Saxagliptina e Diabetes – Para Que Serve e Como Funciona

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Muitos são os medicamentos disponíveis atualmente para o tratamento de diabetes. Um deles é a saxagliptina, um remédio da classe dos inibidores da DPP-4, que atuam ajudando no controle dos níveis de glicose no sangue.

Mas como é o mecanismo de ação da saxagliptina no organismo e como um diabético pode ser beneficiar com o seu uso diário? Continue lendo para descobrir tudo sobre esse medicamento e sua relação com o tratamento de diabetes.

Diabetes

A diabetes é uma doença que pode causar níveis elevados de glicose no sangue devido à incapacidade do organismo de usar a insulina da maneira correta. A insulina, por sua vez, é uma substância que ajuda o corpo a usar o açúcar ingerido através da dieta.

Existem dois tipos de diabetes: diabetes do tipo 1 e diabetes do tipo 2. Ambos os tipos precisam de tratamento adequado e medicamentos específicos para ajudar na manutenção dos níveis normais de açúcar no sangue.

Diabetes do tipo 1

A diabetes do tipo 1 geralmente necessita de tratamento com injeções de insulina, já que nesse tipo da doença o organismo não apresenta quantidades suficientes de insulina para metabolizar o açúcar presente no sangue.

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Diabetes do tipo 2

Na diabetes do tipo 2, que é o tipo que afeta mais pessoas no mundo, o organismo pode desenvolver uma resistência à insulina ou não produzir a substância em quantidades adequadas, o que causa a elevação dos níveis de glicose no sangue de forma descontrolada.

Diversos tipos de medicamentos podem ser prescritos para tratar a diabetes do tipo 2, que pode ou não envolver a aplicação de insulina por via intravenosa mas que consiste, principalmente, em medicamentos de uso oral como a saxagliptina.

Existem várias classes de medicamentos usadas para tratar a doença, como:

1. Inibidores da alfa-glicosidase

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Basicamente, esses medicamentos ajudam o corpo a quebrar os alimentos ricos em amido e sacarose (o açúcar comum). Esse efeito acaba reduzindo os níveis de açúcar no sangue. Exemplos desses remédios incluem a acarbose e o miglitol.

2. Biguanidas

As biguanidas são responsáveis por diminuir a quantidade de açúcar produzido pelo fígado. Assim, a quantidade de açúcar absorvida pelo intestino diminui, deixando o corpo mais sensível à insulina e ajudando os músculos na absorção da glicose. A biguanida mais comum é a metmorfina.

3. Agonista da dopamina

A bromocriptina é um medicamento agonista da dopamina. Ainda não se sabe exatamente o mecanismo de funcionamento desse fármaco, porém, ele previne a resistência à insulina e ajuda no tratamento da diabetes do tipo 2.

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4. Inibidores da DPP-4

Essa classe de medicamentos atua ajudando o corpo a continuar produzindo a insulina. Assim, eles trabalham reduzindo o açúcar no sangue sem causar hipoglicemia. Tais remédios também ajudam o pâncreas a produzir mais insulina. Um desses medicamentos é a saxagliptina, que será discutida com detalhes mais abaixo.

5. Peptídeos semelhantes ao glucagon

Esses medicamentos são semelhantes ao hormônio incretina presente naturalmente no organismo. Eles atuam aumentando o crescimento de células B e a quantidade de insulina usada pelo organismo. Isso diminui o apetite e também a quantidade de glucagon que o corpo usa. Além disso, eles retardam o esvaziamento do estômago, o que também é benéfico para pessoas com diabetes para evitar picos de açúcar no sangue. Alguns desses remédios são a albiglutida, a exenatida e a dulaglutida.

6. Meglitinidas

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Esses remédios ajudam o organismo a liberar insulina. Porém, em alguns casos eles podem reduzir muito o nível de açúcar sanguíneo, o que pode ser bem perigoso. Por esse motivo, esse medicamento não é indicado para a maioria das pessoas diabéticas. Exemplos dessa classe de medicamentos incluem a nateglinida e repaglinida.

7. Inibidores do transportador de glicose de sódio 2

Os inibidores do transportador de glicose de sódio 2 funcionam impedindo que os rins retenham a glicose. Assim, eles ajudam o corpo a se livrar da glicose através da urina. Os principais remédios desse tipo incluem a dapagliflozina e a canagliflozina.

8. Sulfonilureias

Esta é uma classe de remédios mais antigas usada para tratar a diabetes do tipo 2 e medicamentos como a glimepirida e tolazamida continuam sendo usados até hoje. Esses remédios atuam estimulando o pâncreas com a ajuda de células beta para fazer o corpo produzir mais insulina.

9. Tiazolidinedionas

Esses fármacos funcionam reduzindo a quantidade de glicose presente no fígado. Também ajudam as células de gordura a usar a insulina de forma adequada. Porém, essa classe de remédios está associada a um risco maior de desenvolver doença cardíaca. Exemplos incluem a rosiglitazona e a pioglitazona.

Saxagliptina – O Que é

A saxagliptina, conhecida comercialmente como Onglyza, é um medicamento de prescrição oral destinado a adultos com diabetes do tipo 2. Esse é um remédio que deve ser usado em conjunto com um plano adequado de dieta e exercícios.

Além disso, pode ser utilizado com outros medicamentos para diabetes como biguanidas como a metformina, tiazolidinedionas ou sulfonilureias.

Para que serve

A saxagliptina pertence à classe de medicamentos diários para diabéticos conhecida como gliptinas ou inibidores da DPP-4 (dipeptidil peptidase 4).

Esses medicamentos ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue através do aumento da quantidade de insulina liberada pelo pâncreas e da diminuição da liberação de glucagon pelo fígado no organismo.

Tal medicamento atua controlando os níveis de glicose no sangue através da influência nos níveis de hormônios como a insulina e o glucagon.

Saxagliptina e Diabetes

A insulina é um hormônio produzido naturalmente pelo pâncreas. Sua presença ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue, sinalizando ao organismo que os níveis estão altos e que precisa ocorrer o gasto energético ou a reserva de energia em estoques de gordura para normalizar o índice glicêmico. Assim, a insulina ajuda a transportar o açúcar através do sangue até os tecidos para usar o açúcar como fonte de energia e manter os níveis de glicose estáveis no sangue.

Pessoas com diabetes apresentam problemas para controlar esse mecanismo natural do organismo. Algumas pessoas conseguem controlar isso apenas com um bom plano de exercícios físicos e com uma dieta adequada.

Porém, na maioria dos casos, elas precisam do apoio de um medicamento que ajude a controlar os níveis de glicose no sangue de modo mais efetivo. E é aí que entra a saxagliptina como um medicamento obtido sob prescrição médica para auxiliar os diabéticos.

Como funciona

Esse remédio é muito eficaz para reduzir a glicose no sangue. Porém, principalmente quando usado em conjunto com outros medicamentos para o mesmo fim, é importante tomar cuidado com possíveis episódios de hipoglicemia em que os níveis de glicose no sangue podem ficar perigosamente baixos.

A saxagliptina atua aumentando a quantidade de insulina produzida naturalmente pelo organismo além de reduzir a quantidade de glucagon que é produzida pelo fígado. O glucagon é um hormônio que faz o fígado produzir mais açúcar. Assim, ao reduzir a quantidade desse hormônio, também são reduzidos os níveis de glicose sanguínea, estabilizando o índice glicêmico.

Dose

A dose normalmente varia de 2,5 a 5 miligramas de saxagliptina por dia. Porém, essa quantidade pode ser alterada pelo seu médico de acordo com suas necessidades individuais.

O remédio pode ser tomado qualquer hora do dia com ou sem alimentos, mas é recomendado que, uma vez que tenha escolhido o horário para tomar, o paciente tome o comprimido aproximadamente no mesmo horário todos os dias para evitar picos de açúcar no sangue.

Se esquecer uma dose, é indicado tomar o comprimido assim que se lembrar. Porém, se só lembrar em um horário muito próximo da dose seguinte, tome o remédio normalmente e pule essa próxima dose já que tomar dois comprimidos juntos ou em horários muito próximos pode resultar em efeitos colaterais indesejados como um episódio de hipoglicemia grave.

Contraindicações

A saxagliptina não deve ser usada por pessoas que apresentam problemas hepáticos, renais ou cardíacos e também não é recomendada para pessoas com mais de 75 anos.

Grávidas ou lactantes não devem usar esse medicamento para evitar danos ao feto ou bebê.

A saxagliptina não deve ser utilizada por pessoas que apresentam:

  • Problemas com abuso de álcool;
  • Cálculos biliares;
  • Histórico de triglicérides ou colesterol alto no sangue;
  • Pancreatite;
  • Angioedema, um inchaço que pode ocorrer na região da face, lábios, língua, garganta, braços ou pernas;
  • Incompatibilidade com outros inibidores de DPP-4.

O remédio também pode causar problemas em pessoas com insuficiência cardíaca ou doença renal. Uma revisão de segurança feita pela FDA (Food and Drug Administration, órgão americano que regulamente os alimentos e fármacos produzidos no país) indica que medicamentos para diabetes que contêm saxagliptina ou alogliptina podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca, principalmente em pacientes que já sofrem de doenças cardíacas ou problemas renais.

Assim, é preciso estar atento a sinais de insuficiência cardíaca durante o tratamento como a saxagliptina, que incluem:

  • Falta de ar mesmo na realização de atividades rotineiras simples;
  • Cansaço, fraqueza ou fadiga;
  • Dificuldade para respirar quando está deitado;
  • Ganho de peso ou inchaço nos tornozelos, pés, pernas e abdômen.

Efeitos colaterais

Os principais efeitos colaterais relacionados ao uso da saxagliptina para diabetes incluem:

  • Dores de cabeça;
  • Gastroenterite;
  • Vômitos;
  • Infecções do trato respiratório;
  • Infecções do trato urinário;
  • Hipoglicemia.

Outros efeitos colaterais que são menos comuns, mas que também podem ser observados incluem:

  • Ansiedade;
  • Alterações na urina;
  • Visão embaçada;
  • Dor no corpo;
  • Dor na região da bexiga;
  • Arrepios;
  • Pancreatite;
  • Suor frio;
  • Confusão mental;
  • Pele fria e palidez;
  • Sintomas depressivos;
  • Tosse;
  • Dificuldades na micção;
  • Tontura;
  • Aumento ou redução do apetite;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Ganho de peso;
  • Constipação ou diarreia;
  • Erupções cutâneas ou urticária.

Considerações finais

Todo medicamento vem acompanhado de efeitos colaterais e riscos associados ao seu uso. Além disso, algumas classes de medicamentos para diabetes funcionam melhor do que outras em cada indivíduo. Assim, se você não tem histórico de doenças renais ou do coração e a saxagliptina for indicada pelo seu médico e funcionar bem no seu organismo, vale a pena realizar o tratamento.

Para evitar os efeitos colaterais, basta seguir as orientações médicas e não deixar de lado a prática regular de atividades físicas indicadas por um profissional que sabe que você tem diabetes e manter uma alimentação saudável e equilibrada com foco no controle do seu índice glicêmico.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já foi diagnosticado com diabetes e teve a saxagliptina receitada pelo seu médico? Quando começou a tomar o medicamento? Que resultados obteve? Comente abaixo!

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