O uso do cigarro eletrônico, conhecido como vape, tem se popularizado no Brasil, especialmente entre os jovens. Esses dispositivos têm diferentes formatos, como cigarro, pen drive ou caneta, e vêm em embalagens atraentes, com vários sabores, sem o cheiro desagradável do cigarro comum.
No entanto, mesmo sendo anunciado como menos prejudicial à saúde, pesquisas e especialistas avisam sobre os perigos do uso do vape. Afinal, o cigarro eletrônico é tão nocivo quanto o convencional. Confira também: Fumar narguilé faz mal? E o eletrônico?
Portanto, para quem já se viciou no vape é bem importante conhecer dicas que podem ajudar a abandonar o cigarro eletrônico.
8 dicas para se livrar do vício
Para se livrar do vício em cigarros eletrônicos, um primeiro passo importante é estabelecer uma data para começar a, gradualmente, parar de usá-los. Outra estratégia que pode ajudar é participar de uma terapia de grupo, sob orientação de um profissional de saúde qualificado. Confira abaixo mais dicas:
- Pratique regularmente exercícios físicos, que liberam endorfina, o hormônio relacionado ao prazer. (veja as 13 atividades físicas que mais queimam calorias)
- Evite ambientes onde outras pessoas fumam
- Consuma bastante água (conheça os 10 benefícios da água, para que serve e propriedades)
- Não desista e recomece em caso de recaída
- Busque apoio médico e familiar
- Conheça os malefícios do hábito de fumar
- Tenha em mente que os sintomas de abstinência duram apenas alguns minutos
- Mastigue balinhas de menta
O vício no uso do vape e seus malefícios
O vape é composto por diversos componentes, como bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido e produzir o vapor inalado pelos usuários.
O líquido presente nos cigarros eletrônicos contém pelo menos 80 substâncias químicas perigosas, que reforçam a dependência da nicotina.
- Veja também: Nicotina faz mal? Adesivos, efeitos e dicas
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), os cigarros eletrônicos representam uma ameaça à saúde pública. Os especialistas dizem que o componente de metal usado para aquecer o líquido no cigarro eletrônico contém metais pesados, como níquel, que são inalados pelos usuários e podem causar câncer.
Segundo o cardiologista Marcelo Cantarelli, o cigarro eletrônico tem feito mais jovens praticaram o hábito do tabagismo, o que é ruim para a saúde deles.
O vape vicia e solta substâncias tóxicas que prejudicam não só os pulmões, mas também os vasos sanguíneos. Isso pode causar problemas sérios, como ataque cardíaco, pressão alta, derrame, asma e doenças pulmonares. Veja também:
- 7 sintomas de ataque cardíaco
- Pressão alta, o que fazer de imediato
- O que é asma exatamente? Principais sintomas e causas
O oncologista Murilo Buso ressalta que, embora atualmente tenhamos conhecimento apenas dos malefícios imediatos do vape, é provável que a relação entre o uso desses dispositivos e o câncer seja comprovada no futuro. Ele enfatiza que cigarro nenhum traz benefícios e que o ideal é não fumar.
Os riscos de usar vape todos os dias
Usar esses dispositivos diariamente causa inflamação em diferentes partes do corpo, incluindo o cérebro, e pode afetar genes, aumentando o risco de problemas de saúde, como a lesão nos pulmões chamada EVALE.
Segundo o neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, o vape pode afetar o corpo de diferentes formas, dependendo da quantidade de nicotina e dos sabores usados. Isso pode influenciar a resposta do corpo a infecções.
Por exemplo, os vapes com sabor de menta tornam as pessoas mais suscetíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana em comparação a outros aromatizantes.
- Confira também: Tratamento para pneumonia bacteriana
O especialista alerta que o uso de cigarros eletrônicos desativa as células imunológicas à medida que os pulmões são constantemente expostos a produtos químicos.
Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer. Mesmo os vapes sem sabor são perigosos, pois contêm aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e nicotina, que são substâncias carcinogênicas.
Um estudo realizado pela Universidade de Duke, nos Estados Unidos, revelou que os produtos utilizados para conferir uma sensação mentolada, ou seja, uma sensação refrescante aos cigarros eletrônicos, contêm níveis perigosos de toxinas.
Várias marcas foram testadas e constatou-se problemas relacionados a essas substâncias, principalmente na Puffbar, uma das marcas mais populares do mundo.
Os cientistas descobriram que os fluidos desses produtos apresentavam níveis das toxinas chamadas WS-3 e WS-23 acima do que é considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essas substâncias são usadas como aditivos alimentares para dar uma sensação refrescante mentolada sem sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas também estão presentes em produtos com sabores de manga ou baunilha. As informações são do Metrópoles.