Pontadas na cabeça: 5 principais causas e o que fazer

A sensação ou dor na forma de pontadas na cabeça pode ser encaixada no grupo das cefaleias primárias, em que não existe nenhuma doença de base associada. Nesses casos, as pontadas na cabeça podem significar uma cefaleia tensional ou enxaqueca.

Mas, também é possível que as pontadas na cabeça façam parte de um grupo de sintomas pertencentes a uma doença de base (cefaleias secundárias). Nestes casos, as pontadas na cabeça podem ser um alerta do corpo de que algo não está funcionando bem.

Quando as pontadas na cabeça ocorrem por cefaleia primária, elas não duram muito, sendo apenas reflexos de uma noite mal dormida, de uma situação de estresse e tensão, desidratação ou um simples resfriado ou tosse forte.

Agora, quando as pontadas na cabeça são recorrentes e persistem mesmo após tomar analgésicos ou anti-inflamatórios comuns, é preciso evitar a automedicação e marcar uma consulta médica, para investigar qual é a causa dessas pontadas na cabeça.

Veja quais são as principais causas de pontadas na cabeça e o que se deve fazer em cada situação.

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Enxaqueca

Dor de cabeça — A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça latejante que pode ser desencadeada por uma série de fatores

A dor da enxaqueca é do tipo latejante, com a sensação de pontadas na cabeça ocorrendo em pulsos, podendo afetar apenas um ou os dois lados da cabeça.

A enxaqueca pode ser desencadeada por falta de sono, mudanças bruscas no clima, fome, excesso de estimulação de algum sentido, como visão ou paladar, estresse e outras alterações do humor.

Uma vez instalada, ela pode ser agravada pela exposição à luz, sons, cheiros e atividade física.

Quando a enxaqueca é muito forte, ela pode vir acompanhada de outros sintomas, como náuseas e vômitos.

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As crises de enxaqueca podem durar de 4 horas a alguns dias, podendo atrapalhar significativamente a pessoa em sua vida profissional e familiar.

Antes da crise de enxaqueca se estabelecer e causar as pontadas na cabeça, a pessoa pode ter sensações que a “avisam” de que terá enxaqueca, que são chamadas na medicina de pródromo, e pode ser uma perda de apetite, náuseas ou uma alteração do humor.

Algumas pessoas também podem experienciar uma aura antes da crise, que é uma perturbação passageira da visão, do equilíbrio, da coordenação ou da linguagem. Essas sensações geralmente ocorrem de 10 minutos a 1 hora antes da enxaqueca se estabelecer.

O que fazer

Deve-se tomar cuidado com a automedicação na enxaqueca, pois os analgésicos e anti-inflamatórios comuns, de venda livre, geralmente não resolvem a dor. Com isso, a pessoa com enxaqueca tende a fazer um uso abusivo desses medicamentos, o que pode levar a um quadro crônico de enxaqueca, que ocorre durante 15 dias ou mais por mês.

Com o relato da dor e da frequência, é possível que o médico ou a médica já identifique que se trata de uma enxaqueca. Mas, de qualquer forma, é comum se fazer exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para afastar outros diagnósticos, por exemplo, de doenças neurológicas.

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O tratamento da enxaqueca normalmente é feito com remédios que devem ser tomados todos os dias, para prevenir as crises. Podem ser prescritos medicamentos betabloqueadores, como o propranolol, anticonvulsivantes, como o topiramato e o divalproex. Veja quais são os remédios para enxaqueca mais usados.

Atualmente, existem outras técnicas de tratamento disponíveis, que incluem injeção de toxina botulínica para bloquear a atividade de um nervo, de anticorpos monoclonais para bloquear a ação de algumas substâncias e dispositivos fixados na testa ou no crânio, que também atuam sobre alguns nervos.

Além dos medicamentos para prevenir as crises, também existem aqueles que interrompem a enxaqueca assim que ela começa e que controlam a dor e as náuseas.

Pessoas que têm muitas crises de enxaqueca são encorajadas a manterem um diário, onde devem relatar como é a dor e como começou, a fim de se identificar os gatilhos e evitá-los. Veja alguns alimentos que podem causar enxaqueca. Os gatilhos emocionais podem ser gerenciados com mudanças comportamentais e técnicas de relaxamento.

Cefaleia de tensão (tensional)

Cefaleia de tensão, ou cefaleia tensional, é o tipo de dor em que a pontada na cabeça é seguida de uma sensação de aperto ou pressão na testa, nas têmporas ou na nuca, como se a cabeça estivesse sendo pressionada por um capacete.

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A pontada na cabeça, neste caso, dá lugar a uma dor contínua, sem pausas, que deixa a sensação de “cabeça pesada”. É comum ocorrer a sensação de pontadas atrás dos olhos e aumento da sensibilidade nos ombros, no pescoço e no couro cabeludo.

A duração da dor pode variar de 30 minutos a várias horas, porém não é incapacitante como a enxaqueca, não sendo acompanhada de outros sintomas, como sensibilidade à luz, cheiro, sons e vômito.

Como o nome sugere, esse tipo de dor de cabeça está diretamente associada com a tensão muscular na região cervical. É comum que, numa situação de estresse, ansiedade e até a má postura diante de telas, os músculos do pescoço e dos ombros fiquem contraídos e rígidos, desencadeando um processo inflamatório local que gera a dor. Confira algumas dicas para aliviar a tensão muscular.

O que fazer

A cefaleia de tensão costuma ser resolvida com o uso de analgésicos comuns, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.

Mas, em casos muito recorrentes, com mais de 2 episódios de dor por semana, é importante buscar ajuda médica, para que o problema não se torne crônico e difícil de resolver, devido à resistência aos medicamentos causada pelo abuso da automedicação.

Em muitos casos, os medicamentos nem são necessários, apenas correções posturais, alongamentos e medidas terapêuticas caseiras já são suficientes para prevenir crises e aliviar a dor. Veja, por exemplo, como fazer uma automassagem para aliviar a dor de cabeça.

No momento da dor, aplique uma compressa fria na testa e nas têmporas, durante 15 a 20 minutos. A baixa temperatura contrai os vasos sanguíneos, reduzindo a dilatação provocada pela inflamação, isso alivia a dor.

Passada a dor, aplique compressas quentes na nuca e nos ombros, por 15 a 20 minutos, para relaxar a musculatura contraída. Se preferir, pode tomar um banho quente, deixando a água cair sobre esses locais.

Acidente vascular cerebral (AVC)

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, é causado pela obstrução ou rompimento de vasos sanguíneos que levam sangue ao cérebro.

A dor de cabeça no contexto do AVC deve ser entendida como um sinal de alerta, logo, não é somente a sensação de pontada na cabeça que merece atenção, mas qualquer dor de cabeça que seja incomum para a pessoa. Por exemplo, uma pessoa que nunca sente pontadas na cabeça e que passa a senti-las de repente pode estar em risco de ter um AVC.

Outra característica importante a ser considerada é se a pontada ou outro tipo de dor de cabeça surge de forma súbita, sem um motivo aparente. Geralmente, além de súbita, a dor é intensa.

Também merece atenção especial, aquela dor de cabeça que vem acompanhada de sintomas incomuns, como alterações na visão, dificuldade na fala, fraqueza muscular, convulsões ou confusão mental. Esses sinais podem indicar que alguma região do cérebro ficou sem suprimento sanguíneo.

Esses sinais de alerta ganham maior significado quando a pessoa que está apresentando faz parte de grupo ou tem hábitos de risco como: tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade, pressão alta e diabetes.

O que fazer

Ao suspeitar que alguém próximo a você está tendo um AVC, leve a pessoa imediatamente ao serviço médico, para que receba um tratamento de emergência.

O entupimento das veias pode ser tratado com remédios trombolíticos, que podem ser administrados até 4h30 do início dos sintomas de AVC e servem para reduzir a isquemia (estreitamento) dos vasos.

Ou, pode ser feito um cateterismo até 6 horas do início dos sintomas, que consiste na remoção mecânica da obstrução com um cateter. Quando há rompimento de vasos, é preciso fazer a drenagem do sangue, para aliviar a pressão intracraniana.

O AVC é um problema que pode ser evitado com o controle dos fatores de risco ditos modificáveis, ou seja, que não tem a ver com genética ou envelhecimento. Esses fatores de risco são hábitos e estilo de vida prejudiciais, como sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, obesidade e excesso de estresse, por exemplo.

Aneurisma cerebral

Quando a dor ou sensação de pontada na cabeça apresenta um início súbito, progride rapidamente e é diferente de suas dores de cabeça habituais, ela pode ser indício de um aneurisma cerebral. A sensação de pontada na cabeça, neste caso, é mais como uma pancada forte, geralmente acompanhada de enjoo e vômito.

O aneurisma cerebral é uma dilatação anormal da parede de uma artéria (um vaso sanguíneo), que fica mais larga que o normal.

Geralmente, o aneurisma é descoberto quando esse vaso dilatado se rompe, causando sangramento no cérebro, que pode consistir em um AVC hemorrágico.

Quando o aneurisma ainda é pequeno, ele raramente causa algum sintoma. Mas, pode acontecer da pessoa ter dores de cabeça constantes, acompanhadas de alterações visuais, como visão dupla, dor acima e atrás dos olhos e dilatação de uma das pupilas.

A causa mais comum de aneurisma cerebral é uma fraqueza na camada muscular dos vasos, que pode ser agravada por fatores como tabagismo, colesterol alto, pressão alta e diabetes.

O que fazer

Se você ou alguém próximo sentir uma dor de cabeça muito forte, como uma pancada, de início súbito e acompanhada de enjoo ou vômito, procure o serviço médico de emergência.

O tratamento é feito de acordo com o tamanho do aneurisma e das condições clínicas da pessoa. Na cirurgia, o médico ou a médica cirurgiã pode fechar a porção mais estreita do aneurisma com clipe metálico ou com um catéter, de forma a impedir o sangramento.

Caso você tenha alguém na família que sofreu um aneurisma, é importante redobrar os cuidados com a saúde, evitando e controlando os fatores de risco modificáveis, que demandam a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

Tumor cerebral

O tumor cerebral ocorre quando algumas células do cérebro sofrem alterações em seu DNA, que as fazem se multiplicar descontroladamente, formando uma massa no cérebro. Ele também pode ser originado de uma metástase, quando um câncer originado em outro local do corpo se dissemina e se instala no cérebro.

No tumor cerebral, a dor pode provocar sensação de pontadas na cabeça, que lembram uma enxaqueca comum. Mas, é mais comum que a dor seja apenas “chata”, constante. Não é comum o tumor cerebral provocar dores muito intensas, a não ser quando aumentam a pressão intracraniana ou irritam as meninges, as membranas que envolvem o cérebro.

Normalmente, a dor de cabeça que leva a pessoa a procurar um serviço de saúde e descobrir um tumor cerebral é aquela que vem acompanhada de convulsões, desmaios ou fraqueza de um dos membros.

O que fazer

O tratamento de um tumor cerebral varia de acordo com a sua localização no crânio, tamanho, grau de avanço (estadiamento) e do nível de comprometimento das funções cerebrais.

Normalmente, se faz a remoção cirúrgica do tumor, mas, quando isso não é possível, existem outras formas de terapia, como a quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo. Há casos, também, em que não é possível tratar o tumor em si, então se dá seguimento à terapia de suporte, que visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.