A lutadora Ronda Rousey, 37 anos, escondeu uma doença por muitos anos, que a fez pedir aposentadoria precoce no MMA. A revelação foi feita na biografia Our Fight (Nossa Luta, em tradução livre), publicada recentemente.
A ex-campeã peso-galo do UFC e medalhista olímpica no judô não trouxe a público um histórico de concussões cerebrais que vinham desde a época que ainda lutava nos tatames.
Ronda Rousey preferiu não falar sobre o assunto com o intuito de prolongar sua carreira no MMA e, posteriormente, no WWE (evento de lutas coreografadas, bastante popular nos Estados Unidos).
No livro sobre a história da atleta, ela relatou: “O meu histórico de concussões cerebrais, eu tive que manter em segredo por anos para poder competir no MMA e no WWE. Foi a razão da minha aposentadoria. Eu não poderia falar sobre isso em uma entrevista ou um artigo, porque as pessoas poderiam não entender. Eu sofri muitas concussões quando estava no judô, antes mesmo de entrar no MMA. Eu não podia falar sobre isso quando eu estava no MMA porque literalmente colocaria um alvo na minha cabeça e talvez eu não tivesse mais permissão para competir”, assumiu.
“A mesma coisa aconteceu com o WWE. Eles têm uma história complicada com seus atletas sofrendo concussões e isso (a notícia de seu quadro de saúde) seria ruim para o evento. Eu achei que não poderia falar sobre isso. Um livro é a única maneira em que eu me vi capaz de abordar o assunto adequadamente”, desabafou Ronda Rousey.
Rousey pretendia voltar ao octógono após sofrer o marcante nocaute contra Holly Holm no UFC 193, a fim de reconquistar seu cinturão em batalha contra a então campeã, Amanda Nunes, no UFC 207.
No entanto, seus planos não se concretizaram, já que sofreu um novo nocaute, em 48 segundos do primeiro round, o que colocou um ponto final em sua carreira. Ronda tornou-se a única atleta da história que fez disputas de cinturão em todas as suas lutas no UFC.
Neste período, ela iniciou seu trabalho no WWE, em 2018, onde permaneceu até 2023, período em que encerrou oficialmente a carreira. Ronda recebeu diversos apelos para voltar, mas rejeita todos.
“Gostaria que as pessoas entendessem as minhas razões e a motivação que havia por trás dos holofotes, e que foram as responsáveis por eu ter deixado de lutar no momento em que eu estava mais rápida, forte e com as minhas habilidades no auge, assim como o meu entendimento sobre artes marciais. Foi uma decisão dura de se tomar e para os fãs compreenderem, mas o meu corpo decidiu por mim”, lamentou.
“Colocar tudo em um livro foi a melhor forma, e a mais direta, de levar isso ao público. Preferi isso a um tweet ou uma manchete curta na internet”, justificou, por fim.
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