A artrose na coluna é uma doença degenerativa, que afeta as articulações da coluna, desde a região do pescoço, que é a coluna cervical, até a parte inferior das costas, a coluna lombar.
Apesar de ser uma doença mais frequente em pessoas mais velhas, acima de 45 anos de idade, também pode afetar os mais jovens, devido a uma predisposição genética ou lesões na coluna.
Por ser uma condição crônica, os tratamentos são direcionados para o controle da inflamação, resolução da dor e fortalecimento da coluna com fisioterapia. Em casos mais complicados de tratar, a cirurgia é considerada como uma possibilidade de tratamento.
Veja, com mais detalhes, o que é artrose na coluna, os sintomas, as principais causas e os tratamentos disponíveis.
Artrose na coluna: o que é?
A coluna vertebral é composta por vários ossos sobrepostos chamados de vértebras. Entre cada vértebra, existe um disco intervertebral composto de um tecido cartilaginoso, que serve para proteger a superfície dos ossos e permitir um deslizamento sem atrito.
O desgaste ou a degeneração dessa estrutura gelatinosa causa a artrose na coluna, que pode afetar qualquer altura da estrutura, desde a região cervical, onde fica o pescoço, até a parte final das costas, a região lombar.
Como consequência, a artrose na coluna provoca inchaço, dor e pode resultar na formação de esporões ósseos, mais conhecidos como bicos de papagaio, que comprimem o nervo da coluna, resultando em dormência e formigamento nos braços ou nas pernas. Além de causar muita dor, principalmente quando comprime o nervo ciático.
A compressão dos discos intervertebrais também pode resultar na formação de hérnias de disco, que é quando eles saem de sua posição original e saltam para fora da vértebra. Com isso, o disco pode comprimir algum nervo próximo à região, provocando os sintomas de dormência e formigamento nos membros.
Sintomas da artrose na coluna
Como a artrose na coluna é uma degeneração da cartilagem, ela pode não provocar sintomas no início, tendo uma progressão silenciosa que pode, facilmente, passar despercebida durante anos.
Mas, ao perceber os primeiros sinais, como rigidez e dor no pescoço ou nas costas, é importante procurar um especialista, para iniciar o tratamento.
Os sintomas da artrose na coluna variam de pessoa para pessoa, assim como a gravidade, que pode ser leve, moderada ou intensa.
Os sintomas mais comuns de artrose na coluna são:
- Dor no pescoço, ombros, coluna, glúteos e quadril.
- Sensação de formigamento ou de dormência nas pernas, se for artrose lombar.
- Sensação de formigamento no pescoço ou nos braços, se for artrose cervical.
- Dificuldade para movimentar a coluna.
- Estalos na articulação.
Normalmente, a dor nas articulações se agrava com os movimentos e alivia durante o repouso.
Durante o repouso, o ideal é que você se deite de lado, com um travesseiro na cabeça, alinhando-a com o restante da coluna. Procure evitar se deitar de barriga para cima, pois essa posição pode agravar ainda mais a dor.
Como a artrose na coluna pode gerar muita dor e desconforto, uma pessoa acometida por essa doença pode enfrentar dificuldades significativas para realizar trabalhos ou atividades diárias, o que pode causar constrangimento e afetar seu estado emocional.
E, por conta dessa dificuldade, essa doença pode resultar no afastamento do trabalho ou aposentadoria precoce. Esses casos são incomuns, pois quando o tratamento é feito de maneira correta, os sinais e sintomas tendem a ser controlados e amenizados.
Diagnóstico da artrose na coluna
O diagnóstico da artrose na coluna é realizado por um ortopedista que, primeiramente, faz um exame físico, que fornece informações a respeito da intensidade da dor e da sensibilidade na coluna, e verifica se há perda de movimento na região cervical ou lombar.
A partir daí, podem ser solicitados exames que ajudam no diagnóstico, como exame de sangue, raio-X e ressonância magnética.
O exame de sangue serve para descartar outras doenças com sintomas semelhantes, como doenças reumatológicas ou vasculares.
O raio-X é um exame de imagem não invasivo, usado para identificar alterações na estrutura óssea, como os bicos de papagaio.
Outro exame que o especialista pode solicitar é a ressonância magnética, que permite obter imagens de alta definição, que oferecem mais detalhes da articulação afetada e das alterações associadas, como a hérnia de disco.
Causas da artrose na coluna
Existem várias causas que podem resultar no problema de artrose na coluna e a mais comum é o envelhecimento, que ocasiona a inflamação e o desgaste natural das articulações.
Mas, pessoas mais jovens também podem desenvolver esses desgastes nas articulações da coluna, por causa lesões ou traumas sofridos em acidentes e quedas, por exemplo.
Esse grupo de pessoas também podem desenvolver artrose na coluna pela prática de exercícios físicos com a postura incorreta ou com carga excessiva, além do que sua condição física suporta.
Atividades físicas ou de trabalho que envolvam movimentos muito repetitivos com a coluna também podem acarretar no desgaste da cartilagem.
Além disso, o sobrepeso corporal entra como um fator de risco para o desenvolvimento de artrose na coluna, devido à sobrecarga nas articulações, para sustentação do corpo.
Tratamento da artrose na coluna
A primeira linha de tratamento da artrose na coluna é feita com medicamentos, que podem ser usados por um breve período de tempo, necessário para controlar a inflamação e reduzir a dor, quando os sintomas são leves e não impactam de maneira muito significativa nas atividades do dia a dia da pessoa.
Medicações
Existem várias opções de analgésicos e anti-inflamatórios, cuja escolha é responsabilidade do médico, que levará em conta a gravidade dos sintomas e outros tratamentos que a pessoa esteja fazendo, para avaliar possíveis interações medicamentosas.
A duração do tratamento varia de caso para caso, considerando que o uso excessivo e descontrolado de anti-inflamatórios pode prejudicar o estômago.
Quando a dor é moderada ou intensa, são prescritas medicações analgésicas mais potentes e, em alguns casos, os analgésicos e os corticoides são injetados diretamente na articulação acometida pela inflamação. Essa forma de administração medicamentosa é conhecida como infiltração.
Os suplementos alimentares desenvolvidos para nutrir e hidratar as cartilagens também podem ser indicados e, geralmente, são compostos de colágeno hidrolisado, bem como glucosamina e condroitina.
Tratamentos não medicamentosos, como massagem e acupuntura podem ajudar, consulte seu médico para saber quais são os mais indicados para o seu caso.
Por se tratar de uma doença crônica, as pessoas com artrose na coluna podem passar por períodos de manifestação dos sintomas, momentos em que o tratamento é aplicado, e períodos de remissão, quando não há dor ou desconforto.
Mas, alguns casos demandam o uso contínuo de medicamentos, para que a doença fique controlada e não gere grandes impactos negativos na vida das pessoas.
Fisioterapia
Quando há um desgaste na coluna, a sustentação do corpo fica prejudicada e o nosso organismo começa a promover alterações nos ossos, como uma forma de aumentar a sustentação da coluna. Daí que surgem as alterações ósseas, que podem ser bem problemáticas.
Para evitar esse problema, a fisioterapia trabalha com exercícios de força, que visam tonificar e fortalecer a musculatura próxima à articulação afetada, para que a sustentação proceda dos músculos e não dos ossos, que já estão desgastados.
O fortalecimento muscular ajuda a diminuir o esforço da coluna e, assim, reduzir a inflamação e os sintomas associados. Os melhores exercícios são aqueles desenvolvidos na água, como a hidroginástica, pois conseguem estimular a musculatura, sem causar impacto nas articulações.
Cirurgia
A coluna é um local bastante delicado, pois dentro das vértebras passam nervos que levam informações das extremidades do corpo para o cérebro, e do cérebro para o corpo, comandando todos os movimentos que fazemos.
Por isso, as cirurgias nessa região só são consideradas quando todos os outros tratamentos não tenham sido suficientes para amenizar os sintomas.
Então, a cirurgia é indicada somente quando há limitações de movimento e a pessoa não consegue mais andar ou apresenta disfunção da bexiga ou do intestino.
Fontes e referências adicionais
- Espondiloartrites, Hospital Sírio-Libanês
- Espondiloartrites, Sociedade Brasileira de Reumatologia
Fontes e referências adicionais
- Espondiloartrites, Hospital Sírio-Libanês
- Espondiloartrites, Sociedade Brasileira de Reumatologia