Cuidar do Intestino é Mais Importante que Contar Calorias, Açúcares e Gorduras, Segundo Especialista

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Qualquer pessoa que deseja e/ou necessita perder peso e manter preservada a saúde do seu organismo já deve ter escutado uma vez na vida a recomendação de controlar a sua ingestão de calorias, açúcares e gorduras ruins.

É bem verdade que o excesso desses três faz mal tanto para a saúde e para a boa forma. Mas quantas vezes alguém deu o conselho de cuidar bem do intestino?

Pois é, para o geneticista e professor da universidade inglesa King’s College de Londres Tim Spector, no lugar de contar calorias e seguir dietas restritivas, o segredo é alimentar os micróbios que habitam o intestino.

O geneticista explicou que existem aproximadamente 100 trilhões de micróbios no organismo, mais precisamente na porção do intestino chamada de cólon. Spector afirmou que isso não inclui somente as bactérias do bem, justificando que também existem vírus e fungos que contribuem com a saúde do organismo humano.

Esses micróbios são conhecidos por contribuírem com o processo de digestão de alimentos, por serem importantíssimos para o sistema imunológico e por fornecerem boa parte das vitaminas e substâncias químicas. Além disso, tem surgido pesquisas que sugerem que o microbioma pode influenciar até mesmo no modo pelo qual o organismo responde aos medicamentos.

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O professor da King’s College também afirmou que o microbioma de cada pessoa é único, motivo pelo qual cada indivíduo responde de uma maneira diferente em relação aos alimentos. Hoje em dia, os especialistas já podem conduzir testes para avaliar o intestino de uma pessoa e determinar se ele possui algum tipo de anormalidade.

A previsão de Spector é que em alguns anos os médicos sejam capazes de utilizar ferramentas para auxiliar os seus pacientes a compreender melhor a saúde do intestino, assim como acontece com a pressão arterial e com a densidade óssea, por exemplo. A esperança é que isso poderá impedir que as pessoas façam autodiagnósticos de intolerâncias, um fenômeno que faz com que alguns cortem as proteínas do glúten de sua dieta, mesmo que não sejam pacientes celíacos.

Mas o que toda essa história e importância do microbioma tem a ver com o padrão de dieta de uma pessoa? É que são justamente os alimentos que um indivíduo consome que afetam a saúde do seu microbioma.

A opinião de geneticista pode soar como polêmica: ele acredita que a pessoa pode comer a quantidade que desejar de alimentos, desde que cuide dos seus micróbios naturais. A lista de alimentos conhecidos por estimularem o microbioma do intestino, que também podem ser chamados de alimentos probióticos, inclui iogurte natural sem açúcar ou adoçantes, sopa de missô, tempeh (soja fermentada) e kimchi (salada fermentada coreana à base de acelga).

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Entretanto, para quem está assustado com a ideia que comer a quantia de comida que quiser, calma que o professor da King’s College se explicou melhor: Spector é contra excluir da dieta os alimentos de verdade (aqueles que seguem o significado da palavra “alimento” ao pé da letra).

Para ele, as regras que todos podem seguir para promover um microbioma diverso abrangem: comer alimentos de verdade – não alimentos processados -, aumentar a sua ingestão de fibras e seguir uma dieta com diversidade.

Com isso, a ideia é que uma pessoa comum possa consumir produtos laticínios, carboidratos e quantidades pequenas de carne diariamente e que o melhor tipo de dieta é aquela que é variada, em que os mesmos alimentos não estão presentes diariamente.

O geneticista também aconselhou a consumir sete porções de frutas e vegetais diariamente no lugar das cinco porções que costumam ser recomendadas, o que deve incluir ervas e sementes cruas. Outro conceito polêmico é o de pular refeições, baseando-se na tese de que isso pode auxiliar os micróbios a limparem o intestino, tornando-o mais eficiente.

Spector ainda defendeu que os antioxidantes polifenóis, que estão presentes na composição do azeite de oliva, também são importantes. As informações são do Independent UK.

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É necessário ponderar

Antes de seguir o modelo proposto pelo professor da King’s College é aconselhável ter um acompanhamento com o nutricionista, uma vez que não é todo padrão de dieta que funciona para todas as pessoas.

Por exemplo, consumir alimentos na quantidade que desejar pode significar cometer excessos na dieta – e como você já deve ter ouvido falar, tudo em excesso faz mal. Mesmo quando se trata de alimentos saudáveis, isso pode gerar um acúmulo de calorias, uma vez que algumas comidas podem ser saudáveis e calóricas ao mesmo tempo, como é o caso do abacate e das nozes, por exemplo.

Além disso, a ideia de pular refeições necessita ser ponderada com muita cautela, uma vez que deixar de comer pode ser bastante prejudicial em relação ao fornecimento de nutrientes ao organismo e ao seu abastecimento de energia, fatores necessários para que o corpo mantenha-se saudável, funcione adequadamente e dê conta de cumprir com todas as atividades do dia a dia.

Ao ficar sem comer mesmo que por uma única refeição, algumas pessoas podem apresentar dificuldades para trabalhar, estudar, praticar exercícios físicos ou executar outras tarefas que fazem parte da sua rotina.

Até mesmo a elevação da ingestão de fibras precisa ser abordada de maneira cuidadosa, pois embora as fibras tragam diversos benefícios para a saúde, aumentar o consumo do nutriente muito rapidamente pode provocar efeitos colaterais como gases, inchaço e cólicas, por exemplo, conforme informou o MedlinePlus, portal dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

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Aproveite para conferir o vídeo da nossa nutricionista mostrando algumas formas de emagrecer sem contar calorias:

Fontes e Referências Adicionais

Você já tentou cortar calorias, açúcares e carboidratos da dieta e não obteve grandes resultados? Pretende cuidar com mais atenção do seu intestino? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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