Durante as viagens de avião, é comum que algumas pessoas contraiam gripes e resfriados. Embora muitos acreditem que a temperatura mais baixa dentro da aeronave seja a causa, um estudo recente revela uma perspectiva diferente.
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Isso pode ter a ver com o seguinte: manter aberta a ventilação que fica acima da poltrona pode auxiliar a evitar o contato com determinados germes e reduzir pela metade o risco de adoecer durante o voo. Coisa que nem todos fazem, não é mesmo?

Afinal, manter a ventilação acima da poltrona aberta fornece um pouco mais de turbulência do ar na área em que o passageiro está sentado, explicou o diretor médico do Beth Israel Lahey Health e especialista em doenças infecciosas associadas a viagens aéreas, Mark Gendreau.
Assim, se houver uma partícula viral vindo na direção do passageiro, teoricamente ela pode ser empurrada e movida rapidamente para fora do seu espaço, completou o especialista.
Eficiência dos filtros de ar nos aviões
Conforme a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), as aeronaves usam filtros de ar de alta eficiência para remover 99,97% de poeira, pólen, mofo, bactérias e partículas transportadas pelo ar.
Segundo Gendreau, o sistema de ventilação presente nas aeronaves é igual ou apresenta uma pequena superioridade em relação aos utilizados na maioria das salas de cirurgia e hospitais ao redor do mundo.
Nas aeronaves, há de 15 a 30 trocas de ar por hora, com 50% do ar sendo recirculado e a outra metade vindo de fora do avião.
Mesmo que uma companhia aérea não siga estritamente as recomendações de substituição dos filtros, esses filtros ainda conseguem reter a grande maioria das partículas, conforme destacado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo.
Gendreau explicou que se um passageiro está sentado a dois assentos do outro, há algum risco, embora não seja tão alto quanto se imagina. Mas, se o filtro de ar acima da cabeça do passageiro estiver aberto, o risco de uma partícula viral se tornar um problema é eliminado.
Outros fatores de riscos no avião
Existem também outros fatores de risco para infecção por vírus e fungos durante o voo, tais como:
Contato próximo com pessoas infectadas
A proximidade física com pessoas doentes, especialmente aquelas que apresentam sintomas respiratórios como tosse, espirros e outros, pode aumentar significativamente o risco de infecção.
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Isso é especialmente relevante em ambientes fechados, como a cabine de um avião, onde existe uma maior probabilidade de exposição a indivíduos infectados.
Portanto, é importante estar ciente desse fator ao considerar a possibilidade de contato próximo com pessoas que possam estar doentes durante viagens aéreas.
Superfícies contaminadas
Durante um voo, é importante estar ciente de que os vírus e fungos têm a capacidade de sobreviver em várias superfícies por diferentes períodos de tempo.
Superfícies como bandejas de refeição, cintos de segurança, maçanetas e apoios de braço podem estar contaminadas.
Caso as mãos entrem em contato com essas superfícies e, em seguida, sejam levadas ao rosto (nariz, boca, olhos), há o risco de transmissão.
Portanto, é essencial adotar medidas de higiene adequadas para minimizar a exposição a germes durante o voo. Além do coronavírus, os perigos de não lavar as mãos.
Uso compartilhado de espaços
Os banheiros compartilhados em aeronaves podem apresentar um risco potencial de contaminação, pois são utilizados por várias pessoas durante o voo.
Superfícies como maçanetas, pias e descargas podem se tornar fontes de transmissão se não forem devidamente higienizadas.
É essencial garantir a limpeza adequada dessas superfícies para minimizar o risco de contaminação.
Ao utilizar os banheiros a bordo, é importante adotar medidas de higiene pessoal rigorosas e estar ciente da importância da limpeza desses espaços compartilhados.
Fontes e referências adicionais
- What infection control measures will people carry out to reduce transmission of pandemic influenza? A focus group study, BMC public health, 2009; 9(258): 01 11.
- Scientific barriers to developing vaccines against avian influenza viruses, Nature Reviews Immunology, 2007; 7(4): 267 278.
- Transmissibility and transmission of respiratory viruses, Nature Reviews Microbiology, 2021; 19(8): 528 – 545.
Fontes e referências adicionais
- What infection control measures will people carry out to reduce transmission of pandemic influenza? A focus group study, BMC public health, 2009; 9(258): 01 11.
- Scientific barriers to developing vaccines against avian influenza viruses, Nature Reviews Immunology, 2007; 7(4): 267 278.
- Transmissibility and transmission of respiratory viruses, Nature Reviews Microbiology, 2021; 19(8): 528 – 545.