Insulina alta: o que é, sintomas, possíveis causas e tratamentos

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Estar com insulina alta significa que o pâncreas está produzindo quantidades excessivas de insulina, que é o hormônio responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue.

Essa condição pode ser causada por um quadro clínico prejudicial de resistência à insulina, em que o corpo não responde bem a esse hormônio e, por isso, o pâncreas passa a produzi-lo em maior quantidade, a fim de controlar os níveis de açúcar no sangue.   

Como consequência do aumento de insulina, os níveis de açúcar no sangue podem ficar excessivamente baixos, fazendo com que a pessoa sinta fome com maior frequência, vontade de comer doces, cansaço excessivo e dificuldade de concentração. 

Se você estiver apresentando esses sintomas, procure ajuda médica para fazer alguns exames que revelam se você está com a insulina alta no sangue. 

A partir disso, você receberá a indicação do tratamento mais adequado, que pode depender, ou não, de medicamentos. Em muitos casos, apenas mudanças na dieta e estilo de vida são suficientes para reverter o quadro de insulina alta. 

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Veja mais detalhes sobre níveis altos de insulina no sangue, os sintomas que isso provoca, as possíveis causas e como tratar. 

Função da insulina

A insulina é o hormônio que faz a glicose, que está circulando no sangue, entrar nas células, onde é metabolizada (processada) e transformada em energia, da qual o nosso organismo depende para sobreviver. 

A insulina alta é clinicamente chamada de hiperinsulinemia e ocorre quando seus níveis estão exagerados no sangue. 

O pâncreas, que é a glândula que produz a insulina, aumenta a sua produção, para evitar que os níveis de glicose fiquem muito altos no sangue (hiperglicemia). 

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Esse aumento de produção acontece quando as células do corpo não respondem adequadamente à insulina presente no sangue.   

Sintomas de insulina alta

Falta de foco
O cansaço em excesso e dificuldade de ter foco são sintomas clássicos da insulina alta

Os principais sintomas que se manifestam quando a sua insulina está alta são os seguintes: 

  • Fome frequente e excessiva: você sente fome pouco tempo após se alimentar e, muitas vezes, de forma exagerada, ou seja, com a necessidade urgente de comer alguma coisa, o mais rápido possível. 
  • Vontade constante de comer algo doce: você não só sente fome constantemente, mas sente vontade de comer algo doce. 
  • Dificuldade para se concentrar: devido ao baixo nível de glicose (açúcar no sangue), você sente dificuldade para manter o foco, se concentrar em sua atividade. 
  • Falta de motivação: devido à baixa energia, você não tem motivação para fazer qualquer coisa que exija muito esforço. 
  • Se sente mais irritado(a) ou ansioso(a)
  • Sente um cansaço excessivo, que dificulta o raciocínio, a organização dos pensamentos e a coordenação dos movimentos. 
  • Pode sentir tontura 
  • Convulsões e desmaios, em casos mais graves. 

As crianças também podem sofrer com níveis altos de insulina, apresentando um maior grau de irritação, desânimo e dificuldade para se alimentar ou mamar. 

Esses são todos sintomas de hipoglicemia reativa, gerada pelo aumento dos níveis de insulina no sangue. Hipoglicemia é um distúrbio causado pela redução dos níveis de glicose no sangue, abaixo de 70mg/dL.

A insulina alta faz com que muitas moléculas de glicose entrem nas células, restando poucas na corrente sanguínea, o que geralmente ocorre após a ingestão de alimentos ricos em açúcar, responsáveis pelos chamados picos de insulina.  

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Dependendo do nível de hipoglicemia, a pessoa pode desenvolver um quadro grave do problema, que pode levar ao coma e colocá-la em risco de vida. Por isso, é fundamental procurar ajuda médica, caso perceba que você ou alguém está enfrentando uma crise de hipoglicemia. 

Possíveis causas de insulina alta

A principal causa de insulina alta no sangue é a resistência à insulina, uma condição caracterizada pela falta de sensibilidade das células à ação do hormônio insulina, que não consegue transportar as moléculas de glicose para dentro das células, onde são usadas para gerar energia.

Consequentemente, os níveis de glicose no sangue aumentam e o pâncreas passa a produzir mais insulina na tentativa de regular a glicemia. 

Em longo prazo, essa condição pode se agravar com a diminuição da produção de insulina pelo pâncreas e aumento da glicemia, resultando em pré-diabetes, posteriormente, diabetes do tipo 2. Veja quais são os principais sintomas da diabetes tipo 2 e como tratar

A pré-diabetes é uma condição que antecede a diabetes do tipo 2, sendo definida por níveis de glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dL. A partir de 126 mg/dL de concentração de glicose no sangue, a pessoa já é considerada diabética.  

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A resistência à insulina pode se desenvolver com mais facilidade em pessoas que já apresentam uma predisposição genética e que possuem alguma(s) dessas condições:

Apesar de mais raros, a insulina alta pode ser causada pelos seguintes fatores: 

  • Insulinoma: um tipo raro de tumor que afeta as células beta pancreáticas, fazendo-as secretar insulina em excesso. Como consequência, a pessoa sofre com hipoglicemia em jejum.
  • Nesidioblastose: proliferação excessiva de células endócrinas do pâncreas, que leva ao aumento da secreção de insulina.

Diagnóstico de insulina alta

O diagnóstico de insulina alta é feito por meio de exames de sangue, com o qual se verifica a concentração do hormônio por mililitro de sangue, em jejum. A faixa de normalidade é considerada de 3 a 25 µU/mL, sendo que valores acima de 10 µU/mL, já chamam atenção para a necessidade de cuidados.

Há também o teste de tolerância oral à glicose, com o qual se avalia a curva de concentração de glicemia e insulina após 2 horas da ingestão de 75 gramas de glicose. Com este teste é possível diagnosticar os quadros clínicos de resistência insulínica, pré-diabetes e diabetes. 

Exame de sangue
O diagnóstico pode ser feito durante um exame de sangue comum

Tratamentos de insulina alta

A especialidade médica que trata o problema de insulina alta é a endocrinologia e, algumas vezes, a clínica geral. 

Quando a insulina alta é provocada por um problema de resistência à insulina, o tratamento tem como objetivo regularizar os níveis de açúcar no sangue, antes que a situação progrida para uma condição de pré-diabetes e diabetes. 

Felizmente, na fase de resistência à insulina, é possível reverter o quadro sem medicamentos antidiabéticos, apenas com mudanças na dieta e estilo de vida: 

  • Prática de atividade física regular: pelo menos 150 minutos divididos em 5 ou 6 dias na semana, totalizando 25 a 30 minutos de exercícios por dia. Você pode fazer, por exemplo, uma caminhada no parque ou pedir ajuda de um profissional da educação física, para montar um plano de treinamento personalizado e adequado à sua condição física e de saúde. 
  • Manter uma dieta balanceada: o objetivo não é cortar os carboidratos, mas fazer escolhas que não causam picos de insulina. Você faz isso trocando os carboidratos simples por carboidratos complexos, veja as diferenças entre os carboidratos simples e complexos. Além disso, não deixe de comer fibras, proteínas e gorduras boas, que ajudarão a diminuir o índice glicêmico dos alimentos. 
  • Perda do excesso de peso e circunferência abdominal: são consequências das duas medidas terapêuticas acima e contribuem significativamente para a reversão do quadro de resistência insulínica. 

Veja dicas de dieta e exercícios para quem tem resistência à insulina.

Os exercícios físicos, além de proporcionarem perda de peso, melhoram a resposta das células musculares à insulina, ajudando a diminuir seus níveis no sangue. 

Em alguns casos, o médico ou médica pode indicar o uso de medicamentos específicos, que melhoram a absorção de insulina pelas células musculares, adiposas (de gordura) e hepáticas (do fígado). 

Nos casos em que a insulina alta é causada por insulinoma ou nesidioblastose, o tratamento é cirúrgico, para a remoção do tumor ou do órgão completo, respectivamente. 

Fontes e referências adicionais

Você já teve insulina alta? Qual foi o tratamento indicado pelo seu médico(a)? Conseguiu reverter esse quadro sem usar medicamentos? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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