Jejum intermitente e sono: impacto na regulação do sono, melatonina, ritmos circadianos e insônia

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Encontrar formas de melhorar a qualidade de sono é uma luta constante para muitas pessoas, e nos últimos tempos, tem-se sugerido que o jejum intermitente pode ser uma forma de conseguir isso.

Esse modelo alimentar vem ganhando cada vez mais atenção, uma vez que a cada nova pesquisa, descobrem novos benefícios trazidos pelo jejum.

Por isso, no artigo que se segue, iremos entender como o jejum intermitente pode ajudar no sono e na regulação do ritmo circadiano.

O que é o jejum intermitente?

O jejum intermitente é um programa alimentar que envolve a alternância de períodos de jejum e janelas de alimentação, definidas de acordo com parâmetros pessoais e metabólicos de cada pessoa.

Entretanto, o jejum intermitente não é considerado uma dieta específica, uma vez que o foco deste plano está justamente nos períodos de jejum.

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Mas, para potencializar os seus efeitos e evitar efeitos colaterais, é essencial incluir alimentos saudáveis e realizar algum tipo de atividade física.

Veja também: Jejum intermitente emagrece mesmo? Como funciona?

O que é o ritmo circadiano, e como ele influencia o sono?

Nosso organismo consegue distinguir, desde muito cedo, a diferença entre dia e noite, e assim regula a liberação de hormônios e o funcionamento do metabolismo.

Essa regulação, ou relógio biológico interno, é chamada de Ritmo Circadiano, e tem uma grande influência no padrão de sono de cada pessoa.

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Nesse sentido, podemos dizer que esse relógio interno sofre interferências de uma série de fatores, como:

  • Exposição à luz solar
  • Presença de luzes artificiais, principalmente de telas de celular, televisão e computador
  • Barulhos, que tendem a ser mais intensos durante o dia
  • Horário e composição das refeições

Principais problemas de sono

Quando falamos de problemas de sono, nos referimos normalmente à insônia e outras dificuldades para dormir. No entanto, esses distúrbios podem ter características bastante diferentes, variando de pessoa para pessoa. 

Assim, podemos citar:

  • Dificuldades para iniciar o sono, ou seja, casos onde a pessoa demora muito para adormecer
  • Despertar muito cedo, que faz com que muita gente acorde de madrugada e não consiga voltar a dormir
  • Sono leve, onde a pessoa acorda frequentemente por causa de fatores externos, como barulhos ou mudanças de temperatura
  • Pesadelos e distúrbios do sono relacionados ao sonho, que costumam ocorrer quando há algum transtorno psicológico ou trauma emocional

Existem ainda outros transtornos de saúde que podem afetar o sono, mas esses são os mais frequentes.

Veja também: Tratamento para insônia: opções naturais e remédios

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O efeito do jejum intermitente no sono

O efeito do jejum intermitente no sono vem sendo bastante debatido por pesquisadores, uma vez que existem relatos que afirmam que o programa alimentar melhora o sono, enquanto outros dizem exatamente o contrário.

Por isso, vamos agora entender o que se tem de evidência para cada uma dessas afirmações:

1. Pontos positivos

Alguns estudos apontam que o jejum intermitente é capaz de reorganizar o ritmo circadiano, quando a restrição alimentar é realizada entre o final da tarde e durante a noite.

Outro ponto levantado pelos pesquisadores é que a própria perda de peso também ajuda na melhora da qualidade do sono, uma vez que o metabolismo e a liberação de hormônios é normalizada.

Além disso, também é importante ter em mente o papel da melatonina, também chamada de hormônio do sono. Ela é produzida pela glândula pineal a partir do triptofano e da vitamina B3, que são absorvidos durante o processo de digestão.

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Assim, um programa alimentar como o jejum intermitente, que auxilia na manutenção da saúde do intestino e da sua microbiota, pode melhorar a produção da melatonina.

Veja também: Jejum intermitente e saúde do intestino: Impacto na microbiota e condições específicas

2. Pontos negativos

Por outro lado, alguns estudos sugerem que, apesar do possível aumento da sua produção, o jejum reduz a liberação da melatonina, além de modificar a arquitetura do sono.

Desta forma, a realização do jejum poderia diminuir a qualidade do sono.

3. Controvérsias

Muitos dos estudos sobre o jejum utilizam o Ramadã como modelo. Ou seja, o período no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual durante cerca de um mês.

No entanto, esse período também é acompanhado de mudanças na rotina, e o jejum é realizado “da alvorada ao pôr-do-sol”, ou seja, um jejum diurno completo.

Assim, levando em conta que o jejum intermitente é um programa alimentar que deve ser adaptado à rotina, ao metabolismo e às preferências pessoais, os resultados na liberação da melatonina e o impacto no sono podem ser diferentes daqueles vistos nesses estudos.

Qualidade do sono
No final das contas, há muitas controvérsias quanto à relação do jejum intermitente com o sono

Dicas e cuidados

Como vimos, não existe um consenso sobre os efeitos do jejum intermitente na qualidade do sono. O que se sabe, no entanto, é que esse programa alimentar pode afetar o organismo de diferentes formas, a depender de alguns fatores, como:

  • Horário do jejum, ou seja, em qual período do dia ou da noite ele é realizado
  • Duração do jejum
  • Tipo de alimento incluído na dieta
  • Realização de exercícios
  • Questões individuais, como, por exemplo, a presença de distúrbios de saúde e o uso de medicamentos

Por isso, antes de iniciar o jejum intermitente é importante conversar com um nutricionista, para que o profissional possa avaliar seu metabolismo e outros parâmetros pessoais, e assim indicar o melhor programa alimentar para o seu caso.

Fontes e referências adicionais

Você conhecia esses benefícios do jejum intermitente? Já experimentou esse programa alimentar? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Esther Costa

Esther Costa é nutricionista - CRN-8 13209/P. Graduada em nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atua na nutrição clínica com ênfase na nutrição funcional, buscando avaliar o indivíduo em sua totalidade. Está sempre em busca do aperfeiçoamento por meio de cursos e congressos na área. É curiosa, criativa e proativa, e faz parte da equipe de especialistas do MundoBoaForma.

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