Dieta das 72 horas – Como Funciona, Cardápio e Dicas

atualizado em

Um programa alimentar que promete a eliminação de dois quilos dentro de um período de somente três dias, sem que a pessoa passe fome. Estamos falando da chamada dieta das 72 horas. Mas será que esse método funciona mesmo? E ele não faz mal à saúde?

Vamos conhecer como esse plano funciona, ver alguns modelos de seu cardápio e saber quais cuidados ele exige.

Como funciona a dieta das 72 horas? 

Trata-se de um modelo de dieta que determina o consumo de menos de mil calorias diariamente, sendo que é essa restrição que está por trás da promoção da perda de peso.

A maioria dos modelos da dieta das 72 horas segue o método detox, em que são consumidos alimentos que ajudam o corpo a se desintoxicar, fazendo com que o organismo absorva melhor os nutrientes e facilitando a perda de peso.

Existem também as versões que adotam a metodologia volumétrica, que estimula a ingestão de uma grande quantidade de alimentos com poucas calorias, como é o caso das saladas ricas em folhas e fibras, por exemplo, que também promovem a saciedade. Com isso, fica mais fácil consumir uma quantidade menor de calorias ao longo das 72 horas.

  Continua Depois da Publicidade  

Atividades físicas intensas não devem ser executadas ao longo da dieta das 72 horas. A justificativa para essa restrição é que o corpo não estará recebendo a quantidade de energia necessária para realizar tais exercícios e a insistência nos treinos intensos pode causar prejuízos ao corpo.

Uma das vantagens associadas ao método é o fato dele introduzir alimentos saudáveis nas refeições como vegetais, folhas, frutas e grãos. Outra é que o emagrecimento inicial pode animar a pessoa para adotar hábitos mais saudáveis e seguir uma reeducação alimentar após o término da dieta, de modo que mantenha os quilos perdidos e emagreça ainda mais, mesmo que a longo prazo.

O que comer na dieta das 72 horas?

A nutróloga Andrea Bottoni deu algumas dicas. Para ela, é importante beber bastante água e priorizar o consumo de vegetais, frutas e alimentos ricos em proteínas.

Andrea ainda aconselha privilegiar alimentos como o óleo de coco (por conta de sua ação termogênica, estimulando o metabolismo), a gelatina (pela saciedade), o abacaxi (para ajudar na saciedade, digestão e a combater a retenção de líquidos, que causa inchaço) e o chá de hibisco e cavalinha (para desinchar).

  Continua Depois da Publicidade  

No mesmo sentido, regimes desse tipo costumam incentivar a ingestão de vegetais, folhas escuras, legumes, cogumelos, frutas, grãos como quinoa e grão-de-bico, fontes de proteínas como frango e ovos e sucos naturais como o suco verde, que é uma maneira simples e diferente de consumir os vegetais.

Por outro lado, itens como carne vermelha, embutidos, laticínios, bebidas alcoólicas e refrigerantes não costumam aparecer na dieta, e existem casos em que até mesmo a combinação popular de arroz com feijão pode ficar de fora do programa alimentar.

Após as 72 horas

Depois do término das 72 horas, a regra é retornar à dieta convencional e sair das refeições restritivas. Entretanto, é preciso garantir que a alimentação seja equilibrada e saudável.

A dieta das 72 horas pode promover a perda de peso por conta da diminuição do consumo de carboidratos, promovendo uma perda de líquidos e glicogênio (estoque de energia rápida do organismo, forma pela qual a glicose – que é a maior fonte de energia das células – é armazenada; é encontrado nos músculos e no fígado).

Entretanto, vale lembrar que durante o período de três dias de duração da dieta não acontece necessariamente a eliminação de gordura corporal.

  Continua Depois da Publicidade  

Cardápio da dieta das 72 horas

Antes de montar o seu cardápio, o ideal é que um médico seja consultado para definir como será a alimentação durante esses três dias. Isso porque é preciso que se leve em consideração as características e condições da saúde do seu organismo, tendo em vista fatores como idade, intolerâncias alimentares e doenças metabólicas como diabetes, colesterol alto e hipertensão, por exemplo.

Assim, ao olhar os modelos de cardápio que trazemos a seguir, tenha em mente que se tratam apenas de exemplos, que não são necessariamente ideais para você. O cardápio apropriado para o seu caso deve ser definido por um profissional de saúde qualificado.

Cardápio 1

  • Café da manhã: suco verde detox, 1 omelete de 2 claras com ervas finas e 1 colher de queijo cottage. 
  • Lanche da manhã: 1 gelatina de ágar-ágar sabor melancia e chá de hibisco com canela.
  • Almoço: salada de alface lisa com palmito fresco e tomates, 3 colheres de sopa de quinoa real, 1 xícara de couve-flor com cenoura cozidas ao vapor, 1 filé de tilápia grelhada e 300 ml de chá verde (depois do almoço).
  • Lanche da tarde: 1 iogurte branco desnatado, 1 colher de farelo de aveia e 1 kiwi.
  • Jantar: salada de rúcula com manga.
  • Ceia: chá de maracujá.

Cardápio 2

  • Café da manhã: suco de frutas vermelhas e beterraba, 1 omelete de duas claras com ervas finas e 1 colher de cottage.
  • Lanche da manhã: 2 damascos e 1 fatia de queijo branco.
  • Almoço: salada de alface lisa com palmito fresco e cenoura ralada, 2 colheres de sopa de arroz 7 grãos, 1 colher de servir de abobrinha refogada com tomate-cereja, 1 filé de frango grelhado com cogumelo shimeji e 300 ml de chá verde (após o almoço).
  • Lanche da tarde: 1 iogurte desnatado, 1 maçã pequena e 1 xícara de chá mate.
  • Jantar: salada de atum com palmito.
  • Ceia: chá de maçã com canela.

Cardápio 3

  • Café da manhã: suco de chá de hibisco e lichia, 2 torradas integrais, 1 omelete de 2 claras com ervas finas e 1 colher de cottage.
  • Lanche da manhã: 1 ameixa fresca e 1 fatia de queijo branco.
  • Almoço: salada de alface americana com vagem e rodelas de tomate, 100 g de purê de batata-doce, 1 xícara de brócolis ao vapor, 1 filé de pescada assado e 300 ml de chá verde (depois do almoço).
  • Lanche da tarde: chá de cidreira, 1 fatia de limão e 1 colher de sopa de amaranto.
  • Jantar: salada caprese.
  • Ceia: chá caseiro de melissa.

Cuidados com a dieta das 72 horas

Antes de entrar em qualquer regime alimentar, principalmente um restritivo, como é o caso da dieta das 72 horas, é fundamental ter uma conversa com seu médico e nutricionista. Ainda que a duração seja de poucos dias, é importante verificar com os profissionais como esse tipo de programa alimentar pode afetar a sua saúde.

Não podemos esquecer que mais relevante do que emagrecer é alcançar esse objetivo com saúde, de maneira que o organismo não deixe de receber os nutrientes e a energia que necessita para funcionar corretamente. A falta deles pode trazer problemas para a saúde e isso é um fato que não pode ser ignorado.

Sobre a dieta das 72 horas, vale alertar que ele não é eficiente para pessoas com obesidade, apenas dá resultados para quem está um pouco acima do peso ou possui um Índice de Massa Corporal (IMC) dentro do que é considerado normal.

  Continua Depois da Publicidade  

Além disso, mudar a dieta de forma radical, sem que haja uma preparação, pode trazer problemas como a hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue) e o cansaço excessivo. Para evitar esse problema, mais uma vez faz-se necessário o apoio de um profissional de saúde qualificado para fazer um acompanhamento nutricional eficaz, reduzindo a ingestão diária calórica aos poucos para que o corpo não sofra tanto.

Outro problema do método é que ao retornar à sua alimentação habitual, a pessoa pode se descontrolar, especialmente se tiver estendido a duração da dieta. O que acontece é que, por ter passado certo tempo comendo de maneira restritiva, quando esse tempo passa, o indivíduo pode querer consumir tudo o que sentiu falta de maneira exagerada, inclusive guloseimas e alimentos cheios de calorias e pobres em nutrientes.

O resultado disso? O efeito sanfona, em que a pessoa emagrece e, em pouco tempo recupera os quilos perdidos. Como se não bastasse a frustração de perder peso e engordar novamente, o efeito sanfona traz consigo a duplicação do risco de desenvolvimento de doenças como diabetes, colesterol alto e síndrome metabólica (conjunto de fatores de risco para doenças cardiovasculares).

Para evitar a recuperação do peso perdido por meio da dieta das 72 horas, a alternativa ideal é mudar os hábitos que se tinha antes dos dias do regime, passando a se alimentar de maneira saudável e equilibrada, procurando fornecer os nutrientes que o corpo necessita, porém, sem exceder no consumo de calorias vindas principalmente de guloseimas que não fornecem nutrientes.

Não vale a pena prolongar o período da dieta das 72 horas. Seguir dietas restritivas por muito tempo prejudica a saúde e traz sintomas como irritabilidade, fadiga e dores de cabeça.

Sobre o tempo que deve ser esperado até submeter-se outra vez ao programa alimentar, não existe um consenso. Portanto, isso deve ser verificado com o médico ou nutricionista.

Você já tinha ouvido falar da dieta das 72 horas? O que achou do seu cardápio e de como funciona o programa? Arriscaria aderi-lo para perder peso? Comente abaixo.

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

Deixe um comentário

1 comentário em “Dieta das 72 horas – Como Funciona, Cardápio e Dicas”