A aparição de novas variantes do coronavírus deixou o mundo em estado de alerta, levando muitos a questionarem se as linhagens EG.5 da Ômicron e a BA.6 seriam capazes de abalar a estabilidade mundial mais uma vez.
Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a EG.5, que foi registrada pela primeira vez em fevereiro deste ano, como uma variante de interesse (VOI).
Simultaneamente, especialistas têm monitorado o surgimento da variante apelidada de BA.6, que possui três casos confirmados na Dinamarca e em Israel.
O pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri explicou ao Metrópoles que o surgimento de novas variantes, como a EG.5 e a BA.6, é esperado e que novas ondas de COVID vão ocorrer.
Assim como acontece em casos de gripe, os mais afetados serão as pessoas não vacinadas. Da mesma forma, aqueles com mais idade ou que têm fatores de risco para a doença estarão mais vulneráveis, completou.
Dados da OMS divulgados na sexta-feira (11/08) apontaram 1,5 milhão de novos casos de COVID-19 no mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, representando um aumento de 80% em relação ao mês anterior.
Contudo, a organização acredita que o número de novos infectados pode ser bem maior, visto que o monitoramento da doença pelo coronavírus não está sendo realizado com tanta intensidade. Por outro lado, o número de mortes teve uma redução de 57%, totalizando 2,5 mil óbitos nos últimos 28 dias.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou em uma coletiva de imprensa na uarta-feira (09/08) que as chances de ter a forma grave da doença e morrer são menores do que há um ano.
Segundo ele, isso se deve ao aumento da imunidade da população por vacinação, infecção ou pelos dois e ao diagnóstico precoce com um melhor atendimento clínico.
Entretanto, Ghebreyesus acrescentou que o vírus continua circulando em todos os países, causando mortes e sofrendo mutações.
Consequentemente, a OMS segue rastreando as variantes, incluindo a EG.5, também conhecida como Éris, que já foi detectada em cerca de 51 países. Ele ressaltou que permanece a possibilidade de aparecer uma variante mais perigosa, capaz de provocar um aumento repentino de infectados e óbitos.
Apesar da variante ainda não ter sido identificada no Brasil, o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, acredita que a sua entrada no país é questão de tempo, pois linhagens relacionadas já foram detectadas em países da América do Sul. Ele enfatizou a importância de continuar a se fazer a vigilância epidemiológica da atividade do vírus.
Sintomas
As pesquisas realizadas até então não mostram se a nova variante pode ser mais agressiva para os humanos ou se tem a capacidade de contornar a resposta imunológica gerada pelas vacinas. O virologista explicou que o cenário ainda é recente e está em processo de investigação.
Entretanto, os sintomas apresentados pelos pacientes contaminados pela EG.5 são muito semelhantes aos que surgem em outras linhagens da variante Ômicron, incluindo febre, mal-estar, coriza, perda do olfato e perda do paladar.
Ter o esquema de vacinação contra a COVID-19 completo é extremamente importante, com pelo menos três doses e a quarta dose com a bivalente para adultos com 18 anos ou mais, além dos reforços para os grupos de risco. As informações são do Metrópoles.