A busca pelo emagrecimento fez com que a publicitária de 29 anos, Gabriela (nome fictício) usasse o remédio Ozempic sem o acompanhamento de um médico ou médica.
Após assistir vídeos nas redes sociais, em que pessoas afirmam ter emagrecido com o uso do medicamento, a jovem decidiu se arriscar com o Ozempic por conta própria. Ela também conhecia amigas que tomaram o remédio e estavam perdendo peso.
A caneta com agulha na ponta se tornou a sua esperança depois que ela ganhou 10 quilos durante a pandemia, passando do manequim 40 para o 44. No entanto, a falta de acompanhamento médico logo revelou as consequências perigosas dessa escolha.
Após a primeira aplicação, a jovem experimentou muita ânsia e dor de cabeça, sintomas que, segundo Gabriela, estavam previstos na bula.
Não satisfeita, na semana seguinte, ela decidiu aumentar a dose por conta própria, de 0,25 mg para 0,5 mg, acreditando que isso potencializaria os resultados.
Entretanto, os sintomas se intensificaram e se tornaram preocupantes, o que levaram a publicitária a buscar ajuda médica. Gabriela contou que não parava de vomitar, sentia muita dor no estômago e passava o dia enjoada.
Ela chegou a ir oito vezes ao pronto-socorro para tomar medicação na veia, mas nada adiantava: a jovem retornava para casa e continuava a vomitar.
Envergonhada, a mulher omitiu do médico o fato de estar usando o medicamento sem prescrição profissional e disse que Ozempic tinha sido indicado por um médico.
Seu estado de saúde se agravou progressivamente, e ela foi encaminhada à UTI devido às alterações significativas nas enzimas hepáticas, que indicavam uma possível falência do fígado.
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Depois de fazer exames de sangue, os médicos identificaram que Gabriela tinha alterações no fígado e pediram a sua internação para monitorar de perto as enzimas do seu fígado. De acordo com Gabriela, a quantidade estava mais de dez vezes acima do considerado normal.
Ela não queria ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas a situação alarmante deixou a jovem diante de uma escolha drástica: a internação para monitorar o seu fígado ou a perspectiva de um transplante.
Além disso, a publicitária foi diagnosticada com pedra na vesícula. Mas, os especialistas não sabem se Ozempic teve relação com o problema ou se ele já existia, sendo agravado pelo uso inadequado do remédio.
Após sete dias de internação na UTI, com medicações para dor e para controlar o fígado, as enzimas hepáticas da mulher de 29 anos reduziram, demonstrando a recuperação do órgão e descartando a necessidade de um transplante.
A experiência traumática da jovem serve como um alerta sobre os perigos da automedicação e da influência irresponsável das redes sociais. A história da publicitária serve como um lembrete de que a saúde não deve ser colocada em risco por promessas de soluções milagrosas.
O uso de Ozempic sem prescrição médica pode resultar em complicações graves, como no caso de Gabriela.
A procura pelo corpo ideal deve ser conduzida com cautela, sempre buscando orientação profissional. Dietas equilibradas, exercícios físicos adequados e acompanhamento médico são fundamentais para alcançar resultados seguros e duradouros.
Com a sua recuperação, Gabriela passou a fazer musculação duas vezes por semana e já conseguiu eliminar sete dos 10 quilos adquiridos durante a pandemia.
Para que serve o Ozempic?
Ozempic, conhecido como semaglutida, é um medicamento injetável utilizado para auxiliar o tratamento da diabetes tipo 2.
Ele ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, aumentando a produção de insulina e reduzindo a produção de glicose pelo fígado.
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Geralmente, é prescrito como parte de um plano de tratamento completo, que inclui mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos.
Além de auxiliar no controle do açúcar no sangue, a semaglutida reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico, proporcionando uma sensação de saciedade.
Estudos clínicos também demonstraram que a semaglutida melhora a sensibilidade à insulina e aumenta a queima de gordura, o que pode pode contribuir com a perda de peso.
Entretanto, existem contraindicações e precauções a serem consideradas antes do uso do medicamento, que sempre deve ser orientado por um médico em relação às suas doses e forma de uso.
Consultar um profissional de saúde é fundamental para obter informações e recomendações quanto aos cuidados necessários para cada caso específico.
É importante ressaltar que, no Brasil, a semaglutida ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso específico e único contra a obesidade.
Além disso, Ozempic é contraindicado para crianças, adolescentes menores de 18 anos, pessoas com alergia à semaglutida, mulheres que amamentam, mulheres grávidas, já que faltam estudos sobre o medicamento para esse público.
Como ocorre com qualquer medicamento, o uso indiscriminado de Ozempic pode resultar em consequências graves, incluindo a potencialização de complicações oculares em pacientes diabéticos, desidratação grave com insuficiência renal e pancreatite aguda grave.
Você já conhecia o Ozempic? Já estava ciente dos seus potenciais riscos se utilizado sem a devida orientação médica? O que você achou do caso? Comente abaixo!
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