Um estudo realizado por cientistas canadenses apontou uma possível explicação para aqueles momentos em que sentimos um desejo irresistível por alimentos gordurosos, como batatas fritas.
De acordo com a pesquisa publicada na revista PNAS na segunda-feira (17/07), esse desejo pode estar relacionado a inflamações no cérebro que levam a uma fome compulsiva e a um desejo específico por opções ricas em gordura.
Inflamações no hipotálamo e o ciclo vicioso da obesidade
O estudo, que é da Universidade de Newfoundland, indicou que pode haver uma conexão entre inflamações no hipotálamo e esse desejo por comidas gordurosas.
O pior é que a pesquisa também apontou que quanto mais gordura uma pessoa consome, mais essa área do cérebro se inflama e maior é o desejo por alimentos que levam a um rápido acúmulo de peso. Com isso, é produzido um ciclo vicioso contribui para a obesidade.
No estudo, que foi feito com ratos modificados com hormônios humanos, os pesquisadores observaram que o hipotálamo sofre alterações quando há inflamações cerebrais.
Inclusive, o hipotálamo é responsável por secretar o hormônio concentrador de melanina (MCH), que tem as funções de aumentar a fome e reduzir o gasto energético.
Esse hormônio é produzido para que o organismo se prepare para períodos de escassez e acumule energia, assim como um urso se prepara para hibernar.
A interação perigosa entre substâncias cerebrais e alimentos gordurosos
De acordo com os pesquisadores, quando consumimos alimentos gordurosos, eles produzem pré-inflamações que ativam níveis pequenos de prostaglandina-E2, uma substância que combate processos inflamatórios.
Mesmo em quantidades pequenas, quando essa substância chega ao hipotálamo, ela gera uma ativação do MCH. Em outras palavras, é como se o corpo sentisse que está doente e, por conta disso, módulo de acúmulo de energia.
O problema é que a presença do hormônio MCH resulta em um maior desejo por alimentos gordurosos, o que, por sua vez, contribui para o ganho de peso.
Dietas anti-inflamatórias e a importância do equilíbrio
Os cientistas sugerem a adoção de dietas anti-inflamatórias como forma de diminuir essa interação entre as substâncias do cérebro. Ambas têm múltiplas funções no corpo, portanto, não é possível eliminá-las completamente apenas com o objetivo de emagrecer.
Além disso, esse mesmo grupo de cientistas publicou um estudo em fevereiro na revista Obesity, no qual abordaram a dificuldade que pessoas obesas têm de equilibrar os níveis de colesterol, o que leva a uma resistência na perda de peso. As informações são do Metrópoles.