Chia significa força na linguagem maia – e esse dado já poderia nos servir de indicativo da origem do alimento: sim, ele é originário do México.
Se atualmente as sementes de chia são popularmente conhecidas como um alimento saudável, antigamente elas também já eram bem apreciadas por seus valores medicinais e nutricionais, tanto que chegaram a ser utilizadas como moedas.
Tamanha valorização provavelmente tem a ver com os nutrientes que o alimento carrega – as sementes de chias servem como fonte de fibras, ômega 3, proteínas, carboidratos, manganês, fósforo, cálcio, zinco, cobre e potássio ao nosso organismo, além de serem consideradas uma fonte rica em antioxidantes.
Mas será que é bom mesmo usar chia para colesterol?
Toda essa apreciação do alimento também tem a ver com o fato da podermos utilizar a chia para colesterol? Vamos conferir a partir de agora.
Bem, de acordo com o Dr. Axe, as sementes de chia são conhecidas por regularem o colesterol.
No mesmo sentido, a nutricionista Megan Ware escreveu, em artigo publicado no site Medical News Today, que os ácidos graxos ômega 3, presentes no alimento, auxiliam a aumentar o colesterol bom – que também é chamado de HDL e associado ao benefício de proteger o organismo contra o ataque de coração e o acidente vascular cerebral (AVC).
Por sua vez, o Dr. Axe explicou que os ácidos graxos ômega 3 encontrados na composição do alimento atuam na diminuição dos níveis do colesterol ruim, que também é conhecido pela sigla LDL.
Para a mestra em nutrição e saúde pública e professora assistente do Programa de Saúde Pública da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos Natalie Stein, alguns dos nutrientes presentes no alimento podem ajudar a diminuir o colesterol.
Entretanto, a professora assistente afirmou que esses compostos são mais eficientes quando fazem parte de uma alimentação que é equilibrada, de maneira geral.
Por outro lado
Entretanto, a própria professora afirmou que o tipo de ômega 3 encontrado em alimentos de origem vegetal como as sementes de chia, a linhaça e vegetais verdes folhosos é o ácido alfa linolênico (ALA).
O ALA é conhecido como um ômega 3 de cadeia curta, o que significa que o organismo necessita convertê-lo em ácidos graxos ômega 3 de cadeias mais longas – ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) – para que ela possa ser sintetizado.
O problema é que esse processo é ineficiente e apenas aproximadamente 1% do ALA que é consumido é convertido na versão de cadeia longa do ácido graxo ômega 3 que o corpo necessita, apesar dessa porcentagem ser ligeiramente mais alta para as mulheres. O ponto é que este ômega-3, embora benéfico para o colesterol, não é tão poderoso quanto o proveniente de peixes, por exemplo.
O Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, alerta que pessoas que sofrem com esquizofrenia e diabetes podem não ser capazes de converter o ALA em EPA e DHA muito bem.
As fibras
Aproximadamente 30 g de chia possuem 10 g de fibras. O que isso tem a ver com o consumo da chia para colesterol? Um estudo publicado no ano de 1999, que revisou 67 experimentos controlados separados, indicou que o aumento da ingestão de fibras em 10 g diariamente trouxe a diminuição do colesterol ruim e dos níveis totais de colesterol.
Entretanto, é importante que o aumento na ingestão de fibras aconteça de maneira gradual. Isso é necessário porque as bactérias intestinais que decompõem parte das fibras precisam de tempo para se acostumar com esse crescimento na ingestão do nutriente.
Já quando esse aumento acontece todo de uma vez, corre-se o risco de sofrer com problemas intestinais.
Estudos a respeito da chia para colesterol
De acordo com informações do bacharel em medicina Kris Gunnars, duas pesquisas – divulgadas nos anos de 2011 e 2014 – avaliaram uma dieta que contava com alimentos como sementes de chia, proteína da soja, aveia e nopal (cacto do México).
Resultado: os pesquisadores concluíram que esse tipo de alimentação mostrou conseguir diminuir os níveis do colesterol ruim e de triglicerídeos, aumentar as taxas do colesterol bom e reduzir a inflamação, relatou o bacharel em medicina.
Entretanto, “por esses estudos também terem utilizado outros ingredientes, nada pode ser concluído a respeito das sementes de chia para colesterol em si”, alertou Gunnars.
O bacharel em medicina também falou sobre pesquisas realizadas em ratos – conduzidas por pesquisadores dos Estados Unidos e da Argentina, ao lado de seus demais colegas, e divulgadas nos anos de 2007 e 2008 – que apontaram que as sementes de chia aumentam o colesterol bom, diminuem os níveis de triglicerídeos, reduzem a inflamação, diminuem a resistência à insulina e reduzem a gordura abdominal.
Por outro lado, Gunnars mencionou ainda um estudo realizado por um pesquisador dos Estados Unidos e demais colegas e divulgado no ano de 2012, que analisou somente as sementes de chia e não identificou nenhuma melhora (neste sentido) associada ao alimento.
Portanto, alguns estudos apontam a existência de efeitos das sementes de chia em relação à melhora dos níveis de colesterol e de outros fatores de risco, porém outras pesquisas concluíram que o alimento não promove esses efeitos. Com isso, os resultados são considerados inconclusivos, afirmou o articulista.
“De maneira geral, é possível que as sementes de chia possam melhorar esses fatores de risco (como o colesterol), mas elas provavelmente não trarão grandes efeitos, a não ser que sejam seguidos por outras alterações benéficas na dieta”, completou o bacharel em medicina.
Vídeo relacionado:
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Posso dar semente de chia para a minha neta ela tem 13 anos e tem colesterol e triglicéres alto.