Estar Acima do Peso Aumenta o Risco de Complicações Pelo Novo Coronavírus, Afirmam Cientistas

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A essa altura você já deve saber que o grupo de risco da COVID-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, inclui os idosos e as pessoas que sofrem com doenças crônicas pré-existentes que podem dificultar o tratamento da COVID-19.

Mas eles não são os únicos que precisam ter cuidados redobrados para se prevenir contra o novo coronavírus: a COVID-19 já vitimou jovens e um estudo demonstrou que o novo coronavírus é especialmente perigoso para os fumantes.

Além disso, cientistas que aconselham ministros de governo do Reino Unido têm explorado mecanismos de base que poderiam aumentar o risco de morte por COVID-19 em pacientes obesos. O temor é que estar acima do peso possa disparar um resposta imunológica problemática à presença do novo coronavírus no organismo.

Conforme dados de unidades de terapia intensiva do Reino Unido, pessoas com peso saudável representam uma minoria dos casos de pacientes criticamente doentes por COVID-19, ao passo que aproximadamente 3/4 (73%) desses casos são de pessoas acima do peso.

Desses, 35% apresentavam um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 a 30, que é classificado como sobrepeso, enquanto 31% eram obesos e os 7% restantes eram severamente obesos. Entenda a diferença entre sobrepeso e obesidade.

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Adicionalmente, dados hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês) do Reino Unido, divulgados no início de maio, indicaram que a obesidade aumenta os riscos de óbito pelo novo coronavírus em aproximadamente 40%. Os números são baseados em uma amostra de 7.542 mil pacientes diagnosticados com casos graves de COVID-19.

As razões para essa relação entre o excesso de peso e os casos mais perigosos de COVID-19 ainda não estão claras, entretanto, acredita-se que as células de gordura (que estão presentes em maiores quantidades nos corpos das pessoas obesas) podem alojar células imunológicas vitais, diminuindo a sua disponibilidade para o restante do organismo.

De acordo com o professor de metabolismo celular e de organismo da Universidade de Reading na Inglaterra, Dyan Sellayah, o que se sabe até então é que a obesidade é claramente um fator de risco para o desenvolvimento de doenças severas – está associada à doença cardíaca, diabetes e pressão alta, por exemplo, ao mesmo tempo em que ter uma condição preexistente torna uma pessoa mais vulnerável aos problemas sérios causados pela COVID-19.

Sellayah também destacou que as pessoas obesas tendem a apresentar sistemas imunológicos disfuncionais. Segundo o professor da Universidade de Reading, é provável que a resposta imunológica ao vírus seja ineficiente nas pessoas que sofrem com a obesidade.

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Inclusive, estudos já mostraram que os obesos são mais propensos a sofrer complicações sérias ou até mesmo falecer de infecções porque os seus sistemas imunológicos são constantemente intensificados conforme tentam proteger e reparar o dano que a inflamação provoca às células. É importante destacar que existe um processo inflamatório associado à obesidade.

Em outras palavras, ao utilizar toda a sua energia para combater a inflamação, sobram poucos recursos para o sistema de defesa do organismo efetivamente defender o corpo contra uma nova infecção como a provocada pelo novo coronavírus.

O outro lado da moeda: uma resposta imunológica exacerbada

Outra possibilidade é que ocorra uma resposta imunológica exagerada nas pessoas acima do peso acometidas pela COVID-19. Essa resposta é chamada de tempestade de citocina, envolve o ataque do sistema imunológico a células saudáveis e é considerada um dos principais fatores nos casos de morte pelo novo coronavírus.

Aqui é importante esclarecer que as citocinas são proteínas que auxiliam o sistema imunológico a responder rapidamente aos antígenos (substâncias estranhas ao organismo que provocam a produção de anticorpos por parte do sistema imunológico), promovem a comunicação entre as células e direcionam as células em direção às infecções e a combater o problema.

Durante uma infecção desenfreada por coronavírus, quando o sistema imunológico despeja as citocinas nos pulmões sem controle algum, o que se vê é uma espécie de vale tudo dentro do organismo.

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A virologista e cientista pesquisadora associada da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Angela Rasmussen descreveu que é como se no lugar de usar uma arma para destruir um alvo, fosse utilizado um lança-mísseis. Ou seja, os tecidos saudáveis também são atacados.

E os problemas dessa guerra desenfreada não se limitam aos pulmões: o temporal de citocinas produz uma inflamação que enfraquece os vasos sanguíneos nos pulmões e provoca a infiltração de fluido aos vasos sanguíneos. Esse temporal vaza até o sistema circulatório e cria problemas sistêmicos em múltiplos órgãos.

Nos casos mais severos de COVID-19, a resposta das citocinas aliada a uma capacidade reduzida de bombear oxigênio ao resto do corpo pode resultar em uma insuficiência múltipla de órgãos. Embora os cientistas não saibam exatamente por qual motivo alguns pacientes enfrentam complicações do coronavírus fora do pulmão, acredita-se que isso possa estar associado a problemas de saúde de base como doença no coração ou diabetes, que como vimos, têm uma associação com a obesidade.

O professor-associado da Escola de Medicina da Universidade de Maryland Matthew Frieman advertiu que mesmo se o vírus não chegar propriamente aos rins, fígado, baço ou outras áreas, ele pode ter efeitos claros em todos esses processos.

O perigo também reside no tamanho da barriga

Segundo o professor de medicina metabólica da Universidade de Oxford na Inglaterra, Fredrik Karpe, ter uma barriga grande pode ser problemático na hora de deitar: o peso da gordura presente na região da barriga empurra o diafragma para cima, diminuindo o volume do pulmão.

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A COVID-19 é uma doença respiratória que afeta a função pulmonar em seus quadros mais graves. Portanto, uma restrição na capacidade pulmonar poderia agravar os sintomas – confira todos os sintomas do novo coronavírus aqui. Se a função pulmonar já encontrar-se deteriorada, o suprimento de oxigênio no sangue será limitado, o que pode afetar órgãos vitais como o coração.

De acordo com o que o professor de metabolismo celular e de organismo da Universidade de Reading, na Inglaterra, Dyan Sellayah explicou, as pessoas que têm excesso de peso possuem mais células que demandam trabalho do oxigênio, diminuindo ainda mais a disponibilidade para os outros órgãos.

Conforme a infecção avança e o vírus ataca mais células, a demanda por oxigênio nos tecidos se torna muito mais alta para uma pessoa obesa do que para um paciente magro Eventualmente o corpo obeso se torna sobrecarregado pela falta de oxigênio para chegar até os órgãos principais, completou Sellayah.

Entretanto, não existem dados que sugerem que as pessoas obesas tenham maior tendência a pegar o novo coronavírus. Mas, para alguns cientistas, o período da pandemia é um bom momento para tentar perder peso. Que tal usar todo o tempo que precisa ficar em casa para cumprir a quarentena para fazer treinos aeróbicos em casa ou testar um treino iniciante para fazer em casa durante o surto de COVID-19?

Seguir uma dieta balanceada também é fundamental nesse período, especialmente dar prioridade aos alimentos que aumentam a imunidade. O dinheiro está curto nesse tempo de pandemia e quarentena? Então conheça dicas de como comer bem sem sair do orçamento durante a pandemia do novo coronavírus.

Fontes e Referências Adicionais:

Você encontra-se com sobrepeso ou obesidade atualmente e tem receio de contrair o novo coronavírus? Pretende perder peso a partir de agora e cuidar da saúde? Comente abaixo!

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