Você certamente já ouviu falar que não dormir bem faz mal tanto para a saúde quanto para a boa forma. Mas, um estudo recente apontou outro problema associado ao fato de dormir mal: uma possível menor eficácia das vacinas.
Os autores da pesquisa, publicada em março na revista científica Current Biology, apontaram que as pessoas que dormem mais à noite produzem mais anticorpos que podem ajudar a estimular a eficácia das vacinas.
Os pesquisadores analisaram dados de sete estudos para comparar a resposta de anticorpos em pessoas que dormiram mais de sete horas por noite, em comparação àqueles que dormiram seis horas ou menos.
Então, eles relataram que dormir mais estava associado à produção de mais anticorpos e, consequentemente, a uma resposta reforçada a uma gama de vacinas, indo da vacina da gripe à vacina contra a COVID-19.
A professora emérita da Universidade de Chicago e autora sênior do estudo, Eve Van Cauter, contou ao Healthline que durante o lockdown de 2020, parte do trabalho acadêmico foi interrompido e eles começaram a pensar o que poderiam fazer para contribuir, mesmo que de uma forma pequena, com a guerra contra o SARS-Cov-2 ou novo coronavírus.
Com o desenvolvimento das vacinas, eles pensaram que sintetizar o estado de conhecimento sobre a ligação entre a falta de sono e uma resposta mais baixa de anticorpos poderia ser interessante para muitas pessoas, acrescentou.
Van Cauter disse ainda que a ligação entre o sono e as vacinas não é exatamente uma surpresa, já que algo bem entendido é o fato do sono exercer um papel importante na manutenção de um sistema imunológico saudável.
Homens versus mulheres
O estudo contribui com as análises sobre a relação entre o sono e a eficácia das vacinas, porém mais dados são necessários para entender algumas das diferenças observadas entre os homens e as mulheres.
De acordo com Van Cauter, o impacto do sono curto na vacinação foi forte e altamente significante para os homens, ao passo que foi menor e não foi significante para as mulheres.
Segundo a pesquisadora, é necessário entender o papel dos hormônios (fase do ciclo menstrual, contracepção hormonal, menopausa e seu tratamento) nessa diferença entre os sexos.
Além disso, ela apontou que, como costuma ser o caso, menos dados pertinentes ao problema da relação entre sono e vacinação foram coletados entre as mulheres dos que entre os homens.
Conclusões
Van Cauter falou também que há duas conclusões para as pessoas interessadas em como o sono pode ajudar o seu organismo a responder à vacina.
A primeira é se esforçar para ter um sono com duração normal, entre sete a oito horas, perto da data agendada para a vacinação.
A segunda é que ainda há muito o que se aprender sobre a interação entre o sono e a vacinação, o que inclui saber, por exemplo, quantos dias de sono de curta duração afetam a resposta à vacina. As informações são do Healthline.
Uma vez que o sono de má qualidade prejudica a saúde de diversas formas, vale a pena ficar por dentro das dicas para dormir bem.