente, a metaplasia intestinal é descoberta por acaso no exame de endoscopia digestiva alta com biópsia, realizada para investigar outras doenças, inclusive câncer. 

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Neste exame, é inserido um tubo flexível chamado endoscópio, que possui uma câmera na ponta para capturar imagens do trato digestivo superior. Assim, é possível visualizar como estão as mucosas do esôfago, estômago e do duodeno, contribuindo para o diagnóstico de várias doenças que afetam essas estruturas, como a hérnia de hiato, gastrite e esofagite

Ao identificar áreas anormais na mucosa do trato digestivo, o médico ou médica coleta amostras do tecido, para análise em microscópio. Ela permite detectar anormalidades nas células constituintes do tecido de revestimento do trato digestivo, como é o caso da metaplasia intestinal. 

Possíveis causas da metaplasia intestinal

A causa exata da metaplasia intestinal ainda não é conhecida, porém sabe-se que existe uma forte relação com a irritação crônica da mucosa do estômago ou esôfago. A mucosa é um tecido que reveste a parede interna desses órgãos, mantendo-os úmidos. 

Assim, fala-se de fatores de riscos associados à maior ocorrência de metaplasia intestinal: 

  • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori
  • Refluxo gastroesofágico 
  • Hérnia de hiato
  • Gastrite
  • Úlcera
  • Esofagite
  • Tabagismo
  • Alcoolismo
  • Hábito de consumir alimentos e bebidas muito quentes, por exemplo o chimarrão, e condimentados
  • Dieta pobre em vitamina C
  • Histórico familiar de câncer de estômago

Metaplasia intestinal pode virar câncer?

A metaplasia intestinal não é um câncer, mas existe o risco de evolução para um câncer, caso as lesões não sejam tratadas.

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O que acontece é que a metaplasia intestinal faz parte da cascata que pode culminar em um câncer gástrico. Ela representa o segundo estágio da cascata, anterior à displasia e à neoplasia, que é o câncer. Normalmente, essa cascata é desencadeada pela bactéria H. pylori

Assim, é importante tratar a infecção bacteriana, se estiver presente, e acompanhar as lesões, para ver se estão regredindo ou evoluindo. 

Para diminuir as chances do problema evoluir para um câncer é fundamental eliminar o agente agressor. Para isso, você pode seguir os mesmos cuidados alimentares que uma pessoa com gastrite segue. Veja como deve ser a dieta de quem tem gastrite.

Tratamentos da metaplasia intestinal

Remédio para estômago
Muitos dos sintomas podem ser tratados com medicamentos específicos

Não existem tratamentos específicos para reverter a alteração das células do estômago ou esôfago. Os medicamentos utilizados no tratamento servem para diminuir os sintomas típicos de gastrite e combater a bactéria H. pylori

Os sintomas de inflamação no estômago são tratados com inibidores de bomba de prótons, que inibem a secreção de ácido no estômago, por exemplo, o omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol e o dexlanzoprazol. 

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A infecção pela H. pylori é tratada com a administração de antibióticos, que geralmente são a amoxicilina e a claritromicina. Passado o período de tratamento, o médico ou médica solicitará exames para verificar se a bactéria foi erradicada. Se a bactéria for devidamente erradicada, o risco de evolução para um câncer reduz em cerca de 32%. 

O tratamento também pode incluir uma suplementação de vitamina C, rica em propriedades antioxidantes, antiaterogênicas (previne a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos), anticarcinogênicas (impede a formação de câncer) e imunomoduladoras.

No estômago, a vitamina C desempenha uma função anticarcinogênica ao neutralizar espécies reativas de oxigênio (radicais livres), que alteram o DNA das células e, assim, levam ao desenvolvimento de câncer em alguns casos. 

A vitamina C também inibe a formação de substâncias chamadas nitrosaminas, a partir de nitritos e nitratos presentes em alimentos industrializados e que são carcinogênicos. 

Por este motivo, a vitamina C entra como suplemento alimentar no tratamento da metaplasia intestinal, com o objetivo de promover a regressão das lesões pré-cancerígenas da metaplasia intestinal. 

A periodicidade dos exames de vigilância varia conforme a diretriz seguida pelo médico ou médica e das características da metaplasia intestinal de cada pessoa. O exame de endoscopia pode ser repetido após 3, 6 até 12 meses do diagnóstico. A frequência de exames tende a diminuir com a estagnação do problema, podendo ser refeito após 3, 5 ou 10 anos.

Fontes e referências adicionais

Você obteve o resultado de metaplasia intestinal em seu exame de endoscopia? Quais foram as orientações médicas? Quais mudanças de hábitos você terá que fazer, para tratar a metaplasia intestinal? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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1 comentário em “Metaplasia intestinal: sintomas, causas, tratamentos e quando pode virar câncer”

  1. Fiz uma biópsia e Deu,gastrite crônica leve,inativa,em mucosas de padrão antral e corpão com metaplasia intestinal.metaplasia intestinal: presente,completa .fui para clínico geral e disse que tinha q procurar um gastro.

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