De acordo com informe do dia 16 de junho, terça-feira, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), temos um motivo para nos animar quanto a luta contra a COVID-19: segundo a instituição, resultados preliminares de um estudo da Universidade de Oxford na Inglaterra apontaram que a dose de 6 mg do corticoide dexametasona via oral ou endovenosa (através da veia) uma vez ao dia ao longo de 10 dias demonstrou uma redução de mortalidade de 1/3 (ou 33,3%) dos pacientes com COVID-19 que se encontravam em ventilação mecânica.
Foi observada ainda a diminuição da mortalidade (em 28 dias) de 1/5 ou 20% dos pacientes que necessitavam de oxigênio mas não estavam em ventilação mecânica, acrescentou a organização. Para a SBI, a conclusão prática do estudo é que o uso de dexametasona é indicado para todo paciente de COVID-19 que estiver em ventilação mecânica e necessitar de oxigênio fora da unidade de terapia intensiva (UTI).
A instituição ressaltou que a pesquisa da Universidade de Oxford foi um estudo randomizado com grupo de controle. Para a organização, são justamente os estudos randomizados e com grupo de controle que devem nortear a conduta de como tratar a doença provocada pelo novo coronavírus.
Medicamento não é para todos os pacientes com COVID-19
Mas atenção: a Organização Mundial da Saúde (OMS) também divulgou um comunicado a respeito do estudo com a dexametasona e advertiu que os benefícios com o medicamento foram vistos em pacientes severamente doentes devido ao novo coronavírus, mas que não foram observados em pessoas com quadros mais leves de COVID-19.
O corticoide não parece ajudar as pessoas com os sintomas do novo coronavírus de grau mais ameno que não precisam de ajuda com a sua respiração. Além disso, o remédio também não é indicado como uma medida de prevenção contra a COVID-19.
Portanto, ninguém deve sair correndo para comprar o remédio como forma de tentar se prevenir contra o novo coronavírus ou de curar um quadro leve da doença. Dexametasona deve ser utilizado para o tratamento da COVID-19 apenas quando o médico que acompanha o caso indicar e sempre conforme as orientações do profissional.
Além de poder ser ineficiente, automedicar-se com dexametasona é perigoso, uma vez que o remédio possui contraindicações e efeitos colaterais e que é praticamente impossível determinar por conta própria a dosagem adequada e segura do remédio para o seu próprio caso, mesmo o corticoide sendo um medicamento barato e de acesso universal.
O remédio é usado desde a década de 60 para diminuir a inflamação associada a uma séries de condições de saúde como distúrbios inflamatórios e determinados tipos de câncer, apontou a OMS.
Já para prevenir-se contra a contaminação pelo novo coronavírus, o melhor é seguir todas as medidas preventivas contra o vírus já conhecidas, como evitar sair de casa, lavar as mãos com água e sabão ou passar álcool em gel 70%, usar máscaras faciais sempre que precisar sair, manter uma distância de dois metros para outras pessoas, cobrir o rosto com um lenço descartável ou com o antebraço ao tossir e espirrar, não tocar os olhos, nariz ou boca com as mãos, evitar contato direto como beijos, abraços e apertos de mão com outras pessoas, manter os ambientes bem ventilados e não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos e garrafas.
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.who.int/news-room/detail/16-06-2020-who-welcomes-preliminary-results-about-dexamethasone-use-in-treating-critically-ill-covid-19-patients
- https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/137/2020/06/f590ba9af0faf1a1490ef0b5f945b9c136dceba586b6fa18b86852927fe72b54.pdf
- https://coronavirus.jhu.edu/map.html