Amamentar Pode Reduzir o Risco de Diabetes do Tipo 2 em Mulheres com Diabetes Gestacional, Afirma Estudo

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A gente sempre ouve falar muito em diabetes do tipo 1 e da diabetes do tipo 2, mas existe um terceiro tipo de diabetes que merece a nossa atenção e preocupação: a diabetes gestacional.

Como o próprio nome já indica, trata-se de uma diabetes que é desenvolvida ao longo da gravidez, geralmente na última metade da gestação. Embora os níveis de glicose no sangue da paciente retornam ao normal após o nascimento do neném, ter diabetes gestacional traz riscos tanto para a criança quanto para a mãe.

Os pesquisadores ainda não sabem por qual motivo algumas mulheres desenvolvem a condição, entretanto, isso pode estar associado à interferência que uma gravidez gera no processamento de glicose por parte do organismo.

Normalmente, os alimentos consumidos por meio da dieta são digeridos e dão origem à glicose, que chega à corrente sanguínea. Isso gera uma resposta do pâncreas: a produção de insulina, um hormônio que ajuda a tirar a glicose do sangue e transportá-las para as células, onde serão utilizadas como energia.

No entanto, durante uma gestação, a placenta produz níveis elevados de diversos outros hormônios – a maior parte deles atrapalha a ação da insulina nas células, o que resulta no aumento das taxas de glicose no sangue.

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Embora uma elevação modesta nesses níveis de glicose no sangue após as refeições seja normal ao longo de uma gravidez, conforme o neném cresce a placenta produz cada vez mais hormônios que se contrapõem ao trabalho da insulina.

Quando há um quadro de diabetes gestacional, o que houve é que os hormônios da placenta geraram um aumento nos níveis de glicose do sangue suficiente para interferir com o crescimento e bem-estar do neném.

Uma grávida com diabetes gestacional tem maiores riscos de dar à luz um bebê com excesso de peso (o que pode dificultar um parto natural ou exigir uma cesariana) ou de ter um parto prematuro, o que traz o perigo de que o neném desenvolva a síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido.

A criança também pode ter hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue) pouco depois do parto ou ter mais chances de desenvolver obesidade ou diabetes do tipo 2 futuramente em sua vida. Uma diabestes gestacional não tratada ainda pode resultar no falecimento do neném antes ou logo depois do seu nascimento.

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Para a mãe, a condição pode gerar complicações como pressão arterial elevada e pré-eclâmpsia, além de aumentar as chances de que ela tenha novamente a diabetes gestacional em uma futura gravidez ou que desenvolva a diabetes do tipo 2 entre 10 anos a 20 anos depois da gestação.

A amamentação pode contribuir com as estratégias de prevenção

Uma análise conduzida por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e de outras instituições apontou que quanto maior for o período pelo qual uma mulher amamentar o seu neném, menores serão os riscos de que ela desenvolva a diabetes do tipo 2 futuramente em sua vida.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram dados do Nurses’ Health Study II (Estudo II da Saúde das Enfermeiras, tradução livre) – um estudo de longo prazo a respeito dos fatores de risco para doenças crônicas em mulheres.

Os pesquisadores observaram que entre as mais de 4 mil mulheres que participaram do estudo e tiveram diabetes gestacional, 873 delas desenvolveram a diabetes do tipo 2 dentro de um período de 25 anos.

Eles também identificaram que em comparação com as mulheres com diabetes gestacional que não amamentaram, as participantes que amamentaram entre seis a 12 meses eram 9% menos propensas ao desenvolvimento da diabetes do tipo 2, ao passo que as mulheres que amamentaram ao longo de um a dois anos eram 15% menos propensas a ter a doença e aquelas que amamentaram durante mais do que dois anos eram 27% menos propensas a sofrer com a condição.

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Com isso, a amamentação que é encorajada, sempre que possível, por ser essencial para a saúde dos bebês, ganhou então uma motivação a mais para as mamães que sofrem com a diabetes gestacional em sua gravidez.

A pesquisa foi liderada pela pesquisadora sênior do Instituto Nacional Eunice Kennedy Shriver de Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano, Cuilin Zhang, e publicada na revista acadêmica Diabetes Care (Cuidados da Diabetes, tradução livre).

Mas atenção: embora o estudo apresente um benefício extra da amamentação para a saúde das mamães que sofreram com a diabetes gestacional, ele não pode servir como justificativa para que essas mulheres abandonem os outros cuidados recomendados pelo médico para prevenir o desenvolvimento da diabetes do tipo 2 futuramente em suas vidas.

Esses cuidados incluem seguir um estilo de vida saudável, com a prática de exercícios físicos com frequência e a adesão a uma alimentação saudável. Se você tem ou já teve diabetes gestacional em uma gravidez, converse com o médico para saber tudo o que deve fazer para diminuir ao máximo as chances de desenvolver a diabetes do tipo 2 mais tarde em sua vida.

Além da diabetes não ter cura hoje e exigir tratamento e cuidados contínuos ao longo da vida, ela traz o risco de complicações como doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), pressão alta, aterosclerose, danos nos nervos, problemas nos rins, danos nos olhos, audição prejudicada, apneia do sono e doença de Alzheimer.

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Ou seja, é realmente importante fazer tudo o que for possível para passar longo da doença ao longo da vida. As informações são dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos.

Referências adicionais:

Você já tinha ouvido falar diabetes gestacional e conhece alguém que tenha passado por isso? Se já foi mãe, amamentou seu filho até quantos anos? Comente abaixo!

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