Diabético Pode Comer Arroz?

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Veja a seguir se diabético pode comer arroz ou se esse é um dos alimentos que devem ser evitados na dieta de quem sofre com a condição.

O arroz é um daqueles itens que não sai da lista de compras de muitos brasileiros, que não conseguem passar um almoço ou jantar sem colocar o alimento no prato.

Ele pode aparecer naquela combinação clássica com o feijão, ao lado de vegetais, frango, lentilha, amêndoas, pequi ou uvas-passas e em receitas de bolinhos salgados e risotos, por exemplo.

De fato, existem alguns benefícios do arroz integral para a saúde, mas vale ressaltar que essa é a versão mais saudável do grão, e não o arroz branco. Veja em mais detalhes por que o arroz integral é melhor que o arroz branco para diversas finalidades.

Mas será que é todo brasileiro que pode saborear o alimento à vontade em todas as refeições? Será que o diabético pode comer arroz ou não?

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Conheça a diabetes

Mesmo que tenhamos uma ideia do que se trata a doença, pare entendermos bem se o diabético pode comer arroz, precisamos conhecer a condição em mais detalhes, não é mesmo?

Pois bem, a diabetes é caracterizada por níveis muito elevados de glicose (açúcar) no sangue. Essa substância é a maior fonte de energia para o nosso organismo e é oriunda dos alimentos que consumimos nas refeições.

Uma pessoa desenvolve a doença quando o seu corpo não dá conta de produzir uma quantidade suficiente ou qualquer quantia de insulina ou não consegue utilizar o hormônio adequadamente.

Isso faz com que a glicose permaneça no sangue e não atinja as células do organismo, já que a insulina é justamente responsável por auxiliar a glicose obtida através da dieta a chegar até as nossas células e ser utilizada como energia.

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Ao descobrir que sofre com a condição, é fundamental que o paciente não perca tempo e obedeça a todas as orientações que forem passadas pelo médico para o seu tratamento.

Até porque, com o passar do tempo, ter níveis elevados de glicose no sangue pode gerar uma série de complicações como doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), doença nos rins, problemas nos olhos, doenças dentárias, danos nos nervos e problemas nos pés. As informações são do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK, sigla em inglês) dos Estados Unidos.

E então, o diabético pode comer arroz ou não?

Você provavelmente já deve ter ouvido falar do arroz como uma fonte rica em carboidratos para a dieta.

E é bem possível que você já saiba que os carboidratos são transformados em açúcar dentro do nosso organismo, o que requer que o diabético tenha cuidado na hora de consumir os alimentos que possuem quantidades expressivas do nutriente em sua composição.

Tanto que, embora as comidas ricas em carboidratos, como é o caso do arroz, não estejam proibidas para quem sofre com a diabetes, elas precisam ingeridas com moderação porque podem fazer com que os níveis de açúcar no sangue cresçam consideravelmente.

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A contagem de carboidratos na dieta do diabético

De acordo com a Associação Americana de Diabetes, a contagem de carboidratos é uma das diversas alternativas de dieta que podem ser utilizadas para controlar os níveis de glicose no sangue dos diabéticos, usada com mais frequência por pessoas que tomam insulina duas vezes ou mais a cada dia.

O método envolve contar a quantidade em gramas de carboidratos de cada refeição, combinando com a dose de insulina, explicou a organização. Segundo a instituição, com o equilíbrio correto da prática de atividades físicas e do uso de insulina, a contagem de carboidratos pode auxiliar a controlar as taxas de glicose no sangue.

Porém, a associação ressaltou que a quantidade de carboidratos que cada diabético pode consumir em cada refeição deve ser definida em conjunto com o médico responsável pelo tratamento. Ou seja, o limite é individualizado e determinado pelo profissional de saúde conforme as necessidades de cada paciente.

Ao saber o limite de carboidratos que pode ingerir por refeição, o diabético poderá (e deverá) usar essa informação como base para calcular a porção de arroz que pode comer por vez, sem deixar de levar em conta o teor de carboidratos do restante da refeição na hora de fazer esse cálculo. Isso sempre sob a orientação do médico e do nutricionista, logicamente.

É importante ainda que o diabético converse com os profissionais a respeito de quais são as combinações mais apropriadas para uma refeição que contenha o arroz. Os pratos que também possuem proteínas e gorduras saudáveis podem auxiliar a desacelerar o impacto do arroz em relação aos níveis de glicose no sangue.

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Arroz branco x Arroz integral

Enquanto o arroz branco é conhecido por ter um efeito negativo no que se refere às taxas de açúcar no sangue, já que pode provocar picos na glicose sanguínea, o arroz integral tem uma reputação melhor.

A versão integral do alimento é rica em fibras, um nutriente que pode ser um aliado no controle da diabetes.

Graças ao fato de não serem digeridas pelo organismo, as fibras não afetam os níveis de glicose no sangue, o que contribui com a manutenção de taxas estáveis de açúcar no sangue, além de poder prevenir a ocorrência de picos desses níveis.

Ou seja, a partir desse ponto de vista, podemos dizer que o diabético pode comer arroz integral com maior tranquilidade.

Em um estudo piloto, membros do Grupo de Trabalho do Global Nutritional and Epidemiologic Transition (Transição Global Nutricional e Epidemiológica, tradução livre, GNET, sigla em inglês), uma colaboração entre pesquisadores dos Departamentos de Epidemiologia e Nutrição da Escola Pública de Harvard e colegas da Ásia, da América Latina e da África, avaliaram os efeitos do arroz branco e do arroz integral na saúde de 202 adultos de meia idade da China.

Durante a pesquisa, os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos – um do arroz branco e outro do arroz integral – e consumiram o alimento designado ao longo de 16 semanas.

Os cientistas não identificaram diferenças gerais em relação a fatores metabólicos entre os dois grupos, porém, notaram que a intervenção com o arroz integral trouxe alguns benefícios na melhora dos níveis do colesterol HDL (o colesterol do bem) e na pressão arterial dos pacientes diabéticos.

Com isso, considerou-se que o estudo demonstrou uma viabilidade para a realização de intervenções de longo prazo com o arroz integral com a população chinesa. As informações são de uma matéria publicada no site da Escola de Saúde Pública T.H. Chan da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Entretanto, temos que lembrar que embora os grãos integrais e as fibras provoquem um aumento mais gradual na glicose sanguínea, o arroz integral ainda é uma fonte de carboidratos e que todo alimento com carboidratos vai afetar de alguma maneira os níveis de açúcar no sangue.

Ou seja, mesmo na hora de comer o arroz integral, o paciente diabético precisa obedecer às regras passadas por seu médico e nutricionista em relação à sua dieta, respeitando sempre o limite de carboidratos que pode consumir em cada refeição.

O arroz branco e o risco de desenvolver diabetes

Uma reportagem apontou o arroz branco como um dos piores alimentos para quem tem diabetes e informou que um estudo que envolveu mais de 350 mil pessoas indicou que aquelas que comiam mais arroz branco tinha maiores riscos de desenvolver a diabetes do tipo 2.

Conforme a publicação, esse risco aumentava em 11% para cada porção adicional diária de arroz que era consumida.

Por outro lado, uma pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard apontou que a ingestão de duas ou mais porções de arroz integral por semana estava associado a um risco mais baixo de ter diabetes.

Ou seja, mesmo para quem ainda não tem diabetes, porém, está em risco de desenvolver a doença pode ser uma boa ideia trocar o arroz branco por quantidades controladas de arroz integral.

Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que diabético pode comer arroz? Conhece alguém que possa confirmar? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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