Alimentação Alcalina – O Que é, Benefícios, Alimentos e Dicas

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Uma dieta que consiste principalmente de alimentos alcalinos, em uma taxa de aproximadamente 70%-80%, pode melhorar a qualidade de vida, segundo uma corrente de especialistas.

Mas o que é essa tal de alimentação alcalina? Para entendermos isso, precisamos falar um pouquinho sobre o pH. O pH do corpo humano é de um estado mais alcalino do que ácido.

O pH é uma escala que vai de zero a 14 e serve para determinar o nível de acidez: zero representa o mais ácido, 14 o mais alcalino e 7 corresponde a um valor neutro. Ou seja, o estado alcalino está no oposto de um estado ácido.

O nosso organismo está sempre tentando manter o equilíbrio em um pH de 7,365 – que é ligeiramente alcalino. Quando o corpo encontra-se em um estado muito ácido, ele vai buscar esse equilíbrio e, para isso, extrai nutrientes dos ossos.

A teoria da dieta alcalina é que o consumo de alimentos que fazem com que o corpo produza ácido faz mal para o organismo. Essa a tese por trás da alimentação alcalina. Conclui-se, então, que ela prega que dar preferência aos alimentos alcalinos em detrimento de uma alimentação ácida é melhor para a saúde.

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Os benefícios prometidos pela alimentação alcalina 

Quando o corpo está em um estado alcalino, ele fica menos propenso ao dano celular e a doenças. Outros benefícios prometidos pela dieta são a perda de peso e ajudar a evitar problemas de saúde como a artrite e o câncer.

A alimentação alcalina também alega auxiliar o organismo a manter o seu nível de pH sanguíneo.

Os alimentos alcalinos

Itens como suco verde, folhas verdes, pepino, limão, melão e sementes de chia são alguns dos alimentos que mais produzem alcalinidade e que ajudam o corpo a restaurar o seu equilíbrio neste sentido.

A lista de alimentos alcalinos também inclui: figo, melaço, amêndoa, beterraba, tâmara, aipo, meloa, alho, salsa, pimenta-de-caiena, vegetais crucíferos como brócolis e couve-flor, rabanete, cenoura, banana e tomate, entre outros.

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De maneira geral, frutas e vegetais, soja e tofu, algumas nozes, sementes e legumes que promovem a alcalinidade são permitidos dentro de uma alimentação alcalina. O método também prega a ingestão de bastante água.

Por outro lado, os alimentos processados, os produtos laticínios, a carne convencional e o café são alguns dos itens que mais produzem ácido e vão na direção oposta da alimentação alcalina. Neste sentido, o refrigerante e as bebidas alcoólicas também devem ser evitadas a todo custo.

A dieta alcalina também impede o consumo de cafeína, ovos, da maioria dos grãos, de enlatados, embalados, comidas de conveniência como os congelados, de pães, doces e até mesmo da carne magra e dos produtos laticínios com baixo teor de gordura.

Veja mais: Lista completa de alimentos alcalinos e ácidos.

Será que a alimentação alcalina funciona?

Ainda que a dieta prometa manter o nível de pH sanguíneo, nada do que uma pessoa come é capaz de mudar substancialmente o pH do sangue, já que é o próprio organismo o responsável por trabalhar para manter esse nível constante.

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Ainda assim, os alimentos que a dieta alcalina prega que sejam consumidos – muitas frutas e vegetais, além do consumo de bastante água – fazem bem e apoiam uma perda de peso saudável.

Essa escolha de frutas e vegetais em detrimento de comidas mais calóricas e gordurosas e dos alimentos prontos que costumam ser cheios de sódio faz bem para a saúde do coração porque ajuda a diminuir a pressão arterial e o colesterol, que são justamente grandes fatores de risco para a doença no coração.

Evitar açúcar, bebidas alcoólicas e alimentos processados também são conselhos saudáveis para a perda de peso, e ter um peso saudável é importante para a prevenção e o tratamento de problemas como diabetes e osteoartrite (inflamação articular que também atinge o osso).

Existem evidências iniciais de que uma dieta com baixo teor de alimentos que produzem ácidos como carne, queijo e pães e rica em frutas e vegetais pode ajudar a prevenir cálculo renal, manter os ossos e os músculos fortes, melhorar a saúde do coração e a função cerebral, diminuir a dor na lombar e a redução do risco de desenvolvimento de diabetes do tipo 2.

Entretanto, os pesquisadores ainda não têm certeza a respeito de algumas dessas alegações. Portanto, não podemos aceitar todos esses benefícios como definitivos.

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Em relação ao câncer, alguns estudos indicaram que um ambiente alcalino pode fazer com que determinados remédios da quimioterapia sejam mais eficientes ou menos tóxicos. No entanto, não foi provado que uma dieta alcalina pode provocar esse efeito ou ajudar a prevenir o câncer.

Quem já sofre com câncer precisa conversar com seu médico ou nutricionista a respeito das necessidades da sua alimentação antes de iniciar qualquer tipo de dieta. Até porque em um período tão delicado como o tratamento contra o câncer é preciso ter certeza antes de acreditar nas promessas de uma dieta e aderir a ela, não é mesmo?

Os riscos e as dificuldades da alimentação alcalina

O consumo de proteínas dentro da alimentação alcalina é limitada a fontes vegetais como soja e tofu, assim como a ingestão de cálcio pode ser prejudicada, já que a dieta vai contra o consumo de produtos laticínios.

A dieta sem carne e sem outros derivados de animais também pode provocar a deficiência de vitamina B12. Assim, quem segue essa dieta precisa ter um extremo cuidado em relação ao fornecimento desses nutrientes ao seu organismo para que não sofra deficiências nutricionais.

Portanto, antes de aderir a uma alimentação alcalina por conta própria, consulte um nutricionista e converse com ele a respeito de como você pode seguir a dieta sem prejudicar o fornecimento dos nutrientes e da energia que o seu corpo requer para funcionar corretamente.

Confirme também com o profissional se a alimentação alcalina não é contraindicada para você, principalmente se você estiver grávida ou em processo de amamentação de seu bebê, for criança, adolescente ou idoso ou tiver alguma doença ou condição específica de saúde.

Pode ser que com a ajuda dele, você encontre uma forma mais amena da alimentação alcalina, em que consome mais alimentos alcalinos e diminui a ingestão dos ácidos, porém, sem retirar esses últimos de uma vez por todas da dieta, principalmente aqueles que servem como fontes de nutrientes que o organismo necessita para funcionar.

Há ainda a alternativa de utilizar suplementos alimentares para completar o fornecimento de nutrientes que a alimentação alcalina não é capaz de oferecer por si só. Entretanto, a escolha desses suplementos deve ocorrer pelo médico ou nutricionista, que saberá determinar qual é mais indicado para o caso de cada pessoa.

Uma dieta que impede o consumo de alimentos que são os favoritos de muita gente como carne, pão, doces e produtos laticínios, que costumam ser permitidos em moderação dentro de outros planos alimentares não pode ser considerada fácil de ser seguida.

Isso tudo traz o desafio de ter que preparar os próprios alimentos em casa e com antecedência ou de sair em busca de uma empresa que faça as refeições do jeito que precisa, cumprindo as regras da dieta. De qualquer forma, isso pode ser um pouco inviável para quem tem uma rotina corrida.

Você já tinha ouvido falar da alimentação alcalina? O que achou dos benefícios desse tipo de dieta? Pretende experimentar? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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