A melatonina é um hormônio produzido e distribuído pela glândula pineal, que faz parte da regulação dos ciclos biológicos do organismo. A sua função principal é de sinalizador do sono.
Pesquisadores da Universidade Sophia, em Tóquio, no Japão, realizaram um estudo que apontou que a substância e seus derivados podem melhorar a memória de reconhecimento de objetos a longo prazo.
Além da melatonina, foram analisados os compostos N1-acetil-5-metoxiquinuramina (AMK), um metabólito biológico da melatonina, e a ramelteon, uma droga que liga e ativa o receptor de melatonina.
Além disso, os pesquisadores empenharam-se em compreender o impacto de cinco proteínas distintas no processo de “fosforilação” ou a adição bioquímica de grupos de fosfato às estruturas proteicas, algo que está associado à formação de memórias.
Para isso, uma dose de 1 mg/kg foi administrada em roedores machos treinados. Posteriormente, o comportamento e as imagens do hipocampo dos animais foram observados.
Os testes de memória consistiam na substituição de um dos dois objetos familiares por outro novo ou desconhecido. O tempo que os animais gastaram analisando cada objeto, que serve como boa medida da memória, foi registrado por um observador treinado.
Os pesquisadores observaram que o hormônio e os dois compostos tiveram relação direta com uma melhora a longo prazo na memorização dos ratos.
Segundo o principal autor do estudo e professor do Departamento de Materiais e Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Sophia, Atsuhiko Chiba, os resultados sugerem que a melatonina está envolvida na promoção da formação de memória de reconhecimento de objetos de longo prazo.
Isso se dá por meio da modulação dos níveis de fosforilação de proteínas associadas à memória, como ERK, CaMKIIs e CREB, completou o professor.
Como funciona a melatonina?
À medida que a glândula pineal libera quantidades de melatonina durante a noite e os níveis do hormônio aumentam, os níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse, diminuem.
Então, há uma desaceleração da respiração e uma redução da atividade cardiovascular, da pressão, da frequência cardíaca e da temperatura corporal. Além disso, ocorrem alterações na produção de glicose e insulina. Assim, as pálpebras começam a se fechar e o corpo entra em um estado de relaxamento.
A melatonina funciona como um regulador, desativando as funções diurnas e ativando as noturnas. Ela desempenha a função de enviar sinais ao cérebro, indicando que é o momento de dormir.
Atenção à dosagem
No entanto, a pesquisa testou uma dose superior àquela que foi aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2021, para comprimidos consumidos como suplemento diário, com aproximadamente 0,21 mg.
O uso da melatonina como suplemento pode auxiliar no processo de adormecimento. Mas, conforme a neurologista e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), Márcia Assis, explicou a O Globo, ele geralmente funciona indivíduos que apresentam deficiência do hormônio.
A médica também enfatizou que, embora a melatonina seja uma medicação para insônia, ainda não existem estudos que comprovem que ela é eficaz para tratar a condição.
Quando a sua indicação ocorre, é crucial contar com a supervisão de um médico especializado. Isso porque uma dose superior a 0,5 mg de melatonina em jovens adultos pode aumentar as concentrações do hormônio no sangue.
Ao ser usada acima da dose necessária pelo paciente, a melatonina pode provocar sonolência diurna, confusão mental, irritabilidade, tremores e contribuir para a desregulação do relógio biológico, se ingerida em horários desordenados, advertiu a especialista. As informações são de O Globo.
Você sofre de insônia? Está recebendo algum tratamento para lidar com a questão? Já tinha ouvido falar sobre a melatonina? Comente abaixo!
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