Algumas pessoas deixam hábitos saudáveis caírem no esquecimento depois de iniciarem medicamentos para colesterol alto ou pressão alta, segundo um novo estudo.
Dos mais de 41.000 finlandeses de meia-idade que participaram do estudo, aqueles que começaram a tomar medicamentos para colesterol ou remédios para pressão alta tinham maior probabilidade de parar de se exercitar ou de ganhar peso nos anos seguintes.
O estudo não prova que os medicamentos, por si só, tornam as pessoas relaxadas com o estilo de vida, disse a pesquisadora principal Maarit Korhonen, professora adjunta da Universidade de Turku, na Finlândia, mas os resultados sugerem que os médicos devem fazer um trabalho melhor ao enfatizar a importância de hábitos saudáveis.
É muito importante ressaltar que esses medicamentos são eficazes, mas não eliminam a necessidade de dieta e exercício saudáveis.
Hábitos saudáveis, na realidade, podem ajudar as pessoas a manter suas doses de medicamentos mais baixas, o que pode limitar efeitos colaterais, ou até mesmo eliminar a necessidade de uso dos mesmos no futuro.
Ainda mais importante, comer alimentos nutritivos e fazer exercícios físicos melhora a saúde geral de várias maneiras – do controle de peso à própria redução da pressão sanguínea, do colesterol e do açúcar no sangue.
No entanto, parece que os pacientes que tomam esses remédios não estão levando em conta essas diretrizes.
O estudo, publicado no Journal of American Heart Association, envolveu 41.225 adultos finlandeses com 40 anos ou mais.
Durante 13 anos, os participantes foram pesquisados pelo menos duas vezes sobre seus hábitos de vida e seu peso. A equipe de Korhonen também rastreou novas prescrições de medicamentos.
Em média, as pessoas que começaram a tomar medicamentos para colesterol (estatinas) ou para pressão arterial haviam ganhado mais peso no momento em que foram pesquisados novamente em comparação com aqueles que ficaram não começaram a tomar esses medicamentos.
Suas chances de se tornarem obesas eram 82% maiores, disseram os pesquisadores.
Os próprios usuários de medicamentos relataram uma queda nos níveis de atividade diária – eram 8% mais propensos a se tornar sedentários, enquanto os que não os tomavam mantiveram-se constantes na sua rotina de exercícios físicos.
No entanto, vale registrar que também houve boas notícias: as pessoas que começaram a tomar medicamentos tinham 26% mais chances de parar de fumar e, em média, reduziram a ingestão habitual de álcool.
Vale ressaltar que o tabagismo é um importante fator de risco para doenças cardíacas e um hábito difícil de quebrar. Portanto, aproveite e confira dicas de como parar de fumar naturalmente, se essa é uma dificuldade pela qual você passa.
Como já abordamos, o estudo foi realizado na Finlândia e não está claro se os resultados se traduziriam em outros países, observaram os autores. Porém, algumas pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos e na Coréia encontraram resultados semelhantes.