Como se não bastassem tantos “motivos” para alguém virar de repente alvo de bullying, ultimamente, nos Estados Unidos, uma nova categoria de pessoas virou foco de ataques: as que bebem leite de vaca.
Racismo, xenofobia, status social, intolerância religiosa, homofobia… Enfim, muitas podem ser as causas do bullying, um problema há tanto tempo combatido, sem sucesso, e que pode, dentre tantos danos, levar uma pessoa até a cometer suicídio.
Agora, no entanto, uma nova categoria vem sendo vítima de ataques de todos os tipos, preocupando as autoridades americanas que, inclusive, vêm fazendo campanhas para combater mais esse tipo de bullying: pessoas que bebem leite de vaca.
Milk shaming é como vem sendo chamado esse bullying, gerando campanhas no país, com o intuito de defender a bebida, e quem a consome, claro.
Os usuários mais atentos do TikTok, já devem ter percebido, inclusive, como os norte-americanos estão se dividindo entre os que xingam ou debocham de quem consome o produto e os que querem apenas tomar seu leite em paz.
Em resposta a esse crescente movimento, o setor da pecuária leiteira nos Estados Unidos se uniu para criar campanhas e conscientizar sobre o milk shaming e a importância do leite de vaca, dentre elas, uma estrelada pela rapper, atriz, compositora, produtora de televisão, produtora musical, comediante e apresentadora Queen Latifah.
Vale saber que esse movimento não surgiu do nada, na verdade, tal mentalidade foi impulsionada por um marketing agressivo contra o setor lácteo nos Estados Unidos, com adesão de empresas que comercializam leite de origem vegetal.
Para quem não sabe, nos Estados Unidos, esses grupos são conhecidos como “anti dairy“, ou “contra os laticínios” (em português).
Segundo pesquisas, existem por trás desse bullying três crenças principais: a emissão de gases do efeito estufa (na qual a produção da carne seria mais preocupante, maus-tratos aos animais (a maioria dos produtores preza pelo bem-estar dos animais, até para que possam produzir mais leite), os possíveis danos ao nosso corpo, que não seria feito para consumir leite (o que depende de pessoa para pessoa, considerando diferentes fatores, desde a genética, digestão, quantidade e qualidade).
O fato é que não é de hoje que existem grupos como o anti dairy: há décadas que as pessoas estão repensando a nossa relação com os alimentos e o meio ambiente. No caso, segundo pesquisas, o milk shaming seria impulsionado principalmente pelas gerações Y (nascidos entre 1980 e 1995) e Z (nascidos entre 1995 e 2010).
Nesse sentido, à medida que a informação de que o leite é ruim para o meio ambiente foi disseminada, as gerações Y e Z acabaram comprando e defendendo essa ideia.