O energético é uma bebida que promete aumentar o foco, disposição e estado de alerta. Porém, existem riscos associados ao consumo de bebidas desse tipo durante a gravidez.
Apesar de consumir bebidas energéticas eventualmente durante a gravidez não fazer mal, o ideal mesmo é evitar a ingestão de energéticos nesse período. Para ter uma ideia, os próprios fabricantes dessas bebidas não recomendam o consumo de seus produtos por mulheres grávidas ou lactantes.
Na gestação, o feto recebe todos os nutrientes ingeridos através da placenta e isso inclui os componentes do energético que pode conter cafeína, açúcar, sódio e outros ingredientes que precisam ser ingeridos com cautela durante a gestação devido ao risco de crescimento inadequado do feto, parto prematuro e até mesmo o aborto espontâneo.
Quais são os riscos de tomar energético na gravidez?
Por causa dos riscos que o bebê poderia sofrer, não existem pesquisas em humanos sobre o efeito dos energéticos em gestantes. Mas um estudo publicado em 2018 na revista Biomedicine & Pharmacotherapy feito com camundongos grávidas mostrou que os camundongos recém-nascidos apresentaram estresse oxidativo, lesão nos tecidos e alterações comportamentais como a ansiedade.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Advances in Nutrition em 2016, as bebidas energéticas podem aumentar a pressão arterial e acelerar o batimento cardíaco da mulher, e essas consequências podem afetar o bebê.
Muita cafeína
Tais efeitos negativos podem estar relacionados à mistura de ingredientes ou ao excesso de cafeína nessas bebidas. Uma lata de 250 mL de energético pode conter 80 mg ou mais de cafeína.
Além disso, por se tratar de uma substância estimulante, ela pode causar irritabilidade, nervosismo e insônia. Vale lembrar que muita cafeína pode causar cansaço e dores de cabeça. Existe também um receio sobre a relação entre o excesso de cafeína e o aumento do risco de aborto ou de má formação do feto.
Por todos esses motivos, é melhor limitar a cafeína na gravidez. De acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres grávidas ou que estão amamentando devem ingerir no máximo 200 mg de cafeína por dia.
Açúcar
Mas o problema não é só a cafeína. A maioria dos energéticos apresenta açúcar em sua composição e essa substância em excesso pode prejudicar a saúde da mulher e do bebê.
Os altos níveis de açúcar em algumas bebidas energéticas podem aumentar a liberação de insulina e de glicose no sangue. A princípio, isso dá uma injeção de ânimo no organismo, mas pouco tempo depois ocorre a queda brusca nos níveis de glicose, o que pode gerar cansaço e falta de energia.
Muito açúcar na dieta também pode aumentar o risco de diabetes gestacional e causar ganho de peso.
Sódio e outros ingredientes
O sódio presente nos energéticos pode contribuir para o surgimento de complicações na gravidez, incluindo a hipertensão e a arritmia cardíaca.
Além disso, podem existir ingredientes adicionais como adoçantes sintéticos ou extratos de ervas como ginkgo biloba e ginseng que também não são ideais para mulheres grávidas devido à falta de estudos sobre a segurança e o efeito desses compostos no organismo da gestante.
Devo beber energético na gravidez?
A grávida pode tomar energético, mas para evitar riscos, o aconselhável é não ingerir energéticos na gestação. No entanto, se ainda assim você optar por tomar a bebida, consuma apenas eventualmente e com moderação. Além disso, redobre os cuidados com o restante da sua alimentação para não abusar do açúcar, da cafeína ou do sal.
Se possível, troque o energético por bebidas mais saudáveis como chás livres de cafeína, sucos e água de coco, por exemplo. Uma alimentação saudável e variada fornece energia de forma equilibrada e constante no seu dia. Dessa forma, ao seguir uma alimentação mais equilibrada, é provável que você não sinta a necessidade de tomar bebidas energéticas.
Fontes e referências adicionais
- Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Nutrition and Lifestyle for a Healthy Pregnancy Outcome, Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, 2014, Volume 114, Issue 7, P1099-1103.
- Perinatal exposure to energy drink induces oxidative damage in the liver, kidney and brain, and behavioral alterations in mice offspring, Biomedicine & Pharmacotherapy, 2018, Volume 102, Pages 798-811.
- Energy Drinks and Their Impact on the Cardiovascular System: Potential Mechanisms, Advances in Nutrition, Volume 7, Issue 5, September 2016, Pages 950–960.
- Caffeine (1, 3, 7-trimethylxanthine) in foods: a comprehensive review on consumption, functionality, safety, and regulatory matters. J Food Sci. 2010; 75(3):R77-87.
- Maternal caffeine consumption during pregnancy and the risk of miscarriage: a prospective cohort study. Am J Obstet Gynecol. 2008; 198(3):279.e1-8.
- How much caffeine is safe during pregnancy?, Cleveland Clinic
Fontes e referências adicionais
- Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Nutrition and Lifestyle for a Healthy Pregnancy Outcome, Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, 2014, Volume 114, Issue 7, P1099-1103.
- Perinatal exposure to energy drink induces oxidative damage in the liver, kidney and brain, and behavioral alterations in mice offspring, Biomedicine & Pharmacotherapy, 2018, Volume 102, Pages 798-811.
- Energy Drinks and Their Impact on the Cardiovascular System: Potential Mechanisms, Advances in Nutrition, Volume 7, Issue 5, September 2016, Pages 950–960.
- Caffeine (1, 3, 7-trimethylxanthine) in foods: a comprehensive review on consumption, functionality, safety, and regulatory matters. J Food Sci. 2010; 75(3):R77-87.
- Maternal caffeine consumption during pregnancy and the risk of miscarriage: a prospective cohort study. Am J Obstet Gynecol. 2008; 198(3):279.e1-8.
- How much caffeine is safe during pregnancy?, Cleveland Clinic