Uma foto de Meghan Markle usando um adesivo antiestresse produzido pela empresa norte-americana chamada NuCalm no pulso foi publicada em vários sites e redes sociais.
O produto, segundo o site da empresa, é revolucionário e promete reduzir os níveis de estresse sem o uso de medicamentos, “ativando o sistema nervoso parassimpático por meio da conexão com o meridiano do pericárdio do corpo, usando frequências eletromagnéticas específicas de neurotransmissores inibitórios para interromper o eixo HPA e regular o tônus simpático”.
Segundo a NuCalm, ela é autorizada pela FDA, o órgão norte-americano que regula medicamentos e alimentos, desde 2019. Entretanto, o regulador afirma que não tem conhecimento sobre nenhuma medicação comercializada com o nome comercial NuCalm Biosignal Processing Disc, e na lista de estabelecimentos e dispositivos registrados da FDA, foram encontrados apenas dois registros com referência a NuCalm: um estimulador neurológico transcutâneo para aliviar a dor e um estimulador cranial de eletroterapia para o tratamento de insônia e/ou ansiedade.
Portanto, especialistas apontam que esse dispositivo não tem resultados comprovados e desencorajam o seu uso, visto que se baseia na atuação de um meridiano e em uma pseudociência, que não possui estudos na medicina que comprovem sua eficácia e utilidade.
Técnicas de medicina alternativa, em especial a acupuntura, têm sido alvo de estudos científicos ao longo de muitos anos. No entanto, a qualidade das evidências que está sendo coletada nesses estudos tem sido alvo de críticas.
Em 2019, foi publicada uma análise que apontava que a qualidade dos estudos reunidos era extremamente baixa, após 10 revisões sistemáticas sobre o uso da acupuntura para o tratamento da ansiedade serem verificadas, e constatou-se a necessidade de serem feitas novas pesquisas com alta qualidade sobre o assunto.
Uma especialista em psiquiatria e medicina do trabalho observa que a falta de estudos robustos sobre o tema levanta preocupações sobre o potencial de dispositivos e terapias desse tipo causarem um ‘efeito placebo’ nos pacientes, onde os indivíduos podem acreditar firmemente que esses métodos terão resultados.
A especialista lembra que também existem outros tipos de adesivos que prometem a redução de estresse, mas que também não têm nenhuma comprovação.
Quais sintomas estão associados ao estresse e como tratar?
A psiquiatra explica que o estresse é uma emoção natural, uma reação humana perante uma situação de desconforto que pode ser um impulso para o dia a dia, mas que também pode se tornar uma doença quando a pessoa fica em um estado de nervosismo, inquietação e frenesi constante em relação ao futuro.
Os sintomas do estado de ansiedade se tornam debilitantes e passam a atrapalhar a rotina do paciente, tanto de maneira física quanto psicológica, sendo necessária a busca por acompanhamento médico.
O tratamento pode seguir duas abordagens: com remédios para estresse ou com a gestão do estresse. Para uma parte da comunidade médica, existem maneiras de aprender a lidar com o estresse através da psicoterapia, técnicas de gerenciamento e redução do estresse, meditação e uma boa higiene do sono, além de adotar um estilo de vida mais saudável. Com isso, espera-se que o paciente aprenda a viver e a superar os problemas.
Vale ressaltar que, se comprovados os efeitos, esses dispositivos apenas poderão reduzir os sintomas negativos do estado de estresse, e não reduzir o estado ou evitar as causas que o provocam. Além disso, o uso de medicamentos não deve ser considerado prejudicial à saúde quando utilizado em um tratamento com a orientação médica adequada.
Você se considera uma pessoa estressada? Você faz algum acompanhamento médico para melhorar esse quadro? Já recorreu a algum método terapêutico alternativo? Comente abaixo!
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