Diabetes Descontrolada Afeta a Força Muscular, Mostra Pesquisa

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Quem foi diagnosticado com a diabetes ou conhece alguém que sofre com a doença sabe como a condição precisa de cuidados e controle, uma vez que pode ser perigosa.

Isso porque a diabetes pode resultar em complicações graves como pressão arterial elevada, doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), problemas nos olhos, doenças dentais, danos nos nervos e problemas nos pés, segundo esclareceu o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos.

Mas não é só isso: de acordo com o que indicou uma pesquisa conduzida na Universidade de São Carlos (UFSCar), o descontrole da condição também pode interferir em relação à força muscular dos pacientes com mais de 50 anos de idade.

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O estudo mencionado acima fez parte do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (Colaboração Internacional de Estudos Longitudinais sobre Envelhecimento, tradução livre, InterCoLAging, sigla em inglês), um consórcio de estudos que envolve o Brasil, a Inglaterra e os Estados Unidos, com sede na própria UFSCar.

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Para chegar à conclusão de que manter a diabetes controlada auxilia a evitar a perda de força muscular nas pessoas com mais de 50 anos, principalmente do sexo masculino, a pesquisa analisou dados de 5,290 mil ingleses dessa faixa etária, oriundos do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo Inglês Longitudinal de Envelhecimento, tradução livre, Elsa, sigla em inglês).

Mais especificamente, os pesquisadores avaliaram a relação entre a diabetes não diagnosticada, a diabetes controlada e a diabetes descontrolada com a baixa força neuromuscular, uma condição que recebe o nome de dinapenia.

Foi observado que o descontrole da diabetes aumenta o risco de dinapenia tanto em mulheres quanto em homens – mas com índice de crescimento nesse risco de 67% para elas e de 137% para eles.

Ao fazer essa análise os pesquisadores levaram em consideração as diferenças entre os sexos, pois os homens inicialmente apresentam uma maior força neuromuscular em relação às mulheres.

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No caso dos homens, a perda de força muscular foi constatada a partir de níveis de 6,5% de hemoglobina glicada. Para elas, o problema foi verificado a partir de taxas de 8% de hemoglobina glicada. É importante esclarecer que os níveis de hemoglobina glicada funcionam como um indicativo do controle da diabetes nos meses anteriores à coleta para o exame.

Para o coordenador do InterCoLAging, Tiago da Silva Alexandre, as diferenças entre os riscos dos homens e das mulheres podem ser explicadas pelo fato das mulheres serem mais sensíveis à insulina e possuírem uma porcentagem mais elevada em seu organismo de fibras musculares que atuam no metabolismo da glicose e dos ácidos graxos.

Com isso, ao ser capaz de utilizar a glicose com maior eficiência, o corpo das mulheres precisaria ser exposto a concentrações mais elevadas de glicose no sangue para que tivesse a sua força comprometida, completou Alexandre, que também faz parte do Departamento de Gerontologia da UFSCar.

A relação entre o descontrole da diabetes e a perda de força muscular

O coordenador do InterCOLAging explicou ainda o que acontece quando os níveis de glicose no sangue estão elevados: partes dos nervos periféricos são danificadas, a capacidade de condução de impulso nervoso é afetada, o axônio motor sofre atrofia, o potencial regenerativo é diminuído, ocorrem perdas de fibras nervosas e a capacidade de contração e geração de força muscular é alterada.

Um adendo: quando falamos a respeito de força muscular é importante ter em mente a relação entre massa muscular e força muscular.

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Alexandre ressaltou a importância do controle dos níveis de glicose no sangue para amenizar as complicações associadas à perda de força muscular. Segundo ele, essa diminuição na força muscular pode resultar em incapacidade física, maior chance de hospitalização e até na mortalidade.

Não é à toa que o coordenador do InterCOLAging destacou a importância de alimentação apropriada e da prática de exercícios físicos dentro do tratamento da diabetes, como forma de auxiliar a diminuir a resistência à insulina e contribuir com o controle dos níveis de glicose no sangue.

Alexandre também afirmou que o tratamento da doença necessita ser prescrito por um profissional habilitado (ou seja, o médico endocrinologista). Ele também alertou que esse tratamento precisa ser individualizado, levando em conta as diferenças entre os homens e as mulheres.

A pesquisa foi conduzida durante o mestrado de Clarice Cavalero Nebuloni e teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). As informações são da Agência Fapesp e da Assessoria de Comunicação da UFSCar.

Mais sobre a diabetes

Trata-se de uma doença pode se manifestar por meio de sintomas como aumento da sede, da fome e da urina, fadiga, visão borrada, dormência ou formigamento nos pés e mãos, feridas que não se curam e perda de peso inexplicável.

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Enquanto os sinais da diabetes do tipo 1 podem começar a aparecer rapidamente, em uma questão de semanas, os sintomas da diabetes do tipo 2 são desenvolvidos lentamente, ao longo de anos, e podem ser tão leves ao ponto da pessoa afetada nem sequer percebê-los.

Além disso, muitos dos pacientes com diabetes do tipo 2 não apresentam sintomas. Com isso, alguns descobrem que sofrem com a condição somente quando desenvolvem problemas de saúde associados a ela.

A condição ocorre quando os níveis de açúcar no sangue, conhecidos ainda como glicose no sangue, encontram-se muito elevados. Vale lembrar que a glicose sanguínea é a maior fonte de energia para o organismo e é proveniente dos alimentos consumidos por meia da dieta.

Também precisamos citar a insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas e é responsável por auxiliar a glicose obtida por meio dos alimentos a chegar até as células, onde será utilizada como fonte de energia. Mas você sabia que ela também é relevante para o surgimento da diabetes?

Isso porque em um quadro de diabetes, o corpo não produz insulina o suficiente ou qualquer quantidade do hormônio ou não consegue utilizar a insulina presente apropriadamente. Com isso, a glicose permanece no sangue e não dá conta de chegar até as células.

Ao desconfiar que sofre com a doença é fundamental procurar o auxílio médico para ser encaminhado aos exames necessário e saber se tem a diabetes. Já ao receber a notícia de que foi diagnosticado com a condição, o paciente precisa seguir direitinho todas as orientações do médico em relação ao tratamento da diabetes. As informações são do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já foi diagnosticado com diabetes? Controla a sua condição com medicamentos, dieta e exercícios corretamente? Comente abaixo!

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