Você já deve conhecer alguns dos sintomas da COVID-19. Por exemplo: febre, tosse, dificuldade para respirar, fadiga, dores musculares, dor de garganta, nariz escorrendo, náusea, diarreia, perda de de olfato ou paladar e dores de cabeça.
Além disso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) cita pressão ou dor persistente no peito, confusão, incapacidade de dormir ou de ficar acordado e rosto ou lábios azulados como outros sinais de alerta.
Adicionalmente, a COVID-19 pode causar sintomas na pele como erupções cutâneas, conjuntivite e perda de apetite.
O médico de cuidados intensivos e pulmonares e pulmonares Joseph Khabbaza explicou ao centro médico acadêmico americano Cleveland Clinic alguns dos sintomas mais diferentes da doença.
Brain fog, confusão, alucinações ou delírio
“O brain fog é uma espécie de nebulosidade mental. Você ouve falar disso muito em casos leves de pacientes ambulatoriais, mas vemos isso mais severamente na unidade de terapia intensiva (UTI)”, explicou Khabbaza.
Ele afirmou que a comunidade médica ainda está tentando descobrir o que causa o brain fog. Mas, acredita-se que ele provavelmente é fruto de uma resposta imunológica ao vírus ou que tenha relação com uma inflamação no sistema nervoso e nos vasos sanguíneos que chega até o cérebro.
Ao mesmo tempo, alucinações e delírio são fruto da luta que o organismo trava contra o novo coronavírus.
“Quando você tem um fator de estresse como COVID-19 no corpo, é mais provável que fique confuso, especialmente se for idoso. Às vezes, pacientes de COVID na UTI experimentam um delírio muito ruim, aparentemente pior do que em outros pacientes com doenças críticas”.
O delírio pode piorar se o paciente não dorme bem ou se está com dor durante sua estadia no hospital. Além disso, alguns medicamentos que servem para deixar os pacientes mais confortáveis nos aparelhos podem intensificar o delírio.
Aliás, a piora da COVID-19 também pode agravar a manifestação cerebral que o paciente experimenta. “Isso pode ser devido a uma combinação de fluxo sanguíneo e inflamação no corpo ou a alterações no fluxo sanguíneo em um nível microvascular”, disse Khabbaza.
Aumento da frequência cardíaca e temperatura
O médico contou que já viu a frequência cardíaca de pacientes disparar ao fazerem o mínimo de atividade logo depois de terem sido infectados pelo novo coronavírus. Junto de uma temperatura alta, isso é consequência do que se chama de disfunção autonômica.
Khabbaza esclareceu que o problema ocorre quando o sistema imunológico ataca os nervos autonômicos, reguladores da frequência cardíaca e da temperatura.
“Quando se perde esse equilíbrio, pode-se ter um ritmo cardíaco super alto ou uma temperatura elevada sem motivos. Parece ser uma resposta mediada pela imunidade, o que quer dizer que os anticorpos que você produz atacam esses nervos de algum modo”, completou.
De acordo com o médico, muito provavelmente isso influencia muitos dos sintomas incomuns que estão sendo vistos.
Irritação na pele
De acordo com Khabbaza, irritações na pele como erupção cutânea ou descoloração não são incomuns.
“Qualquer lugar onde o sangue flui pode ser afetado. A pele é o maior órgão do corpo, então ela tem a maioria dos vasos sanguíneos. É natural ver manifestações de doenças na pele. Muitas doenças autoimunes estão associadas com manifestações na pele, especialmente vírus”.
Ele disse ainda que podem ocorrer mudanças na aparência da pele se a contagem sanguínea abaixa muito, o sangue fica muito grosso ou se formam pequenos coágulos nos vasos sanguíneos.
Neuropatia das cordas vocais
Ela pode surgir quando os nervos das cordas vocais não funcionam normalmente. Isso pode ser fruto de infecções do trato respiratório superior e causar rouquidão, problemas de fala, falta de ar e dificuldade para engolir.
Conforme Khabbaza, isso costuma ter relação com a irritação e o funcionamento inapropriado do nervo vago. Este nervo regula a digestão, ritmo cardíaco, frequência respiratória e reflexos como tossir, espirrar e engolir.
Especialmente após uma infecção viral, os sintomas da neuropatia das cordas vocais costumam se confundir com a asma pós-viral, mas eles geralmente não melhoram com o uso de inaladores.
E se eu tiver algum desses sintomas?
Se tiver algum desses sinais menos comuns da COVID-19, observe se não apresenta outros sintomas da doença e procure saber se não teve contato com alguém que foi infectado pelo vírus. Se isso ocorreu, permaneça isolado para não arriscar contaminar outros.
Entretanto, para conseguir fazer o teste para saber se tem COVID-19 e confirmar se tem a doença, o ideal é procurar a ajuda médica.
Além disso, aprenda dicas de cuidado e prevenção contra o novo coronavírus com o vídeo abaixo da nossa nutricionista:
Fontes e Referências Adicionais
- Cleveland Clinic – 10 Unusual Symptoms of COVID-19