Jejuar não é algo novo para a humanidade, e nisso se baseiam as dietas de jejum intermitente, que afirmam trazer inúmeros benefícios, inclusive para a saúde mental.
Esse tipo de alimentação vem ganhando bastante atenção nos últimos anos, inicialmente pela sua efetividade na perda de peso, e também pela ajuda que o jejum pode trazer para o tratamento de certas questões de saúde.
Então, a seguir vamos conhecer os possíveis benefícios que o jejum intermitente pode trazer para a saúde mental, além de conhecer algumas dicas que podem ajudar a iniciar este programa alimentar.
Veja também: Jejum intermitente – Como fazer, tipos, cardápio e dicas
O que é o jejum intermitente?
O jejum intermitente é um tipo de plano alimentar que envolve períodos prolongados de jejum, seguidos de períodos mais curtos onde é possível se alimentar de forma mais livre.
Esses períodos de jejum, por sua vez, variam de acordo com as características da pessoa, objetivos e “experiência” com esse tipo de dieta.
Ou seja, o foco principal desta “dieta” não são os alimentos em si, mas sim os horários nos quais eles são consumidos. Mas isso não significa que a montagem do cardápio é feita ao acaso, como veremos no decorrer do texto.
Desta forma, é possível conseguir uma perda de peso significativa, além de trazer outros benefícios para a saúde, incluindo o mental.
Como o jejum intermitente pode influenciar a saúde mental?
Alguns estudos sugerem que o jejum pode ser uma forma de manejar certas questões de saúde mental, incluindo estresse, ansiedade e sintomas depressivos.
Esses efeitos se devem, provavelmente, às mudanças metabólicas, que ajudariam na redução do estresse oxidativo e de inflamações.
Além disso, o jejum intermitente também pode modificar as concentrações de alguns neurotransmissores, de acordo com especialistas.
No entanto, esses efeitos ainda estão sendo estudados, para que se possa entender exatamente como o organismo reage a certas restrições alimentares.
Veja também: A impressionante relação entre dieta de baixa qualidade e a depressão
Vídeo: O jejum intermitente certo para emagrecer
A importância do acompanhamento profissional
Agora que vimos que o jejum intermitente pode melhorar a saúde mental, precisamos fazer uma ressalva importante: o acompanhamento nutricional é importantíssimo.
Isso se deve ao fato de que, após o período de jejum, o corpo vai precisar de um bom suprimento de nutrientes e calorias, para que seus processos metabólicos continuem funcionando.
Caso esses nutrientes não sejam ingeridos, alguns sintomas podem ocorrer, como:
- Fadiga
- Irritabilidade
- Mudanças de humor, incluindo sintomas depressivos
- Ansiedade
- Sonolência
- Perda de peso exagerada
- Perda de massa muscular
- Queda de cabelo
Assim, como podemos notar, fazer o jejum intermitente de forma incorreta pode piorar a saúde física e mental.
Quem pode e quem não pode fazer jejum intermitente?
Embora possa trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, nem todo mundo pode ou deve fazer o jejum intermitente.
Por isso, agora vamos conhecer quem pode e quem não pode fazer o jejum intermitente:
1. Quem pode fazer jejum intermitente
- Pessoas adultas e saudáveis, ou, caso tenham algum distúrbio de saúde, que tenham sido liberadas pelo médico
- Pessoas que não consigam perder peso com outros programas alimentares
- Pessoas com estilo de vida mais flexível, que possam incluir as mudanças de rotina que o jejum intermitente às vezes exige
2. Quem não deve fazer jejum intermitente
- Crianças e adolescentes, devido às necessidades nutricionais específicas deste período
- Mulheres grávidas ou em processo de amamentação
- Pessoas que utilizam alguns medicamentos, uma vez que muitos deles afetam a glicemia ou necessitam ser tomados junto com alimentos
- Pessoas com problemas de saúde descompensados, ou que não tenham sido liberadas por um médico
Quando procurar ajuda profissional?
Quando falamos de problemas de saúde mental, é preciso ter em mente que se trata de problemas de saúde que podem se agravar e trazer graves consequências para a vida da pessoa.
Por isso, apesar de existirem formas mais naturais de lidar com esses distúrbios, às vezes é importante buscar ajuda profissional, seja de um médico ou psicólogo.
Assim, separamos alguns sinais de alerta que podem indicar que é hora de procurar ajuda:
- Piora do humor
- Crises de choro ou pânico
- Sensação de desesperança
- Dificuldades para dormir
- Problemas para lidar com as atividades do dia a dia
- Irritabilidade e envolvimento em conflitos
No entanto, é preciso também ressaltar que muitos desses sintomas que citamos podem ocorrer em situações de estresse, e não significam que a pessoa possua um transtorno mental.
Então, o conselho que deixamos é: se é algo que esteja trazendo sofrimento e que se tornou pior ou mais difícil de lidar, é uma boa ideia procurar o auxílio de alguém que saiba como manejar melhor essas situações.
Veja também: 6 principais sintomas da depressão
Como começar no jejum intermitente?
Se você, ao ler este artigo, se interessou pelo jejum intermitente, mas não sabe por onde começar, separamos algumas dicas que podem ajudar nesse processo:
- Pesquise e leia bastante sobre o assunto, para entender como este modelo alimentar funciona e se ele se encaixa na sua rotina
- Procure orientação profissional de um nutricionista, para que o profissional possa avaliar as suas necessidades metabólicas e te ajudar a definir o melhor plano alimentar para você
- Caso tenha alguma questão de saúde, seja ela mental ou física, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar o jejum intermitente
- Comece devagar, para que seu corpo vá se acostumando aos poucos a períodos crescentes de jejum
- Mantenha uma boa hidratação, principalmente durante o período de jejum
- Preste atenção ao seu corpo, em especial aos sintomas que indiquem que sua nutrição não está boa, como tontura e fraqueza
Por fim, é importante ter em mente que o jejum intermitente não é adequado para todos, já que cada organismo tem suas necessidades metabólicas específicas.
Fontes e referências adicionais
- Intermittent Fasting: What is it, and how does it work?, Johns Hopkins Medicine
- Fasting Interventions for Stress, Anxiety and Depressive Symptoms: A Systematic Review and Meta-Analysis, Nutrients
- Time restricted feeding and mental health: a review of possible mechanisms on affective and cognitive disorder, International Journal of Food Sciences and Nutrition
Fontes e referências adicionais
- Intermittent Fasting: What is it, and how does it work?, Johns Hopkins Medicine
- Fasting Interventions for Stress, Anxiety and Depressive Symptoms: A Systematic Review and Meta-Analysis, Nutrients
- Time restricted feeding and mental health: a review of possible mechanisms on affective and cognitive disorder, International Journal of Food Sciences and Nutrition