Carne de laboratório usa células cancerosas? Entenda polêmica

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Nos últimos tempos, o universo alimentar tem se transformado e trazido à tona novas propostas para a nossa dieta. A última novidade vem diretamente da Alemanha, com a The Cultivated B, uma empresa inovadora que deseja levar salsichas cultivadas em laboratório até o carrinho de compras do consumidor.

Por volta do mês de setembro, esta empresa deu início a discussões com a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, buscando a aprovação da venda de seu produto híbrido. Ele é uma combinação de ingredientes veganos e uma quantidade significativa de carne cultivada em laboratório. Embora essa proposta ainda esteja em processo de avaliação na Europa, em Singapura e nos EUA tais carnes já conquistaram seu espaço nas prateleiras dos supermercados.

Carne cultivada em laboratório
Em setembro, a empresa buscou aprovação na Europa para salsichas híbridas; EUA e Singapura já vendem carnes similares

Porém, com toda novidade, surgem também dúvidas e mitos. Alguns questionamentos levantados referem-se à procedência desta carne. Há quem a denomine “carne de Frankenstein”, supondo que sua aparência, sabor e rapidez no processo de produção sejam resultados de células cancerígenas. Mas será que há veracidade nisso?

Em fevereiro de 2023, uma publicação conjunta com a Bloomberg Businessweek destacava que “as células normais da carne se dividem eternamente”. O artigo enfatizava que as startups líderes em carne cultivada “usando silenciosamente o que são chamadas de células imortalizadas […], elementos básicos da pesquisa médica que são, tecnicamente falando, pré-cancerosas e podem ser, em alguns casos, totalmente cancerosas”.

Entretanto, os cientistas e especialistas envolvidos no processo esclarecem que a produção da carne in vitro é realizada a partir de células-tronco obtidas de animais vivos ou óvulos fertilizados. As células são cuidadosamente selecionadas e submersas em uma solução rica em nutrientes. 

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Elas são cultivadas em biorreatores até atingirem a quantidade e textura desejadas, processo que pode durar de duas a oito semanas. Este método foi detalhado pelo Good Food Institute, uma renomada organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos.

Os rumores de que a carne de laboratório contêm células cancerígenas foram desmentidos por autoridades de peso. A Food and Drug Administration (FDA), responsável pela regulamentação alimentar nos Estados Unidos, e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) esclareceram que as células utilizadas no processo não são cancerígenas e não têm capacidade de formar tumores.

Mais do que isso, a FDA ressaltou que, mesmo que houvesse a presença de células animais cancerígenas ou pré-cancerígenas — que podem ocasionalmente ser encontradas em cortes tradicionais de carne — o cozimento e a digestão humanas as destruiriam.

A carne cultivada em laboratório representa um avanço tecnológico no setor alimentar, e, como tal, é cercada por desafios e mitos. No entanto, as evidências científicas atuais apontam para a sua segurança, prometendo ser uma alternativa sustentável e inovadora para os próximos anos.

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Cientista com cerne cultivada em laboratório
Carne de laboratório enfrenta mitos, mas estudos garantem sua segurança e sustentabilidade

Você já conhecia a carne cultivada em laboratório? O que você achava da polêmica sobre ser feita com células cancerígenas? Já sabia como a carne de laboratório era produzida? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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