Boca seca (xerostomia): o que é, causas, sintomas e o que fazer

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Boca seca, ou xerostomia, é um distúrbio que pode ser resultado da baixa produção de saliva pelas glândulas salivares. Em alguns casos, o sintoma é provocado por causas não patológicas, como desidratação e hábito de fumar ou respirar pela boca. Em outros, faz parte do conjunto de sintomas de uma doença específica. 

O tratamento desse problema varia de acordo com sua causa específica, mas existem algumas recomendações que são válidas para todos os casos e que ajudam a diminuir os desconfortos causados pela boca seca. 

Veja mais detalhes sobre essa condição clínica chamada xerostomia, quais são as principais causas do sintoma de boca seca e o que fazer para reverter ou amenizar o quadro. 

Xerostomia: o que é?

Boca seca
Existem muitas funções importantes da saliva para a saúde

A sensação de boca seca, cujo termo técnico é xerostomia, é um sintoma que pode, ou não, estar associado à baixa ou nenhuma produção de saliva pelas glândulas salivares. 

O normal é que as suas glândulas salivares produzam de 1 a 1,5 litros de saliva por dia. Esse nível de produção salivar é muito importante para a saúde, pois ela desempenha várias funções:

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  • Proteção contra a invasão e estabelecimento de vírus, que podem desencadear doenças.  
  • Controle do crescimento e proliferação de bactérias na boca. 
  • Limpeza da cavidade oral.
  • Prevenção de cáries.
  • Prevenção de mau hálito.
  • Formação do bolo alimentar na boca.
  • Digestão dos alimentos, principalmente do amido (carboidrato), pela ação da enzima amilase salivar.
  • Desenvolvimento do paladar.
  • Desenvolvimento da fala. 

Isso tudo porque a saliva não é constituída apenas de água, mas de enzimas para digestão, minerais, aminoácidos, antiácido de proteção da mucosa bucal, anticorpos e várias outras substâncias. 

Principais causas de boca seca

Os fatores não patológicos, ou seja, que não são doenças, e que podem ser as causas de boca seca são: 

  • Desidratação.
  • Ronco.
  • Respiração pela boca, que pode ser mais frequente em pessoas com desvio de septo, pois têm mais dificuldade para inspirar pelo nariz. 
  • Tabagismo.
  • Consumo de bebidas alcoólicas.
  • Má higiene bucal.
  • Longos períodos de fala.
  • Deficiência de vitamina A ou de vitaminas do complexo B.
  • Alterações emocionais, como ansiedade e depressão.

Quando a produção de saliva reduz drasticamente ou para, a boca seca passa a ser tratada na medicina pelos termos hipossalivação e hipossialia. 

Nesses casos, ela pode ser um dos sintomas presentes nas seguintes doenças autoimunes

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Além dessas causas, a boca seca pode ser um efeito colateral do uso de alguns medicamentos:

  • Antidepressivos.
  • Antialérgicos.
  • Diuréticos.
  • Anti-hipertensivos.
  • Radioterapia na região da cabeça e do pescoço.

O sintoma de boca seca é especialmente comum entre mulheres idosas, isso porque ela pode ser causada por alterações hormonais típicas da menopausa, que levam à diminuição da produção de saliva pelas glândulas salivares. Veja outros sintomas da menopausa

As gestantes também podem sofrer com o sintoma de boca seca, mas isso geralmente está relacionado à desidratação. Isso porque, durante a gestação, o organismo da mulher demanda mais água para manter suas funções e sustentar o desenvolvimento do feto. Se a mulher não aumentar a ingesta de água, para além do que estava acostumada a beber antes da gravidez, poderá sofrer com o sintoma de boca seca. 

Sinais e sintomas de boca seca

Sem a quantidade adequada de saliva na boca, ela fica seca, produzindo alguns desconfortos: 

  • Dificuldade para engolir.
  • Dificuldade para falar.
  • Boca (lábios) ficam secos e rachados.
  • Dor ou ardência na língua.
  • Língua avermelhada e com rachaduras.
  • Pequenas lesões na mucosa oral.
  • Saliva pegajosa, grossa e espumosa.
  • Rachadura nos cantos da boca.
  • Aumento ou desenvolvimento de cáries dentárias.
  • Saburra lingual: placa esbranquiçada ou amarelada na língua. 
  • Mau hálito.
  • Paladar alterado.
  • Irritação na garganta.
  • Infecção fúngica na boca, como candidíase oral. 

Boca seca: o que fazer?

Beber água
É muito importante beber bastante água para evitar a desidratação

O sintoma de boca seca indica que há algum desequilíbrio em seu organismo, que pode ter relação com fatores não patológicos, doenças ou com algum medicamento de uso contínuo. 

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Então, quando este sintoma é persistente, é recomendado procurar um médico ou médica para que ele ou ela ouça quais são os seus sintomas e verifique se podem estar relacionados com algum problema de saúde. 

Em alguns casos, o/a especialista pode pedir um exame de sialometria, que avalia a quantidade e a qualidade de saliva produzida em determinado período de tempo. Se houver suspeita de alguma deficiência nutricional ou de diabetes, você poderá fazer um exame de sangue. 

Constatado o distúrbio e sua causa, o tratamento envolve a remediação da doença específica, se esse for o caso. Para tratar o sintoma de boca seca, podem ser indicados os medicamentos sorbitol ou pilocarpina. 

Pessoas que já têm o diagnóstico de alguma doença autoimune, que diminui a produção de saliva, precisam procurar um/uma dentista para um acompanhamento periódico, a fim de receber orientações e prescrição de medicamentos para aumentar a produção de saliva.

Caso não exista nenhuma doença envolvida, o tratamento envolve medidas gerais, como: 

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  • Beber, no mínimo, 2 litros de água por dia. 
  • Fazer uma boa higiene bucal, com uso de fio dental, escovação e enxágue. 
  • Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e cafeinadas.
  • Diminuir o consumo de alimentos muito temperados/condimentados e açucarados.
  • Não fumar.
  • Uso de saliva artificial em spray ou em gotas.
  • Chupar balas ou mascar chicletes.
  • Comer alimentos ácidos ou cítricos.
  • Usar protetor labial.
Fontes e referências adicionais

Você já enfrentou esse problema de boca seca alguma vez? Conseguiu identificar a causa? O que você fez para tratar este sintoma? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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