O que é gastrite moderada?

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Você já ouviu alguém usar o termo gastrite moderada? Será que é possível ter um nível mais leve de gastrite ou apresentar diferentes graus da doença ou diferentes tipos de gastrite?

Antes de qualquer coisa, é importante ter em mente que a gastrite é um termo usado para se referir a doenças que têm algo em comum: a inflamação do revestimento do estômago. 

O que acontece é que um enfraquecimento ou lesão da barreira que protege a parede estomacal permitem que os sucos digestivos danifiquem e inflamem o revestimento do estômago.

Uma das suas principais causas são as infecções e, entre elas, uma das mais famosas é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), que pode provocar a gastrite crônica.

Embora seja menos comum, infecções por parasitas ou infecções por fungos também podem causar gastrite aguda ou crônica. Além disso, consumir bastante bebida alcoólica é outro fator que contribui para o desenvolvimento da condição.

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Adicionalmente, o uso de anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e naproxeno, também está associado à gastrite aguda e crônica. A redução do suprimento de sangue e o refluxo biliar são outros aspectos que podem ter ligação com a doença.

Existem ainda as condições de saúde que podem estar relacionadas à gastrite, como doenças autoimunes, doença de Crohn, doença celíaca, HIV/AIDS e sarcoidose (crescimento de pequenos grupos de células inflamatórias pelo corpo). 

Ao mesmo tempo, outros fatores de risco conhecidos da doença são o avanço da idade e tratamentos contra o câncer (quimioterapia e radioterapia).

Estômago
Gastrite é um termo usado para se referir a doenças que provocam a inflamação do revestimento do estômago

Gastrite crônica

Quando falamos em gastrite moderada, um termo que surge é a gastrite crônica, ou seja, uma versão da doença que ocorre durante longos períodos, entre meses e anos, tornando o estômago incapaz de se recuperar.

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Isso porque a doença, que se desenvolve de maneira lenta, pode se manifestar de forma leve ou moderada e há um terceiro estágio da condição, caracterizado por um alto nível de comprometimento.

A gastrite crônica leve é considerada a fase inicial da doença, quando a condição atinge somente parte do estômago, geralmente a área externa. Já a gastrite crônica moderada é a etapa em que o estômago já apresenta um maior comprometimento em outras regiões.

Por sua vez, a última fase recebe o nome de atrofia gástrica e é o estágio no qual o estômago já está completamente comprometido e o problema tem chances de evoluir para um câncer de estômago.

Os sintomas da gastrite crônica podem ser difíceis de serem identificados, mas incluem azia, sensação de barriga inchada, dor de estômago, dor abdominal, má digestão, náuseas e vômitos.

Na maioria dos casos, a gastrite crônica é causada pela bactéria H. pylori, mas a condição também pode ser provocada pelo consumo de álcool e de alimentos ácidos, pelo tabagismo e pelo uso de medicações que agridem a mucosa do estômago, como os anti-inflamatórios.

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Como a gastrite crônica tem chances de progredir para um câncer, é fundamental que aqueles que desconfiam que apresentam sintomas de gastrite procurem um médico para receber o diagnóstico adequado e tratar o problema.

O tratamento da gastrite crônica varia de acordo com a causa, mas pode incluir o uso de medicamentos antiácidos e antibióticos, cuidados com a alimentação, como mastigar bem a comida, usar ingredientes de fácil digestão e evitar industrializados, alimentos gordurosos, condimentos e refrigerantes, além de mudanças no estilo de vida, como cortar o álcool e o cigarro e substituir remédios que possam ter ligação com o problema.

Ainda que a maior parte dos casos de gastrite crônica tenha cura com o diagnóstico e tratamento corretos, alguns quadros podem ser mais complexos. Por exemplo, os casos relacionados a medicamentos geralmente não têm cura, mas podem ser controlados.

Gastrite enantematosa

Gastrite moderada
A gastrite enantematosa moderada é o quadro da condição no qual a inflamação já se instalou e já provoca danos à mucosa

A gastrite enantematosa, um tipo de gastrite crônica, também pode ser classificada conforme a sua gravidade e, entre essas classificações, está a gastrite enantematosa moderada.

Mas, o que é uma gastrite enantematosa? Bem, ela é uma inflamação leve que afeta os tecidos e as células da mucosa do estômago, ou seja, a parede que reveste a parte interna do órgão.

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Enquanto a gastrite enantematosa leve ou discreta se refere à versão assintomática ou com poucos sintomas da doença, que ocorre geralmente no início dos inflamações, a gastrite enantematosa moderada é o quadro da condição no qual a inflamação já se instalou e já provoca danos à mucosa.

Na classificação conforme a gravidade, há ainda a gastrite enantematosa severa, que se dá quando a inflamação provoca sérios danos à parede estomacal e manifesta sintomas graves.

Mas, a gastrite enantematosa também pode ser classificada conforme a sua localização: cárdia (a inflamação afeta primeira parte do estômago, perto do esôfago), de fundo (a inflamação afeta a parte superior do estômago e a cárdia), de corpo (a inflamação afeta a parte maior e principal do estômago) e do antro ou antral (a inflamação afeta a parte final do estômago).

A doença está associada a alguns fatores de risco, por exemplo, infecção pela bactéria H. Pylori, uso excessivo de anti-inflamatórios e corticoides, tabagismo, alcoolismo, estresse, doenças crônicas e cirurgias gástricas.

Já a lista de sintomas da gastrite enantematosa inclui dor abdominal ou na boca do estômago, queimação, má digestão, sensação de estufamento (plenitude gástrica), náuseas, azia, arrotos, gases, perda de apetite, mal-estar e dor de cabeça.

Ao apresentar os sintomas associados à condição é fundamental buscar ajuda médica para receber o diagnóstico e tratamento apropriados. Esse tratamento depende do que causou a doença e do grau da lesão.

Por exemplo, podem ser necessários cuidados com a alimentação como fazer as refeições a cada três horas, consumir alimentos naturais, de fácil digestão, ricos em antioxidantes e fibras, e evitar álcool, cafeína, comidas cítricas, frituras, embutidos, conservas e condimentos ou temperos mais fortes.

Além disso, o médico pode indicar o uso de remédios como antiácidos, antibióticos, inibidores de bomba de prótons e bloqueadores do receptor H2.

Fontes e referências adicionais

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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