Dormir tarde, além de afetar a qualidade do sono, pode estar associado a um maior risco de desenvolver diabetes, de acordo com uma pesquisa recente publicada na revista científica Annals of Internal Medicine.
O estudo, realizado por médicos da Universidade de Brigham, nos Estados Unidos, analisou o sono de 63,6 mil enfermeiras com idades entre 45 e 62 anos ao longo de sete anos, começando em 2009.
Os resultados revelam que mulheres que se consideram “pessoas noturnas” têm um risco 20% maior de desenvolver a doença.
O ciclo de sono e o risco de diabetes
Além de identificar a relação entre dormir tarde e o aumento do risco de diabetes, a pesquisa também observou que outros hábitos de vida estão associados a esse perfil noturno.
As participantes que se consideravam “pessoas noturnas” eram apenas 11% do grupo estudado, mas mostraram tendência a consumir mais álcool e a praticar menos exercícios em comparação com as que se identificavam como “diurnas”, que compunham 35% das entrevistadas.
A importância do ciclo de sono
A líder do estudo, a médica Sina Kianersi, destacou que, mesmo após considerar outros hábitos de vida diferentes, o risco de diabetes ainda permaneceu significativo entre as pessoas noturnas.
Isso sugere que o ciclo de sono tem, de fato, uma ligação com o desenvolvimento da diabetes, embora o estudo não tenha determinado exatamente como essa relação funciona.
Perspectivas futuras
Embora os resultados sejam promissores, a pesquisa reconhece a necessidade de ampliar o estudo para incluir um grupo maior de pessoas noturnas. Se for possível estabelecer uma ligação causal entre o cronotipo (sincronização dos ritmos circadianos) e a diabetes, os médicos poderão aprimorar as estratégias de prevenção para melhor atender aos seus pacientes.
Essa descoberta ressalta a importância de manter hábitos de sono regulares e equilibrados para a saúde geral, especialmente entre as pessoas que têm uma inclinação natural para o período noturno.
A pesquisa oferece um valioso ponto de partida para futuras investigações sobre os impactos do sono na saúde metabólica, com potenciais benefícios na prevenção e no tratamento da diabetes.