A polissonografia ou exame do sono é um teste utilizado para diagnosticar distúrbios do sono. Do tipo não invasivo, o exame é realizado enquanto o paciente está dormindo.
Ele registra ondas cerebrais, o nível de oxigênio do sangue e a frequência cardíaca durante o sono, ao mesmo tempo em que mede os movimentos oculares e das pernas. Ao longo do exame, o médico ainda avalia a atividade músculo esquelética e a frequência respiratória.
A partir disso, a polissonografia monitora os estágios e ciclos do sono e pode identificar se, quando e por qual razão os padrões de sono do paciente estão comprometidos.
Os estágios do sono
Uma polissonografia ou exame do sono registra as mudanças do corpo entre os estágios do sono. As fases do sono são nomeadas pela sigla REM, que significa rapid eye movement ou movimento rápido dos olhos.
Um dos quatro estágios do sono é o REM e os outros três são o não-REM, dividido em outras três etapas. Dentro do não-REM, encontram-se as fases do sono leve e do sono profundo.
Durante o sono REM, a atividade cerebral é alta, mas apenas os olhos e os músculos respiratórios estão ativos. É nesse estágio que os sonhos são mais comuns, vívidos e intensos.
Uma pessoa que não tem um distúrbio do sono alterna entre o sono não-REM e REM, passando por múltiplos ciclos do sono ao longo da noite. Assim, monitorar os ciclos do sono, ao lado das reações do organismo às mudanças nesses ciclos pode ajudar a identificar se há alguma perturbação nos padrões de sono de um paciente.
Quando é indicado fazer?
A polissonografia é indicada quando o médico suspeita da existência de algum distúrbio do sono e quando o paciente apresenta sintomas ou problemas, como:
- Sonolência súbita e incontrolável
- Sono agitado
- Sensação de cansaço e irritabilidade durante o dia
- Acordar durante a noite com frequência
- Ronco excessivo
- Dificuldade para dormir
- Insônia de longa duração e sem explicação
- Sensação de que não consegue se mexer depois de acordar ou adormecer
- Muitos pesadelos
- Perda involuntária de urina durante o sono
- Comportamentos incomuns durante o sono, como andar ou fazer movimentos rítmicos
- Alterações do ritmo cardíaco
Além disso, o médico pode indicar o exame de polissonografia quando suspeita que o paciente tem um problema de saúde, como:
- Apneia do sono ou outro distúrbio respiratório relacionado ao sono
- Distúrbio do movimento periódico dos membros ou síndrome das pernas inquietas
- Narcolepsia (sonolência diurna excessiva)
- Distúrbio comportamental do sono REM
- Insônia crônica
- Sonambulismo
- Bruxismo
- Terror noturno
- Transtornos convulsivos associados ao sono
O pedido de uma polissonografia pode ser motivado ainda por quadros de hipertensão resistente ao tratamento, pois a apneia do sono pode ser uma das causas ocultas da pressão alta.
Obter o diagnóstico correto, descobrir por qual motivo o paciente não consegue ter uma boa noite de sono e identificar se e qual distúrbio do sono ele pode ter é bem importante porque, segundo alerta o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos, os distúrbios do sono também podem aumentar o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e depressão.
Além disso, existe uma ligação entre os distúrbios do sono e um aumento no risco de lesões relacionadas a quedas e acidentes de carro.
Como a polissonografia é feita?
Primeiramente, o paciente é instruído quanto ao que precisa fazer para se preparar para a realização do exame.
Por exemplo, no dia da polissonografia, recomenda-se que ele esteja com a cabeça limpa e seca, sem fazer uso de condicionadores, cremes ou gel. Adicionalmente, o paciente não deve consumir bebidas alcoólicas e com cafeína, como café, chás e refrigerantes, por 48 e sete horas antes do exame, respectivamente.
O paciente também não deve utilizar cremes esfoliantes para o rosto uma semana antes do exame, não deve passar esmaltes de cor escura, deve acordar cedo e não deve tirar sonecas.
Para fazer a polissonografia, o paciente precisa passar a noite em um quarto de um centro médico equipado para monitorar as variáveis fisiológicas que acontecem durante o sono, com estrutura para gravação de áudio e vídeo, quando necessário.
Outra opção é a chamada polissonografia domiciliar, que é feita em casa. Neste caso, o técnico pode ir até a casa do paciente para fazer o preparo do exame e voltar no dia seguinte para retirar o equipamento ou o paciente pode ir até o laboratório para fazer o preparo e voltar para devolver o equipamento quando acordar.
Caso o exame seja conduzido na clínica médica ou em um laboratório, a orientação é que o paciente leve roupas confortáveis para dormir.
Durante o exame, sensores são colocados delicadamente sobre a pele do paciente, com o auxílio de fitas adesivas. Geralmente, esses sensores são eletrodos e um oxímetro nos dedos (aparelho usado para analisar a quantidade de oxigênio no sangue).
Esses sensores são fixados no corpo de um modo que não atrapalhem a movimentação ao longo da noite, para que não haja interferências no sono e na coleta de informações.
Então, ele dorme normalmente e são checados alguns fatores, como atividade elétrica cerebral e muscular, movimento dos olhos, fluxo de ar pelo nariz e pela boca, esforço respiratório e níveis de oxigênio no sangue. O exame tem a duração de uma noite de sono, ou seja, em média oito horas.
O laudo final de uma polissonografia é longo, uma vez que detalha uma série de parâmetros. A interpretação do exame depende de qual condição de saúde o médico está investigando, portanto, essa análise dos resultados deve sempre ser feita pelo profissional de saúde que solicitou o teste.
Há riscos ou incômodos?
A polissonografia ou exame do sono é não invasiva e indolor, portanto, ela é considerada relativamente livre de riscos. Mas, é sempre interessante tirar todas as dúvidas com o médico antes de se submeter ao teste.
O que o exame pode causar, embora seja raro, é uma leve irritação na pele, vermelhidão ou coceira, devido ao contato com a fita adesiva que fixa os eletrodos à pele do paciente.
Além disso, caso faça o teste no centro médico, o paciente pode não se sentir tão confortável para dormir como se sentiria em casa e pode não adormecer com tanta facilidade. Entretanto, isso não costuma modificar os dados da polissonografia.
Contraindicações
Se o paciente estiver com gripe, febre ou tosse no dia da sua polissonografia, a realização do exame deverá ser agendada. Quem fez uma viagem internacional recentemente também pode precisar remarcar o teste, devido ao fuso horário e do efeito jet lag, já que o metabolismo fica fora de ordem em virtude das diferenças no relógio.
Além disso, pacientes que fizeram procedimentos na pele, como peelings, precisam aguardar pelo menos 20 dias antes de se submeter a uma polissonografia.
Fontes e referências adicionais
- Entenda o que é polissonografia e quando é indicado fazer, Instituto do Sono.
- Fases de sono: veja quais são e entenda a importância, Instituto do Sono.
- Polysomnography, Mayo Clinic
- Polysomnography, Handb Clin Neurol. 2019:160:381-392.
- Sleep Study, Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-.
Fontes e referências adicionais
- Entenda o que é polissonografia e quando é indicado fazer, Instituto do Sono.
- Fases de sono: veja quais são e entenda a importância, Instituto do Sono.
- Polysomnography, Mayo Clinic
- Polysomnography, Handb Clin Neurol. 2019:160:381-392.
- Sleep Study, Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-.