Dieta para Colite – Alimentos e Dicas

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A dieta para colite é essencial para tratar a colite ulcerativa, que é uma doença que causa inflamação no intestino grosso (cólon) e diarreia, em alguns casos com a presença de sangue e muco, podendo causar também dores abdominais.

Veja a seguir os tipos de tratamento para colite, os alimentos que podem ser ingeridos nas doenças intestinais e muito mais.

Uma série de fatores pode causar a ativação dessa doença como: doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável, medicamentos, intoxicação alimentar, ausência de fluxo sanguíneo e a passagem de radiação para o intestino grosso.

O intestino é o principal órgão envolvido na digestão. No entanto, o trato digestivo é muito mais do que isso. O processo de digestão começa quando colocamos um alimento na boca que vai percorrendo o esôfago, o estômago e os intestinos delgado e grosso. Descubra mais sobre a inflamação no intestino, seus sintomas e causas.

Os níveis de estresse e maus hábitos alimentares são grandes fatores para o desenvolvimento de algumas doenças como a colite. A síndrome do intestino irritável é também conhecida como doença do cólon irritável, cólon espástico ou doença intestinal funcional. Esta é uma enfermidade funcional crônica do intestino grosso, apresentando alterações no movimento, na sensibilidade e nas secreções do intestino, gerando grande desconforto no paciente. Conheça mais sobre os tipos de síndrome do intestino irritável e seus tratamentos.

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O alho é um dos alimentos que tem grande colaboração para o tratamento de doenças estomacais. O alho é naturalmente rico em inulina, um tipo de carboidrato não digerível ou “fibra funcional” que alimenta as boas bactérias do seu sistema digestivo. Basicamente, ela atua como combustível para que as bactérias façam seu trabalho melhor, o que faz com que seu intestino funcione melhor no geral. Aprenda mais sobre o principal alimento para problemas intestinais e estomacais.

Existem diversos tipos de colite, os principais são: colite pseudomembranosa, enterocolite, doença de Crohn, colite por citomegalovírus, colite isquêmica e colite ulcerativa.

Os sintomas da condição dependem do fato que a causou e podem incluir: dor abdominal, cólica, diarreia com ou sem sangue nas fezes, febre, calafrios, fadiga, desidratação, inflamação no olho, inchaço na articulação, afta, inflamação na pele, dilatação abdominal, necessidade constante de evacuar e aumento da flatulência.

As informações são do médico e professor do Departamento de Medicina da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, Benjamin Wedro.

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O tratamento para colite

De acordo com o médico Benjamin Wedro, o tratamento da doença varia conforme a causa e é geralmente focado no alívio dos sintomas, em cuidados de apoio, na manutenção de uma hidratação apropriada e no controle da dor.

Algumas infecções bacterianas causadoras da colite podem ser superadas sem a utilização de antibióticos, porém, existem casos em que esse tipo de medicamento é prescrito para tratar as causas infecciosas da doença.

Existem algumas medidas caseiras que o paciente diagnosticado com a doença deve adotar para auxiliar o seu tratamento e recuperação. São elas: manter a saúde de todo o corpo, procurar ter um peso saudável, não fumar, evitar o consumo em excesso de bebidas alcoólicas, ter uma boa hidratação e seguir uma boa dieta para colite.

É fundamental que o paciente siga corretamente todas as instruções do médico em relação ao tratamento da colite porque quando não tratada ela pode gerar complicações (que dependem de sua causa de origem) como sangramento, perfuração no cólon, ulceração e megacólon tóxico (que pode ser letal).

Caso tais complicações se desenvolvam ou se os sintomas forem graves, pode ser preciso ficar hospitalizado para tratar o problema ou para amenizar a desidratação e a perda de eletrólitos causados pela diarreia frequente, por exemplo.

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Mesmo existindo várias formas de lidar com a doença, é preciso avaliar os sintomas específicos de cada paciente e verificar qual é o tratamento que funciona para ele.

Como funciona a dieta para colite? 

Uma das atitudes que a pessoa com colite deve tomar para beneficiar o seu tratamento é cuidar da alimentação. Mas como será que é uma dieta para colite?

Não existem alimentos que provocam a colite ulcerativa, por exemplo, mas alguns deles podem desencadear crises, o que faz com que valha a pena prestar bastante atenção naquilo que se come quando se tem a doença.

De acordo com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), cada indivíduo é diferente e deve ser tratado conforme os seus hábitos, preferência e estado atual de sua doença intestinal, como o caso de uma colite.

Ou seja, a dieta para colite ideal varia de pessoa para pessoa e deve ser feita sempre com um acompanhamento profissional, que orientará quais são os melhores parâmetros alimentares para cada quadro.

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Assim, o que vamos trazer são algumas recomendações gerais a título de informação, mas que não substituem a prescrição de uma alimentação específica que deve ser determinado pelo médico ou nutricionista.

No documento da ABCD, encontramos algumas orientações básicas a respeito de dieta para doenças intestinais, como é o caso da dieta para colite. São elas:

  1. Fazer refeições com porções pequenas;
  2. Fazer entre cinco a seis refeições diariamente;
  3. Comer devagar;
  4. Mastigar bem os alimentos;
  5. Substituir o açúcar por adoçante;
  6. Dar preferência à ingestão de líquidos nos intervalos das refeições;
  7. Beber no mínimo 2 litros de líquidos diariamente;
  8. Preparar os alimentos cozidos, grelhados ou assados;
  9. Utilizar uma quantidade pequena de gordura para preparar os alimentos.

Essas dicas são importantes para dar tempo para o seu intestino processar os alimentos, evitando que o sistema digestivo fique sobrecarregado, o que pode piorar os sintomas da colite.

Além disso, o principal foco da dieta para colite é ter baixas quantidades ou resíduos de fibras para facilitar a digestão, evitando inflamações locais, e evitar o desgaste excessivo do intestino que seria exigido para a digestão das fibras.

A recomendação é que as pessoas com a doença consumam, no máximo, 15 g de fibras diariamente, enquanto que a recomendação diária para as pessoas saudáveis é de 25 g de fibras dietéticas.

Alimentos que podem ser ingeridos nas doenças intestinais

Uma crise de colite pode exigir uma dieta restritiva para que os sintomas sejam aliviados. Apesar de parecer difícil cortar tantos alimentos ricos em fibras, é possível ter uma dieta bem variada e saudável. Para isso, basta evitar consumir a casca e as sementes de frutas e legumes, preferir os alimentos feitos a partir de farinhas e grãos refinados e buscar carnes mais leves como o frango e o peixe, por exemplo. 

Além disso, beber muita água é indispensável para evitar a desidratação em casos de diarreia.

Segundo a ABCD, alguns dos alimentos que podem ser ingeridos por quem tem doenças intestinais como a colite são:

  • Carne magra, peixe sem pele, ave sem pele;
  • Leite sem lactose e com baixos teores de lactose;
  • Pão francês, pão de forma, broa de milho, torradas;
  • Bolachas não recheadas;
  • Frutas como maçã sem casca, goiaba sem casca, pera sem casca, banana-maçã, banana-nanica, caju e limão, que podem ser consumidas cruas, cozidas ou na forma de sucos;
  • Legumes como cenoura, chuchu, abobrinha e chuchu devem ser ingeridos cozidos;
  • Pepino, espinafre cozido, abóbora e alface;
  • Feculentos como batata, cará, inhame, mandioquinha e mandioca devem ser consumidos cozidos;
  • Leguminosas como feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha e soja devem ser ingeridos somente sem os respectivos caldos;
  • Doces: dar preferência aos que não contenham açúcar;
  • Ovos, que podem ser mexidos, pochê, cozidos ou na forma de omelete;
  • Cereais como arroz refinado e macarrão com molho sem condimentos;
  • Grãos com baixa contagem de fibras e cereais secos com menos de 0,5 g de fibras por porção;
  • Bebidas como água, chá e limonada – conforme a Associação Dietética Americana recomenda ingerir no mínimo oito copos de água diariamente para evitar a desidratação;
  • Sal;
  • Temperos naturais;
  • Azeite de oliva;
  • Vinagre.

Os alimentos que não devem ser ingeridos nas doenças intestinais 

Vários órgãos de saúde concordam que a fibra é um nutriente importante e que protege o cólon. Assim, alimentos fibrosos só devem ser limitados na dieta durante os sintomas agudos da colite. Durante um surto da doença, uma dieta pobre em fibras pode ajudar reduzindo a quantidade de alimentos a ser digerido, o que diminui os sintomas e auxilia na recuperação.

De acordo com a ABCD, alguns dos alimentos que devem ser evitados por pacientes diagnosticados com doenças intestinais como a colite. São eles:

  • Leite integral e leite achocolatado;
  • Iogurte;
  • Leite condensado e creme de leite;
  • Queijos amarelos como muçarela e prato;
  • Queijos parmesão, cheddar e roquefort;
  • Frios como presunto e peito de peru processado;
  • Margarina e manteiga;
  • Molhos picantes como os de tomate ou pimenta;
  • Açúcar em grande quantidade;
  • Açúcar refinado;
  • Doces como chocolate, goiabada e marmelada;
  • Verduras folhosas;
  • Nozes, pipocas e outras sementes;
  • Frutos secos como ameixa seca;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Café;
  • Cacau;
  • Carnes gordurosas;Carne vermelha;
  • Vegetais crus;
  • Vegetais com casca;
  • Vegetais flatulentos como cebola, brócolis, repolho e alho;
  • Condimentos picantes como páprica, orégano, pimenta-do-reino, pimentas em geral, mostarda e ketchup.

Os alimentos listados acima devem ser evitados porque eles geralmente são mais difíceis de digerir por causa do alto teor de fibras e de gordura ou porque eles causam inflamação.

Produtos alimentícios feitos com qualquer tipo de farinha integral como pães, cereais e massas são naturalmente mais complicados de digerir, especialmente para pessoas que sofrem de colite. O mesmo raciocínio vale para grãos integrais, leguminosas, nozes e sementes.

Como muitos desses alimentos são ricos em nutrientes e muito benéficos para a saúde, o ideal é limita-los apenas durante as crises de colite e voltar a inseri-los lentamente na dieta conforme os sintomas forem melhorando já que as fibras são essenciais para a proteção do tecido do cólon e para uma flora intestinal saudável. 

As informações são da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD).

Mais dicas para lidar com a colite  

Cada organismo responde de um jeito diferente, assim cabe a você e ao seu médico identificar os alimentos que estão te fazendo mal durante uma crise.

Manter um diário alimentar pode ajudar a identificar esses alimentos e evita-los no futuro. Para isso, crie o hábito de anotar todas as suas refeições e de anotar se você sentiu algum desconforto intestinal. Isso ajuda a identificar quais são os seus gatilhos para crises e auxilia na criação de uma dieta para colite que funcione especificamente para você.

Checar a sua saúde regularmente também é essencial para evitar qualquer desequilíbrio nutricional que pode ocorrer por causa da restrição de alimentos. Se não for possível alcançar esse equilíbrio por meio da dieta, converse com seu médico para que ele indique suplementos nutricionais para garantir as necessidades diárias do seu organismo.

Fontes consultadas:

Você já foi diagnosticado com essa condição? Seu médico recomendou algum tipo de dieta para colite? Que alimentos precisa retirar ou incluir na sua alimentação? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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6 comentários em “Dieta para Colite – Alimentos e Dicas”

  1. Recebi o diagnóstico de colite crônica inespecífica. O médico me sugeriu retirar leite e derivados,embutidos, enlatados, conservantes, colorantes,trigo e derivados,frituras, produtos industrializados,massasmandioca,batata,pimenta.Posso consumir frutas sem casca e caroço, legumes cozidos,verduras de toda espécie, tapioca,ovo cozido, biscoitos à base de maisena ou povilho, frango sem pele,carne magra moída, peixe, arroz, água de coco, chás.

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  2. Fui diagnosticada através de colonoscopia. Sempre mantive dieta com alimentos integrais e pelas informações acima, vou precisar mudar radicalmente. Necessito de orientação.

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  3. Obrigada pela informação!!!! Dúvida , tenho colite e sinto minha pele sempre quente , sensação de febre.gostaria de saber de tem haver com colite.

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  4. Boa tarde me chamo luciano tenho 22 anos e fiz uma cirurgia de apendicite q teve complicações no dia 7 d julho d 2018,depois dai minha vida nunca mais foi a msm.Venho perdendo peso tendo muitas diarreia se urinando muito,passei por varios gastros e fico indiguinado pq nenhum dele foram atencioso.Estou tomando mesalazina mais nao estao fazendo efeito ,faço dieta a muito tempo e so venho a emagrecer,fico muito cansado,fraco,parece q o intestino nao esta absorvendo os nutrientes e nem totalmente a agua pq urino de uma em uma hora,só de madrugada são umas 5 vezes,sem contar os remedios q sao caros.Alguem sabe dizer se na Rio Farmes ele dão o Mesalazina?

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  5. Meu nome é GGF e tenho 39 anos. Desde os 35 anos venho sofrendo com dores abdominais em pontos distintos. Passei por alguns gastroenterologistas que tinham diversos pareceres distintos. Fiz videoendoscopia alta, colonoscopia, EPF, etc. Na primeira colonoscopia foram encontrados 03 pólipos que foram extirpados e após biópsia, descartada a suspeita de malignidade. Como os sintomas foram aumentando, fui um ano e meio após a primeira colonoscopia encaminhando para fazer novamente. Desta vez fui diagnosticado com Pancolite (colite em toda extensão do cólon). Desde então venho fazendo uso contínuo de Mesalazina, cuja dosagem inicial foi de 800mg de 12h em 12h. Os sintomas praticamente sumiram e o médico decidiu baixar para 800mg 1x/dia. Os sintomas estão voltando e as dores alternando entre muito leves e muito fortes. Estou tentando identificar que alimentos são gatilhos para o retorno dos sintomas e evitando aqueles que já identifiquei.

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