Pesquisas recentes indicam que dormir menos de cinco horas por noite pode intensificar o risco de manifestação de sintomas depressivos. Esse relevante estudo foi conduzido por especialistas da renomada University College London, localizada na Inglaterra.
Há uma conexão estabelecida entre um sono de má qualidade ou insuficiente e várias complicações de saúde. Entre elas, destaca-se o incremento na probabilidade de demência, obesidade, diabetes e problemas associados à saúde mental.
Porém, até o presente momento, um ponto ainda não estava definido: se a privação do sono é um causador de depressão ou se seria o oposto.
De acordo com a pesquisa conduzida por Odessa S. Hamilton, do Instituto de Epidemiologia e Cuidados de Saúde da UCL, os indícios apontam que a falta de sono adequado tende a surgir antes dos sintomas depressivos, e não contrariamente.
Essa pesquisa, divulgada na revista especializada Translational Psychiatry, baseou-se na análise de informações genéticas e de saúde de 7.146 indivíduos. Todos os participantes faziam parte do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (ELSA), que tem abrangência nacional na Inglaterra. A faixa etária média desse grupo era de 65 anos.
Em termos gerais, a duração média de sono registrada para os participantes foi de sete horas por noite. Interessante notar que mais de 10% dos envolvidos relataram dormir menos de cinco horas no início do estudo. Esse número cresceu, ultrapassando 15% ao final da pesquisa. Paralelamente, observou-se um aumento de cerca de 3 pontos percentuais no grupo de indivíduos com sintomas depressivos, variando de 8,75% para 11,47%.
Os especialistas do estudo se valeram de dados genéticos anteriores para avaliar a predisposição genética entre os participantes. Estudos com gêmeos em ocasiões anteriores já haviam apontado que cerca de 35% da depressão é hereditária e que as variações genéticas contribuem com 40% das alterações na duração do sono.
As conclusões do estudo indicam que aqueles que dormiam cinco horas ou até menos possuíam uma probabilidade 2,5 vezes maior de exibir sintomas depressivos. Em contraste, indivíduos já com sintomas depressivos tinham uma probabilidade 33% maior de experimentar noites de sono mais curtas.
Essas estatísticas foram devidamente ajustadas considerando variáveis como nível educacional, status econômico, hábitos como tabagismo, nível de atividade física e doenças crônicas.
De forma surpreendente, o estudo também trouxe à luz que dormir excessivamente — mais de nove horas por noite — também pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Contudo, a ligação entre sintomas depressivos e excesso de sono não se manteve a longo prazo, nem foi observada na análise genética.
A pesquisa conclui enfatizando a importância de se entender os mecanismos que interligam depressão e privação de sono, principalmente em um contexto global de envelhecimento populacional. O professor Andrew Steptoe, do Instituto de Epidemiologia e Cuidados de Saúde da UCL, ressalta que a pesquisa cria um pilar fundamental para investigações futuras sobre a interação entre genética, padrões de sono e manifestações depressivas.
Para quem busca manter uma boa forma e saúde mental, entender essas conexões se torna ainda mais essencial, tendo em vista a importância de hábitos saudáveis e de um sono restaurador para a qualidade de vida.
Como vai a qualidade do seu sono? Você tem dormido mais de 5 horas por noite? Desse estudo, o que mais lhe chamou a atenção? Comente abaixo!
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