Inibidor de Miostatina – O que é, Como Funciona e Efeitos Colaterais

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O progresso recente no desenvolvimento de inibidores de miostatina ocorreu principalmente para o tratamento de doenças que causam o desgaste muscular.

No entanto, desde que pesquisadores descobriram a existência da miostatina e o seu papel na contenção do crescimento muscular, a indústria de suplementos para esportistas e fisiculturistas também passou a pesquisar terapias e substâncias que funcionem inibindo a ação da miostatina sobre os músculos.

Neste artigo vamos detalhar o que é e como funciona a miostatina no organismo humano. Veremos então como um inibidor de miostatina age no desenvolvimento muscular e seus eventuais efeitos colaterais.

O que é a miostatina e o que seria um inibidor de miostatina? 

A miostatina é uma proteína que circula no sangue de humanos e animais e atua sobre o tecido muscular regulando os limites do seu crescimento. Em geral, menos miostatina no sistema arterial significa a possibilidade de desenvolver mais massa muscular.

A miostatina funciona controlando o crescimento extremo dos músculos, o tônus muscular, a força e a forma do corpo. Podemos afirmar que o excesso de miostatina causa diminuição de massa muscular, faz os depósitos de gordura crescer, diminui a força do indivíduo e seu corpo se torna disforme.

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Desta forma, um inibidor de miostatina é uma substância que age rompendo a ação deste limitador do potencial para a construção e o desenvolvimento dos músculos.

Por que interferir no crescimento muscular?

A degradação muscular é uma grande característica de doenças graves como câncer, AIDS, miopatias, anomalias congênitas, entre muitas outras. Por este motivo muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas no sentido de desenvolver inibidores de miostatina, substâncias que possam conter a degeneração muscular e estimular que os músculos cresçam fortes e tonificados.

Uma vez que a perda muscular também é uma característica marcante do envelhecimento, geriatras e pesquisadores de doenças senis também se interessam pelos inibidores de miostatina.

Atletas em geral também podem se beneficiar se conseguirem músculos maiores e mais tonificados ao utilizar um inibidor de miostatina. Eles podem ganhar mais rendimento nas atividades físicas, maior resistência e um corpo mais definido.

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Como funciona um inibidor de miostatina? 

A miostatina, também conhecida pela sigla em inglês “GDF-8”, o que pode ser traduzido livremente como “Fator Diferenciador de Crescimento 8”, é uma proteína produzida principalmente nas células dos músculos esqueléticos (Não dos órgãos), e liga-se a receptores no tecido muscular.

Acredita-se que a miostatina funciona para inibir o crescimento do músculo, de modo a mantê-lo dentro de certo limite.

Através de experiências, cientistas determinaram que o bloqueio do gene da miostatina em ratos resultou em aumento acentuado no tamanho dos seus músculos.

Experiências semelhantes também foram realizadas com êxito em bois e cachorros de corrida.

Assim que o gene da miostatina e sua função foram descobertos, empresas buscaram capitalizar criando um “inibidor de miostatina” para reduzir a atividade do gene da miostatina e liberar o crescimento dos músculos em pessoas para permitir ganhos de massa muscular além do que obteriam naturalmente.

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Os inibidores de miostatina comerciais

A maioria dos inibidores de miostatina vendidos como suplementos são feitos de um extrato de algas marinhas conhecidas como Cystoseira Canariensis.

Alguns dos produtos contêm ingredientes adicionais, mas o principal ingrediente tem sido mesmo estas algas marinhas.

A verdade, no entanto, é que os cientistas ainda não compreendem completamente o papel da miostatina no processo de construção muscular. Embora pareça bastante claro, não se sabe conclusivamente como funciona este processo de limitação sobre o crescimento muscular e não há conhecimentos mais específicos.

Ainda restam as perguntas: como exatamente a miostatina limita o crescimento muscular? Podemos realmente alterar este gene em humanos e ver resultados mensuráveis? Quais os efeitos colaterais da sua alteração em humanos?

Talvez por este motivo as empresas de suplementos costumam usar imagens de experimentos feitos com ratos e gado onde a miostatina foi alterada através de técnicas de engenharia genética e não pela ingestão de comprimidos de algas.

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Como o inibidor de miostatina funciona nos músculos dos animais

Pesquisadores examinaram o efeito de uma única dose de inibidor de miostatina sobre os músculos e o ganho de força. Todos os animais tratados com um inibidor de miostatina mostraram um aumento na massa corporal, com um aumento bruto observável dos músculos quando analisados dois anos mais tarde, em comparação com os que não receberam a dose.

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A massa muscular aumentada foi acompanhada de melhora funcional demonstrada por um aumento da força de preensão dos membros traseiros. Não houve efeito sobre a massa do coração, indicando que a inibição da miostatina foi seletiva agindo somente no tecido muscular esquelético.

Os efeitos não se restringiram aos músculos injetados. Eles também foram notados em músculos mais distantes.

Concluiu-se que mesmo uma única dose de inibidor da miostatina tem efeitos substanciais no ganho de massa e força em ratos.

Estudos analisam os possíveis benefícios do inibidor de miostatina no organismo

Empresas de suplementos nutricionais têm desenvolvido e estão vendendo produtos que contêm inibidores de miostatina naturais para ajudar os atletas a aumentar massa muscular, e para oferecer ajuda terapêutica para idosos e pacientes com doenças que causam atrofia muscular.

Cientistas já desenvolveram muitos testes em vários animais, e em laboratório. Estes estudos mostram claramente que nossos organismos precisam da miostatina para regular o crescimento celular, no entanto, por causa dos benefícios alegados da redução dos níveis de miostatina para os fisiculturistas, defende-se o uso do inibidor de miostatina para ganho muscular.

Algumas pesquisas apontaram que, na verdade, os seres humanos que têm uma dieta com baixo teor calórico e baixo teor de gordura e praticam exercício regular já têm baixos níveis de miostatina em comparação com aqueles com estilo de vida menos saudável.

Estudos genéticos funcionais em pessoas mostraram que o gene da miostatina está envolvido numa grande variedade de processos celulares importantes no sistema nervoso, sistema imunológico, tecido muscular, vários órgãos internos, células secretoras e tecidos reprodutivos.

Segundo alguns pesquisadores, seu papel na regulação da massa muscular tem um objetivo claro: o desenvolvimento normal e o equilíbrio entre o tamanho dos músculos e a sua resistência. Segundo eles, inibir a miostatina pode fornecer mais massa muscular, mas diminui a resistência e a força.

Treino com peso pode ser um inibidor natural de miostatina

Estudos mostram que os níveis de miostatina são mais baixos após o treino com pesos. Isto ocorre porque a miostatina diminui naturalmente para compensar o fato de que o músculo foi danificado e, portanto, precisa se reconstruir.

A chave, então, seria o treinamento com peso de maneira correta para estimular a supressão da miostatina.

Quando o treino é difícil para o músculo, a fase de recuperação ocorre precedida por uma queda na miostatina. Esta queda repara os músculos, e quando o estímulo é suficientemente intenso, resulta em um aumento no tamanho do músculo.

Um estudo publicado em 2004 mostrou que indivíduos saudáveis do sexo masculino envolvidos em treinamento intenso de resistência tiveram uma diminuição de 20% na miostatina no sangue, o que por sua vez resultou em um ganho de 30% de força e de 12% de massa muscular ao longo de 10 semanas de treinamento.

Manipulações na dieta também podem influenciar na produção de miostatina

Estudos com animais apontam a eficácia da restrição calórica de curto prazo para ajudar a regular negativamente a miostatina. Dietas que visam diminuir a acidez do corpo também parecem diminuir os níveis desta proteína limitadora do crescimento muscular.

O inconveniente, no entanto, é que tais abordagens ainda estão no campo experimental com animais e não temos os estudos em humanos para apoiar qualquer método, ou seja, ainda não há números que expressem o quanto as manipulações na dieta podem inibir a miostatina ou precisamente em que percentagem isto ocorre. Sem contar que os efeitos colaterais neste caso também ainda não foram estudados.

Os efeitos colaterais dos inibidores de miostatina

Empresas farmacêuticas e produtoras de suplementos têm lutado para desenvolver a fórmula que funciona como inibidor de miostatina, mas ao que tudo indica este suplemento ainda não foi desenvolvido.

É preciso ter cuidado porque estes medicamentos experimentais tornam-se disponíveis no mercado e se eventualmente puderem ser bloqueadores irreversíveis de miostatina, podem ter efeitos colaterais indesejados e potencialmente nocivos.

Um estudo desenvolvido em ratos na Universidade de Michigan sugere que, enquanto inibidores de miostatina podem de fato aumentar a massa dos músculos, eles também podem trazer um efeito colateral preocupante: fragilidade nos tendões.

John A. Faulkner, autor sênior do estudo e professor no Departamento de Biologia Molecular e Fisiologia Integrativa na Escola de Medicina da Universidade faz o seguinte alerta: “Os interessados em inibidores de miostatina precisam estar cientes do fato de que, ao fazer essas coisas para os músculos, eles podem causar efeitos negativos sobre os tendões”. Ele completa: “Sabe-se que o bloqueio da atividade da miostatina aumenta a massa muscular e a resistência, mas também faz com que as fibras musculares fiquem mais vulneráveis a lesões”.

Os estudos em ratos são muito preliminares e outros testes precisam ser feitos em outras linhagens de camundongos antes de ver se eles são possíveis em pessoas, dizem os pesquisadores.

O uso de inibidor de miostatina em pacientes com degeneração muscular 

Para as pessoas com as formas mais comuns de distrofia muscular, bem como doenças que causam a sua degeneração, os inibidores de miostatina representam um tipo potencialmente eficaz de tratamento a ser explorado. Estes inibidores podem ser capazes de reverter a perda de massa muscular e também diminuir a fibrose, um acúmulo de tecido conjuntivo no músculo e pode levar à inatividade ao longo dos anos.

Um inibidor de miostatina está sendo testado atualmente em pessoas como um possível tratamento para a Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença debilitante que afeta um em cada 3.500 meninos em todo o mundo.

Para certos tipos de atletas competitivos, a possibilidade dos tendões se tornarem mais duros com inibidores de miostatina pode não parecer uma desvantagem, mas se for provado que eles causam mesmo enfraquecimento associado ao enrijecimento dos tendões, um inibidor de miostatina jamais deveria ser prescrito para um atleta.

Referências adicioanais:

  1. LeBrasseur, N. K. 2012. Building muscle, browning fat and preventing obesity by inhibiting myostatinDiabetologia. 55 (1): 13–17.
  2. Mosher, D. S. et al. 2007. A Mutation in the myostatin gene increases muscle mass and enhances racing performance in heterozygote dogsPLOS Genetics. 3 (5): 79.
  3. Wu, C. et al. 2013. BioGPS and MyGene.info: organizing online, gene-centric informationNucleic Acids Res. 41(D1): D561-565.
  4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3819341/;
  5. http://www.med.umich.edu/opm/newspage/2008/myostatin.htm

Você já pensou em utilizar um inibidor de miostatina para melhorar o sue ganho de massa muscular? Já lhe foi receitado este suplemento por algum especialista? Comente abaixo!

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12 comentários em “Inibidor de Miostatina – O que é, Como Funciona e Efeitos Colaterais”

    • Queria muito tomar para ganhar mais músculos.. mais li que enfraquece os tendões… Pode me explicar se posso tomar em pouca quantidade por pouco tempo .. se faria tão mal assim ?

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  1. vantagens e desvantagem o melhor mesmo é praticar musculação sem uso de medicamentos supostamente milagrosos onde o uso ira forçar teu corpo a produzir o que ta faltando pra repor no organismo, o que temos que ter somente é paciência.

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  2. Já utilizei é realmente tive aumento de massa muscular e diminuição na porcentagem de gordura. Mas em compensação tive muita hipoglicemia devido ter aumentado meu metabolismo.

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