Dicloridrato de betaistina: para que serve, como age, como tomar e efeitos colaterais

O dicloridrato de betaistina é um medicamento indicado para o tratamento da síndrome de Ménière, pois age como um anti-vertiginoso, aliviando a tontura, náuseas, vômitos e o zumbido no ouvido. Esse princípio ativo melhora a circulação sanguínea dentro do ouvido e reduz a pressão interna causada pelo acúmulo de líquido no ouvido interno. 

O dicloridrato de betaistina é o princípio ativo de medicamentos encontrados em farmácias e drogarias com os seguintes nomes comerciais: Labirin®, Betaserc®, Betina® e Betadine®.   

Veja para que serve o dicloridrato de betaistina, como ele age, como tomar, quais são as possíveis interações medicamentosas e efeitos colaterais, e quem não deve tomar este medicamento. 

Para que serve o dicloridrato de betaistina

O dicloridrato de betaistina é indicado no tratamento da síndrome de Ménière, para alívio dos seguintes sintomas: 

• Vertigem: uma sensação de tontura e mal-estar, que pode estar acompanhada de náuseas e vômitos.
• Zumbido no ouvido
• Perda de audição (surdez flutuante) ou dificuldade para ouvir claramente, como se o ouvido estivesse tampado ou entupido, veja outras causas para esse problema.

O cloridrato de betaistina também pode ser prescrito por médicos e médicas otorrinolaringologistas ou neurologistas para tratar a sensação de tontura, por outras causas que não a síndrome de Ménière. Veja quais são os tipos de tontura e outras possíveis causas.

A sensação de tontura é um sintoma que indica uma disfunção do ouvido interno, responsável por controlar o equilíbrio. Este problema é tratado na medicina como vertigem do sistema vestibular e inclui sintomas como:

• Tontura rotatória
• Oscilopsia: sensação de que o ambiente ao seu redor está se movendo.
• Náuseas
• Vômito
• Nistagmo: repetidas oscilações involuntárias e rítmicas dos olhos.

Como o dicloridrato de betaistina age

A betaistina é uma substância que age no ouvido interno, melhorando o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão no ouvido, típicos da síndrome de Ménière. 

Também chamada de hidropsia endolinfática, a síndrome de Ménière é causada pelo acúmulo de endolinfa, um líquido presente dentro do labirinto do ouvido interno, que promove o aumento de pressão dentro do ouvido. Esta síndrome atinge principalmente mulheres entre 30 e 50 anos de idade.

Esta síndrome é pouco comum e pode ocorrer devido a distúrbios autoimunes, inflamações no ouvido, sífilis e traumatismo craniano.

Como o dicloridrato de betaistina reduz a pressão dentro do ouvido, o medicamento alivia os sintomas de vertigem, náuseas, vômito e zumbido no ouvido. Os resultados do tratamento podem ser observados com algumas semanas de uso, mas, em alguns casos, somente com meses de tratamento.

Quando o tratamento com dicloridrato de betaistina é iniciado na fase precoce da síndrome de Ménière, há maiores chances da doença não progredir e de evoluir para a perda de audição, que pode ocorrer em fases avançadas da doença. 

Como tomar o dicloridrato de betaistina

O dicloridrato de betaistina é indicado para adultos e deve ser tomado com água, de preferência após uma refeição, para evitar qualquer desconforto no estômago. 

A frequência de tomada do medicamento depende da dose, sendo que ambas serão indicadas pelo seu médico ou médica. Normalmente, as indicações são essas:

• Dicloridrato de betaistina de 8 mg: tomar 3 vezes ao dia, a cada 8 horas.
• Dicloridrato de betaistina de 16 mg: tomar meio comprimido ou um comprimido inteiro a cada 8 horas, 3 vezes ao dia. 
• Dicloridrato de betaistina 24 mg: tomar 2 vezes ao dia, a cada 12 horas.
• Dicloridrato de betaistina 32 mg (Betadine XR): 1 comprimido por dia, pois é de ação prolongada. 
• Dicloridrato de betaistina 48 mg (Betadine XR): também de ação prolongada, deve ser tomado apenas 1 vez ao dia. 

É muito importante que você tome o comprimido sempre nos mesmos horários, todos os dias. Fazendo isso, você mantém o medicamento sempre presente e circulando em seu organismo, prevenindo a ocorrência de novas crises de vertigem ou a piora dos sintomas. 

Se você esquecer de tomar um comprimido, pule essa dose e tome a próxima, no horário programado. Não tome dose dobrada do medicamento, para compensar o esquecimento. 

No caso dos comprimidos de ação prolongada, você pode tomar o medicamento até 6 horas depois do horário programado, em caso de esquecimento. Se você se lembrar de tomar o medicamento depois desse período, pule a dose e tome somente a do dia seguinte, no horário programado. 

Interações medicamentosas com o dicloridrato de betaistina

Sempre que você for a uma consulta médica em que um tratamento medicamentoso será escolhido, informe ao médico ou médica sobre todos os medicamentos que você estiver utilizando, inclusive os fitoterápicos. 

No caso do tratamento com o dicloridrato de betaistina, é importante relatar o uso de:

• Anti-histamínicos: remédios indicados para tratar reações alérgicas. O dicloridrato pode diminuir a ação dos anti-histamínicos e vice-versa. 
• Inibidores de monoaminaoxidases (IMAOs): medicamentos usados no tratamento de depressão e doença de Parkinson. 

Contraindicações do dicloridrato de betaistina

O cloridrato de betaistina é contraindicado para pessoas que possuem hipersensibilidade a esse princípio ativo ou a qualquer um dos outros componentes do medicamento: celulose microcristalina, manitol, ácido cítrico, talco e dióxido de silício. 

O medicamento também está contraindicado para quem tem tumor da glândula adrenal, chamado de feocromocitoma. 

Todas as pessoas precisam de prescrição médica para usar o cloridrato de betaistina, mas, principalmente, as gestantes e lactantes. Como não há dados de segurança suficientes para esses grupos, o uso de qualquer medicamento sempre deve ser feito com cautela e com supervisão médica. 

Pessoas que têm asma e gastrite ou úlcera gástrica devem relatar isso ao médico ou médica antes de iniciar um tratamento com dicloridrato de betaistina, pois os efeitos colaterais são mais comuns nesses grupos. 

Possíveis efeitos colaterais o dicloridrato de betaistina

O dicloridrato de betaistina é um medicamento seguro, mas pode causar alguns efeitos colaterais principalmente em pessoas com asma ou gastrite/úlcera. 

As reações mais comuns, que estão presentes em cerca de 1 a 10% das pessoas que usam o medicamento são: 

• Dispepsia: sintomas de indigestão, como queimação, inchaço e desconforto abdominal, azia e náuseas.
• Dor de cabeça
• Sensação de mal-estar

Por isso, é aconselhado que não se tome o medicamento de estômago vazio, para evitar os desconfortos gástricos. De preferência, tome o remédio após alguma refeição. 

Os sinais que indicam que você pode ter desenvolvido uma reação alérgica ao dicloridrato de betaistina ou a outro componente do medicamento são: 

• Erupções avermelhadas na pele, que podem coçar. 
• Inchaço do rosto, dos lábios, da língua ou do pescoço.
• Queda da pressão arterial
• Perda de consciência
• Dificuldade para respirar

Fontes e referências adicionais

• Betaistina no tratamento do zumbido em pacientes com distúrbios vestibulares, Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 2011; 77(4): 499-503.
• Reabilitação vestibular – uma importante proposta para o manejo das vestibulopatias: Relato de Caso, Revista de Saúde, 2019; 10(2): 49-55.
• Doença de Ménière: importância do diagnóstico precoce para um bom prognóstico, Revista Multidisciplinar em Saúde, 2020; 1(2): 79.

Você já usou o dicloridrato de betaistina para tratar vertigem? Em quanto tempo os seus sintomas melhoraram? Teve algum efeito colateral? Comente abaixo!

Foi útil?

Loading...