A pizza que comemos hoje, o famoso disco redondo de massa bastante recheado com queijo, tomate e adicionais assado no forno à lenha, é bem mais antiga do que parece.
Embora tenha começado a ser chamada assim em meados do século XVIII, em Nápoles, na Itália, assar a massa desse jeito é uma prática mais antiga ainda, datada de 6 mil anos atrás (claro, sem recheio). Digamos apenas que os italianos aperfeiçoaram a receita e os divulgaram.
Com o passar dos anos, principalmente depois da segunda guerra mundial, a pizza começou a ficar famosa e, com essa fama, vieram as variações devido à diversidade cultural.
Hoje, algumas regiões já possuem em seu cardápio pizzas mais famosas e mais tradicionais como a portuguesa, calabresa, frango com requeijão, branca e napolitana. Algumas um pouco mais “diferentes” começaram a surgir variando de região a região, como a de carne de sol ou de camarão à parmegiana.
Pizza faz mal? Entenda
Há algum tempo atrás, a pizza entrou na lista dos “10 piores alimentos para o organismo do ser humano”, ocupando o 8º lugar, segundo a avaliação da nutricionista Michelle Schoffro.
A justificativa foram os aditivos encontrados nas massas congeladas e o preparo de algumas massas e recheios, tanto da maneira convencional no forno comum quanto à lenha.
Michelle também advertiu: uma vez que essas pizzas sejam feitas unicamente com farinha branca, quando entram no organismo em forma de carboidratos excessivos, acabam quase indo direto para os depósitos de gordura, resultando no aumento de peso e no desequilíbrio dos níveis de glicose.
Apesar da advertência, houve muito rebuliço a respeito do assunto. Afinal, a pizza não é consumida indiscriminadamente no dia a dia como o refrigerante, por exemplo. Mas, por via de regra, quase como tradição, é consumida à noite em uma mesa cheia de amigos ou família. Será que a pizza faz mal mesmo?
Um pouco depois, corroborando com Michelle, a UOL postou uma notícia afirmando que as pizzas consumidas pelos brasileiros tinham muito sódio e gordura, segundo o Indec (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor), que norteou a pesquisa seguindo as marcas mais famosas congeladas em 17 sabores diferentes: Sadia, Perdigão, PizzaHut, Domino’s e Dr. Oetker.
De 433 pizzas diferentes analisadas, nenhuma tinha níveis aceitáveis de sódio e gordura. Mas, calma. A pesquisa do Indec não visou apenas os brasileiros para corroborar com Michelle. O Indec teve como base uma outra pesquisa realizada no exterior, visando o Brasil apenas como teste para averiguar como andam os produtos dos supermercados.
Essa pesquisa foi realizada anteriormente pela World Action on Salt and Health (WASH), um grupo constituído de profissionais de 81 países diferentes, com o objetivo de alertar a população sobre o consumo do sal, que analisou 530 pizzas diferentes disponíveis nas redes de fast-food de supermercados em 10 países: África do Sul, Austrália, Canadá, Costa Rica, Estados Unidos, Finlândia, Japão, Malásia, Nova Zelândia e Reino Unido.
O resultado? Perturbador. A pesquisa notou que algumas marcas como a própria Pizza Hut colocam o dobro de sal em regiões diferentes. Um exemplo bem claro disso é a havaiana (abacaxi com presunto) dessa mesma marca: na Nova Zelândia os níveis de sal são muito altos, enquanto a mesma pizza no Canadá tem níveis quase aceitáveis. Quase não é o mesmo produto.
Mas isso não quer dizer nada, certo? A pizza faz mal, ainda mais a do congelador nos supermercados. Essa é a conclusão mais lógica chegando até aqui. Se você está errado? Claro que não!
Pizza nutricional?
Esse ano, por mais incrível que pareça, uma nutricionista diferente soltou algumas palavras sobre a pizza, que foram totalmente contrárias às da Michelle.
Chelsey Amber apontou que uma fatia de pizza era bem mais saudável pela manhã do que uma tigela de cereais, o que não está errado se você levar em conta o nível de açúcar encontrado nos dois produtos.
Supreenda-se: os mesmos produtos possuem a mesma quantidade de calorias. Mas a pizza, por outro lado, a depender do sabor, tem uma carga positiva de proteínas, o que resulta em mais saciedade.
Como isso acontece? Simples. Geralmente, os cereais são compostos de carboidratos simples e de rápida digestão, o que apenas te deixa mais energético naquele momento.
Já a pizza, um complexo de carboidratos simples e proteínas, pode sustentar por mais tempo e dar energia a longo prazo, uma vez que as proteínas demoram um pouco mais para serem digeridas, causando um efeito sinergético.
Ainda assim, não se anime demais – a nutricionista Wendy Kaplan falou com o Daily Mail e disse o seguinte: congelada ou não, a pizza continua com ingredientes refinados, gordura saturada e muito sódio em sua composição. Comer todo dia? Nada feito. Deixe só para o domingo.
Se a pizza faz mal, quais são os riscos?
Se você é um corajoso desbravador e insiste em comer pizza todos os dias acreditando que é “balela” que ela faz mal, vamos deixar apenas dois fatos aqui, dentre vários.
1. Composição
No geral, as pizzas brasileiras são compostas por farinha branca, fermento biológico, sal, açúcar, água, óleo, leite (opcional) e ovos (opcional). Se você der uma olhada na massa, vai perceber que não é nada demais, certo? Por isso mesmo.
Somos seres humanos que precisam de macro e micronutrientes para nos manter funcionando. Só esses ingredientes não são capazes de nos manter. Onde estão as vitaminas e os minerais? Talvez no recheio? Nem pensar.
Na maioria das vezes, o recheio é composto por molho de tomate industrial (cheio de açúcares e mais sódio), queijo mussarela e muita gordura se você optar pelas carnes.
Claro que tem tomate, orégano e azeitona, às vezes cebola, mas você só aguenta até dois ou três pedaços, certo? Não tem o suficiente desses nutrientes por fatia, isso se você estiver disposto a consumir.
2. Pode provocar diabetes
Sim, para a infelicidade de muitos, um estudo publicado na Journal of Clinical Investigation revelou que uma refeição rica em gordura, como um fast-food, incluindo a pizza, é capaz de alterar o funcionamento do metabolismo e resultar em resistência à insulina e danos ao fígado.
Os pesquisadores estudaram 14 voluntários, todos homens e saudáveis na faixa dos 20 aos 40 anos de idade. Para deixar tudo “padrão”, foi solicitado que eles ingerissem uma bebida com óleo de palma equivalente a uma fatia de pizza com 8 rodelas de calabresa ou um x-burguer com uma porção grande de batata frita.
Após análise com espectroscopia de ressonância magnética, o resultado foi chocante. Ingerir essa quantidade, que não é nem um lanche completo sem o refrigerante ou suco, é o suficiente para estimular o fígado a acumular gordura e deixar o corpo resistente à insulina, causando uma espécie de “predisposição forçada” à diabetes.
Há alternativas?
Claro que a pizza é muito gostosa, não há dúvidas. Por isso, é muito difícil simplesmente deixar de lado o famoso lanchinho coletivo. A pizza faz mal, mas é irresistível, certo? Não mata só um pedacinho. Por isso, vamos dar algumas alternativas.
1. Evite as congeladas
Sabemos que quando o bolso não vai bem, as congeladas são um bom negócio. Mas, normalmente elas são prejudiciais demais. Se não der para evitar, busque aquelas que não são compostas unicamente por “farinha enriquecida por ferro e ácido fólico” e muito menos aquelas com “gordura vegetal hidrogenada” na composição. As integrais são uma boa para começar.
2. Modere no recheio
Nada de calabresa com catupiry e aplicação de tomate, queijo e salsicha, por exemplo. Nada espalhafatoso. Escolha um sabor ou metade/metade. Dê preferência aos menos gordurosos como os de vegetais, de frango ou cogumelos.
Se possível, evite pepperoni ou calabresa. Mas, se for inevitável, não é melhor ir atrás daquelas pizzas de fabricação própria do supermercado? Eles costumam moderar um pouco mais no recheio e a massa não é tão pesada, sequer são congeladas e possuem validade curta.
3. Pratique algum exercício
Se nenhuma das dicas acima serviu para você, vamos para a de emergência: coma, mas beba bastante água, coloque salada no prato e faça exercícios. Compense a falta de nutrientes e regule os efeitos adversos da pizza.
Lembrando que isso não vai te ajudar a emagrecer ou muito menos ajudar a comer pizza todo o dia, mas pode amenizar um pouco os efeitos nocivos a longo prazo.
É uma filosofia um pouco contrária, mas, pode dar certo. Quem sabe?
4. Não coma pizza todo dia
Escolha um dia no mês ou na semana, marque uma pizza e vá com sua família ou seus amigos. Reduzir a quantidade pode ser doloroso no início, mas vai fazer bem para você e para o seu bolso.
5. Faça sua própria pizza
Esse pode ser o melhor jeito de tornar sua pizza “saudável”. Afinal, você pode variar a massa com farinha integral ou fazê-la unicamente low carb com couve-flor ou batata-doce, o que é melhor ainda.
Você pode se aventurar na massa, imitando os princípios do original. Uma ideia legal é dosar entre farinha branca e integral em pequenas porções e completar com batata ou couve-flor. Vai lembrar muito o gosto da massa original.
Em relação ao recheio, tomate pelado amassado com um garfo e vários vegetais ou um mix de vegetais com recheio da sua preferência podem entrar no cardápio e substituir o jantar. Aí sim, que tal?
Além de serem opções sem glúten ou lactose, podem contribuir para a sua saúde ao invés de deteriorá-la. Claro que não é a mesma coisa que comer uma massa cheia de farinha branca, mas, já é alguma coisa, certo?
Muito bem elaborada essa pesquisa!
Eu como uma vez na vida a cada 2 anos um pedacinho e olha la